Como uma crise pode criar uma necessidade espontânea de inovação e abrir oportunidades para empresas inovadoras atenderem às novas e alteradas necessidades do mercado?
Nas últimas décadas da nossa atualidade até o pré COVID-19 vivemos e aprendemos uma realidade que os mercados buscam ciclos contínuos até chegar a novos equilíbrios, vindos das perturbações desses novos equilíbrios. No estágio de equilíbrio do mercado, novas tecnologias, serviços e produtos chegam aos mercados consumidores pretendidos. A inovação é adotada primeiramente pelos consumidores entusiastas e visionários que são seguidos pela maioria precoce e tardia, o que traz um novo equilíbrio no mercado.
Do ponto de vista do comportamento empreendedor, temos os empreendedores “destruidores criativos” que desenvolvem inovações adjacentes e transformacionais para perturbar mercados estáveis , enquanto há os empreendedores “aproveitadores de oportunidades” que aguardam mais tempo para adaptar suas ofertas e só embarcam quando os mercados são restabelecidos novamente.
Essa dinâmica basicamente é vista como a inovação inevitável, pois quanto mais tempo um mercado estiver em um estágio de equilíbrio, maior a chance de um empreendedor quebrar esse equilíbrio.
E existe inovação desencadeada por crises?
Não são apenas os empreendedores “destruidores criativos” que provocam perturbações ou desequilíbrios no mercado, mas também vários fatores externos, como por exemplo, a crise sanitária que estamos vivenciando da COVID-19. Quando uma crise ocorre, se desencadeia a interrupção ou descontinuidades de mercados.
A interrupção inicia o “vale da perturbação”: o momento em que os mercados hibernam por causa de uma crise em andamento. Após o momento da hibernação, os mercados seguirão um processo típico de recuperação que os levará a uma nova linha de base. As novas tecnologias ganharão bastante atenção antes que o capital de risco ou o financiamento se tornem disponíveis e os empreendedores comecem a assumir o controle e trazer novas soluções ao mercado.
Qual tipo de empresa será capaz de atenuar os efeitos da crise e aproveitar as oportunidades com algum proveito da perturbação que a crise instalou?
Com certeza as empresas que trabalham com inovação aberta.
Empresas que praticam a inovação aberta como parte de suas estratégias já estão conectadas em ecossistemas de inovação. São empresas que possuem alianças estratégicas, cultura de parcerias e cooperações técnicas e de negócios em andamento. Nesse momento que os mercados hibernam com a crise, estas empresas possuem mais fluidez para trabalhar em rede na observação, criação e prototipação de cenários na busca de excelentes oportunidades de novos modelos de negócios, produtos, ofertas e do novo consumidor. Ou seja, as empresas que possuem presença nos ecossistemas de conhecimento e de negócios são muito mais capazes de pular a bordo do “novo novo equilíbrio”.
E a sua empresa, independente do tamanho, possui uma rede de parceiros que você possa criar um novo futuro?
Aqui vão algumas ideias para você desenvolver inovação aberta com seus parceiros:
- Co-branding: fortalecer a imagem de marcas parceiras participantes, ambas ganharam autoridade diante do público atual e do público que se pretende atingir, com redução dos custos de aquisição de leads.
- Co-marketing: parceiros com o mesmo público-alvo e propostas de negócios diferentes poderiam ter sinergia no processo de comercialização e compartilhamento de canais de distribuição.
- Inteligência Coletiva: parceria com fornecedores, clientes, empresas do setor e o ecossistema para colaborar a obtenção de dados estratégicos, como informações de preços e cotações, facilitaria a tomada de decisão.
- Co-engenharia / Co-produção: na indústria, parceria entre dois ou mais parceiros em todo o processo de design, engenharia e fabricação com equipes multidisciplinares e integração da cadeia de suprimentos. Produz melhora na economia de escala e reduz de custo nos ambientes de produção (em massa).
Pelos exemplos e cenário que vivemos, fica claro que o desenvolvimento de parcerias são imprescindíveis para que a inovação aberta seja crucial para as empresas sobreviverem. Reflita as relações da sua empresa. Como está a saúde destas relações? Qual foi último negócio realizado com ou para os seus parceiros?