Haze Shift

Como transformar os três pilares da sustentabilidade em uma inovação efetivamente sustentável

inovação e sustentabilidade

inovação e sustentabilidade: prédio com áreas verdes na sacada. Foto de 贝莉儿 DANIST/ Unsplash

Quem me conhece sabe que este é um dos temas que mais gosto. Acredito que inovação e sustentabilidade são inseparáveis, principalmente para empresas que desejam se diferenciar e não apenas sobreviver. 

A preocupação dos países com o desenvolvimento sustentável vem desde a década de 1970 quando se percebeu que o modelo sócio-econômico que vinha sendo praticado traria prejuízos ambientais, econômicos e sociais para as futuras gerações. Então a Organização das Nações Unidas (ONU) criou uma comissão de estudos que definiu o modelo de desenvolvimento sustentável como aquele que deve “satisfazer as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”.

Um tripé com inovação e sustentabilidade

Os três pilares do desenvolvimento sustentável são econômico, social e ambiental. Para não restar dúvidas, vamos definir cada um deles antes de relacionarmos inovação e sustentabilidade:

Em 2015 a ONU divulgou os 17 objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS), que são metas tangíveis dos principais problemas econômicos, sociais e ambientais que precisamos erradicar até 2030. Este site mostra como está a situação do Brasil na conquista dessas metas. Algumas temos avançado nos últimos anos, como erradicação da pobreza e da fome. Porém, outras ainda precisam ser alcançadas. 

Expectativa x Realidade

Infelizmente, o que eu vejo muito por aí é o investimento apenas no pilar econômico e os outros recebendo menos investimento ou simplesmente sendo deixados de lado. Alguns veem este pilar como um meio de crescer e se diferenciar no mercado, mas isso não é o suficiente.

Apesar de termos evoluído muito nos últimos anos, ainda percebo que existe um pensamento equivocado de ver a  sustentabilidade apenas como uma exigência legal. Nesse sentido, muitos a veem apenas como um mal necessário, e não como uma forma de gerar valor para a sociedade ou mesmo como forma de se diferenciar dos concorrentes. Por esta falta de interesse, criam áreas amadoras, em geral com pouco recurso, sem dar o seu devido valor estratégico que merece. 

A sustentabilidade não é um conceito tão simples. Ela tem várias dimensões e não pode ser realizado com uma ou outra ação corporativa, precisa ser um projeto contínuo e fazer parte do planejamento estratégico da empresa. Além disso, garanto que fazer toda esta mudança em sua empresa valerá muito à pena.

Um estudo da KPMG apurou que, dos 135 gestores de grandes fundos que participaram da pesquisa, 45% dizem escolher onde aplicar levando em conta fatores ambientais, sociais e de governança.

No Brasil a B3 tem uma carteira de companhias que se encaixam no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). São cerca de 30 empresas, entre elas, a Natura, Copel, Fleury e outras. Desde a criação,em 2005, esta carteira acumula valorização de 203,80%, e ainda teve a menor volatilidade, de apenas 24,22%.

Como conectar inovação e sustentabilidade? O exemplo da Nissan

Agora que você já conhece os pilares da sustentabilidade e os objetivos do desenvolvimento sustentável e deseja tornar isso parte de sua empresa tem dois caminhos: adotar um modelo pronto ou investir em inovação.

Replicar algum modelo pronto vai te ajudar a atingir as metas globais, mas não vai te diferenciar perante os concorrentes.

Com a inovação, você pode alcançar mais impacto econômico, social e ambiental, realmente se tornando diferente e relevante tanto para o mercado quanto para colaboradores, a comunidade e o meio ambiente. 

Nós da Haze Shift construímos um programa de impacto e sustentabilidade estimulado por uma visão de inovação junto ao Instituto Nissan, o Inova-san. Nesse sentido, tínhamos um desafio muito inspirador ligado a essa área da organização que naturalmente já costuma impactar o em torno da fábrica. Como conseguir estimular a comunidade local a resolver seus próprios desafios de forma inovadora e com apoio da Nissan?

Com isso, realizamos um programa de inovação aberta e educação empreendedora chamado Inova-san, onde convidamos universitários de toda região Sul Fluminense para criar e apresentar projetos em 3 modalidades: negócios sociais, mobilidade inteligente e meio ambiente. Dessa maneira, nós conectamos uma grande organização, a comunidade local e a preocupação ambiental, além da econômica. 

Resultados do programa

Mais de mil alunos se inscreveram, 50 professores, 200 colaboradores da Nissan e 30 líderes locais de comunidades da região que formaram 250 times. Contamos com o apoio das mais de 25 universidades, atingimos 13 cidades e envolvemos a 30 líderes da comunidade local de inovação, professores universitários, empresários, investidores, poder público. Ademais, tivemos o apoio de vários organismos de fomento à inovação e ao empreendedorismo para fazer esse programa impactar não apenas os projetos vencedores, mas também a região na forma de um engajamento ímpar e na mudança de sua cultura.

Os finalistas dessa edição foram um projeto para controlar poluição marítima, um protótipo de mobilidade para pessoas com deficiência e um marketplace para conectar fornecedores e consumidores com necessidades especiais em alimentação.

A empresa sustentável será cada vez mais valorizada

Os consumidores e o mercado têm visto com bons olhos empresas que praticam o desenvolvimento sustentável. Gestoras de fundos de investimentos já perceberam que as mudanças climáticas podem levar a um cenário de risco, e muitas empresas podem contribuir com a diminuição na emissão de carbono.  

Para você ter uma ideia, Larry Fink, CEO da Black Rock, a maior gestora de fundos  investimentos do mundo com 7.4 trilhões de dólares sob sua gestão, fez uma carta aberta a CEOs compartilhando a preocupação com as mudanças climáticas. Ele afirma que só trabalha com empresas que tenham compromissos com a Sustainability Accounting Standards Board (SASB). Além disso, que divulguem os riscos relacionados ao clima de acordo com as recomendações da Força-Tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima (TCFD).

Na carta, Flink afirma que “com o tempo as empresas e países que não respondem às partes interessadas e não tratam dos riscos de sustentabilidade encontrarão um ceticismo crescente dos mercados e, por sua vez, um custo de capital mais alto”.

Ser uma empresa sustentável não é só uma questão moral, mas também daqui para frente pode ser também sinônimo de uma empresa confiável para se investir. 

Por uma inovação sustentável bem-sucedida

Então, para muitas organizações aderirem ao tema sustentabilidade, a inovação pode ser um meio que, além de oportunizar a criação de novos produtos ou serviços de grande valor, também deveria trazer novos meios pela qual ela iria gerar impactos sociais e ambientais. Essa mesma inovação poderá servir para criar formas novas de gerar impacto a menor custo e maior eficiência do que o mercado já oferece.

Acima de tudo, nós da Haze Shift acreditamos que as organizações estão caminhando cada vez mais na direção de uma sustentabilidade mais sistêmica. Portanto, como consultoria estamos aqui para poder contribuir cada vez mais para que isso ocorra de forma inovadora e significante nas empresas.

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