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Futuro do trabalho: Você lidera sua própria transformação digital ou está sendo liderado por ela?

Futuro do Trabalho

Futuro do Trabalho. Imagem Pixabay / Geralt

Se você se sentiu incomodado com a pergunta do título, não se sinta mal. Muitas vezes, cobramos que empresas sejam ágeis e digitais, mas esquecemos de nós mesmos. Cobramos experiências transformadoras, enquanto elas são apenas um reflexo dos seres humanos. Afinal, somos nós que fazemos a transformação das empresas, e não a inteligência artificial. Nesse sentido, vale a pena refletir sobre o futuro do trabalho: o que é?

Respondendo (em parte) à pergunta, é tomar as transformações digitais para si, aproveitá-las e utilizá-las a nosso favor. O futuro do trabalho significa transformar as ferramentas em prol da nossa carreira.  Acima de tudo, isso tem a ver com a nossa capacidade de combater em vários fronts. Precisamos ter várias habilidades, ou – se você gosta de termos em inglês – skills. Então, o que eu quero dizer com isso? Vamos lá.

Futuro do trabalho: a revolução digital em você

Antes de tudo, o primeiro paradigma a ser quebrado é aquele pensamento de “sou de exatas ou sou de humanas, portanto, não consigo”. Chega disso! Essa é uma muleta para não se colocar em situações de aprendizagem.

Por exemplo, um publicitário tem que aprender programação? Sim, precisa entender melhor a mídia digital. Ele não precisa ser um expert em códigos e saber desenvolver um novo Facebook. Porém, deve saber como funcionam os algoritmos e conhecer a tecnologia com que está lidando. O mesmo vale para um desenvolvedor que alega não saber lidar com pessoas: ele precisa aprender para atender clientes e/ou comunicar suas inovações.

Em outras palavras, nós da Haze Shift percebemos que não existe mais uma linha horizontal de carreira. A linha pode partir de sua profissão? Claro. Mas você precisa observar dezenas de rotas para inovar na própria carreira. Veja, por exemplo, esse gráfico da curva de adoção da inovação:

Sinto informar, mas essa curva está defasada. Na década de 60 e 70, ela fazia sentido, pois a inovação vinha a partir da indústria e de novos produtos apresentados. Já saímos dessa faz tempo. Agora a inovação parte de ideias. Entenda como a disrupção do trabalho coloca na frente quem segue esta barbatana de tubarão:

Se você quer ser um líder do futuro do trabalho, pegue carona nessa barbatana de tubarão – ou acabará engolido. A indústria não dita tanto a inovação assim. Sobretudo, é o uso que fazemos dos produtos disponíveis no mercado que dita nossa capacidade de liderar nossa própria transformação digital. E a pandemia provou ainda mais isso.

A Fashion Week de Shangai venceu as Olimpíadas de Tóquio

Em 2020, alguns dos maiores eventos do mundo foram cancelados. As Olimpíadas de Tóquio, provavelmente, foram o maior evento. Além disso, as semanas de moda – as famosas fashion weeks – também. Contudo, isso não ocorreu em Shanghai. A princípio, a Shanghai Fashion Week 2020 seria adiada. Porém, os organizadores pensaram melhor e decidiram utilizar ferramentas para promover o evento online, com toda tecnologia que pudesse estar ao alcance.

Neste sentido, mais de 150 designers e 90 marcas apostaram na ideia de apresentar online mais de mil produtos e coleções, com “meia dúzia” de modelos numa passarela virtual, que as colocou em cenários virtuais, ao melhor estilo dos filmes de Hollywood. Tudo em salas de exibição digitais. O resultado? As transmissões atingiram mais de 800 milhões de usuários ativos mensais que visitaram os sites de comércio eletrônico da Alibaba no formato See Now, Buy Now.

Por outro lado, vou fazer uma provocação: o que os organizadores das Olimpíadas fizeram além de – de forma justa, confesso – cancelarem os Jogos Olímpicos? Não sou especialista em esportes, por outro lado, sei perfeitamente que há condições de auditar e proporcionar as mesmas condições a atletas de algumas modalidades em diferentes lugares.

Em primeiro lugar, todos os continentes têm pelo menos um ginásio de alta tecnologia, capazes de disponibilizar a mesma temperatura interna para certas competições individuais, como, por exemplo, salto em distância. Perdemos uma oportunidade de termos pelo menos um gostinho de jogos sem público, e com segurança. Uma espécie de “Olimpíadas à Distância”. 

Já pensou em assistir a uma Olimpíada transformada digitalmente? Dispersa geograficamente, mas imersiva e conectada? Eu pensei, mas por enquanto o que eu vejo é o analógico imperando lá e o e-Sports cada vez mais protagonista nas gerações Z e Alpha. Alô, Jogos Olímpicos, você podem estar ficando obsoletos!

Pense nas falências e no futuro do trabalho a partir do zoom

A provocação que fiz acima vale também para pequenos negócios e, obviamente, para sua carreira. Quantas empresas de casamento acabaram enquanto certos influenciadores colocaram a experiência do consumidor e de eventos em lugares que nunca antes imaginamos? Assim como crianças não deixaram de nascer, batizados também não deixaram de ocorrer. E como fazer batizados sem levar à igreja? A resposta, para muitos, foi a plataforma Zoom.

Perceba: o Zoom não foi criado para transmitir batizados, velórios ou casamentos. Foi criado para reuniões virtuais. Mas veja o tanto de eventos que as pessoas criaram e proporcionaram a partir do Zoom. A transformação digital, portanto, estava dentro de quem teve a ideia de utilizar o Zoom para proporcionar essas novas experiências – e não necessariamente dentro do Zoom.

Quem lucrou com isso foram as pessoas que lideraram a própria transformação digital, e não foram liderados por ela. Poderiam, portanto, essas empresas de casamento terem resistido se soubessem disponibilizar melhor seu espaço para filmagens, sem aglomerações? Penso que sim. Infelizmente, muitas ficaram no analógico.

A ficção científica virou fato científico

Ainda que, provavelmente, iremos demorar um bocado para termos em mãos carros autônomos acessíveis, esses robôs inteligentes já estão por aí. Ou melhor, estão pertinho de nós, aqui mesmo no Brasil. Já ouviu falar na robô Laura?

Laura era uma bebê prematura que acabou falecendo devido à sepse. Resumidamente, é uma infecção que pode provocar uma reação fatal no organismo, popularmente conhecida como infecção generalizada. Os primeiros sintomas podem passar despercebidos por médicos. Foi o que, infelizmente, aconteceu com Laura.

Analista de sistemas, o pai da bebê transformou sua tragédia pessoal na salvação de milhares de vidas. Ele desenvolveu um robô que lê informações de exames e identifica sinais precoces de sepse. Laura aprendeu a diagnosticar os sintomas em diferentes pacientes. Ela possibilita a ação imediata dos médicos. Conheça melhor a história nesta reportagem e entenda como  Laura salva vidas no Hospital Nossa Senhora das Graças, de Curitiba.   

Chegou a hora de você tomar as rédeas

O que eu quero dizer é que esse pai utilizou ferramentas acessíveis a sua profissão para provocar a mudança, ou seja, uma transformação digital capaz de salvar vidas. Algo inspirador. Igualmente, precisamos enxergar essas possibilidades de transformação digital em nossas profissões. Ainda mais em tempos de uma tempestade perfeita para inovação. Neste sentido, há uma frase que eu gosto muito e deixo aqui como reflexão:

“Esse é o momento do Darwinismo Digital – uma era onde tecnologia e sociedade estão evoluindo mais rápido do que o mercado consegue acompanhar. Isso cria o cenário propício para uma nova era de lideranças, uma nova geração de modelos de negócio que é impulsionado pelo mantra adapte-se ou morra, Klaus Schwab, CEO do Fórum Econômico Mundial.

Por fim, não é meu objetivo aqui explicar o Darwinismo e nem me aprofundar sobre Darwinismo Digital. Até porque a transformação digital traz em si muito do que precisamos saber para sermos os líderes necessários para o futuro do trabalho.

Além disso, lembre-se que a tecnologia representa o como nós mudamos, mas o ser humano significa o porquê mudamos. Aliás, a tecnologia é capaz de até mesmo de fazermos recuperar sentidos como a visão. Veja este vídeo em que um homem cego enxergou pela primeira vez em 20 anos:

Neste sentido, perceba que o vídeo nos mostra uma nova forma de trabalhar a tecnologia, mas não a sermos a tecnologia propriamente dita. O homem que não enxergava continua expressando suas emoções, e nos emocionando. Como resultado, a tecnologia possibilita ao ser humano fazer mais, conquistar mais e escrever novos capítulos de sua própria história. Por fim, nós da Haze Shift estamos prontos para ajudar a reescrever histórias: de pequenos a grandes empreendedores. Afinal, estamos juntos: a apenas um Zoom de distância. 

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