Haze Shift

Os desafios e processos de aprendizagem no livro Design for How People Learn: um resumo e um Podcast!

Processos de aprendizagem.

Processos de aprendizagem. Foto: Julia M Cameron / Unplash

Um dia desses procurei alguém que não sofre de sobrecarga de informações. Não encontrei ninguém. Aliás, eu acho que nunca encontraria, ainda mais com a sobrecarga de informações que vivemos. Foi então que mudei meu pensamento e busquei dicas sobre processos de aprendizagem.

Nessa jornada, eu me deparei com o livro Design for How People Learn:  Design de como as pessoas aprendem. O livro da consultora e designer Julie Dirksen me parece a maneira ideal para entender como o chamado design instrucional é importante para aprendermos e ensinarmos coisas novas. No universo corporativo isso é essencial para criarmos uma verdadeira cultura de inovação, onde é preciso criar e ensinar ao mesmo tempo.

Basicamente, o design instrucional nos ajuda a estruturar, desenvolver e repassar conteúdos de valor a nossos colegas, das mais diversas formas. Inclusive como despertar interesse nos colegas para aquilo que estamos falando.

#08 Podcast Design de como as pessoas aprendem ou Design for How People Learn

Você também poderá conhecer um pouco mais sobre o livro Design for How People Learn neste post e em um podcast que eu gravei com os colegas Luiz Henrique Costa, host de nossos podcasts Hazeliente, a Helena Merk, head da comunidade Inovadores Inquietos; Eduardo Martyres, da área de Design e Oficinas da Haze Shift, e a Gabriela Garcia, da área de projetos. Ouça:

Processos de aprendizagem: vamos por partes

Primeiramente, eu vejo como essencial neste resumo do livro Design for How People Learn explicar o que a autora chama de lacunas de aprendizagem. Isto é, identificar as dificuldades para uma pessoa compreender um tema ou executar um processo. Com a autora, reforcei algo que desconfiava sobre como a tecnologia e o ambiente que vivemos são barreiras para os processos de aprendizagem. Mas elas não são as únicas.

Enquanto alguns estudantes ou mesmo colaboradores podem ter déficit de conhecimento para exercer seu trabalho, outros precisam desenvolver habilidades práticas. Outros podem ter problemas de motivação, por exemplo. Nesse sentido, acho importante destacar, primeiro, duas lacunas dos processos de aprendizagem:

Barreiras de ambiente e de comunicação

Entre as lacunas de aprendizagem, também é importante destacar dois fatores apresentados no livro Design for How People Learn. Uma está bem conectada à outra; confira:

Os processos de aprendizagem da motivação e do hábito

Muitas vezes pensamos que professores chatos são os culpados por determinadas falhas de nosso aprendizado. Eu sou professor universitário e quero fazer uma defesa da categoria: será que o problema está apenas no professor ou você não encontrou um motivo para se aprofundar no conteúdo?

O professor tem a obrigação de ajudar você a encontrar sentido para o conteúdo, mas muitas barreiras dependem mais do indivíduo quanto, formando as seguintes lacunas dos processos aprendizagem:

Motivação intrínseca e extrínseca: criando valor para o trabalho

Agora peço licença para seguir no tema motivação e, quem sabe assim, convencer você a observar melhor essa barreira. Em seu livro, Julie Dirksen nos ensina que o aprendizado pela motivação intrínseca é aquele em que as pessoas sentem mais prazer, e estão propensas a destinar seu tempo, pois – além de geralmente gostar do tema – veem claramente uma experiência de aprendizado útil.

Mas e a motivação extrínseca? Essa tem a ver como o aprendizado por obrigação. Muitas vezes, alunos e colaboradores não veem sentido em algo, mas se veem obrigados a aprender certas tarefas ou adquirir certos hábitos para não serem punidos. Para exemplificar, vou contar uma história pessoal.

Leia também: Criatividade e inovação nas empresas, do design de Santos Dumont às ferramentas modernas

Para mim, estudar sustentabilidade e inovação é algo intrínseco, pois faz sentido e é algo estimulante. Mas tem algo que eu odiava quando [mais] jovem: a tal da Química. Realmente, era um parto. Eu não via sentido em estudar aquelas moléculas e ninguém nunca me mostrou como aquilo poderia ter utilidade.

Porém, a medida que me tornei adulto, comecei a cozinhar. Então comecei a fazer experimentos. Eu deveria usar o tal do fermento químico ou biológico? Se eu exagerar no bicarbonato, vou acabar com o sabor do cookie por quê? Pois olha, agora eu vejo que se meus professores utilizassem a culinária para me ensinar Química, provavelmente, não teria tido rejeição a essa disciplina. 

E no ambiente corporativo, isso é possível?  Extremamente. Se você é gerente de uma equipe jovem, aposto que oficinas de aprendizado com a chamada gameficação serão mais divertidas, e como consequência farão seus colaboradores absorverem melhor os conteúdos, as metas e as tarefas que você quer que eles executem.

O elefante e o cavaleiro e os processos de aprendizagem

Agora, se você pensa que precisamos apenas focar em lacunas de processos aprendizagem para entender o design de como as pessoas aprendem, errou feio. Além de um bom ambiente, é preciso evitar que o nosso cérebro se distraia. É o que a autora Julie Dirksen chama de o elefante e o cavaleiro. Calma que vou explicar.

Sabe quando você está fazendo uma tarefa ou lendo um artigo e, inconscientemente, dispersa o raciocínio? Esse é o elefante que existe em você, que precisa ser domado. Nesse sentido, o cavaleiro em cima do animal muitas vezes tenta puxá-lo para um lado, e o animal – teimoso – vai para o outro. O cavaleiro precisa encontrar maneiras de domar o elefante, que é mais forte. Dessa maneira, conheça algumas dicas para o cavaleiro domar o elefante:

Essas duas dicas se resumem a algo básico: controlar os impulsos quando estamos tentando aprender ou executar algo. Como professor, eu gosto que os alunos estejam com a câmera aberta nas aulas online para ver se o elefante dos alunos está em ação, assim posso ajudá-los.

Mas isso também ser útil no dia a dia do trabalho. Sessões de brainstorm (e até reuniões) são melhores quando olhamos as reações. O líder da reunião precisa ficar de olho se os elefantes estão domados para evitar a dispersão. Parece óbvio, mas, no fim das contas, só assim a reunião será produtiva.

Aplicação prática: um case da Haze Shift

Nós da Haze Shift podemos ajudar gestores e colaboradores a se tornarem verdadeiros facilitadores dos processos de aprendizagem e da inovação na sua organização. Uma experiência ocorreu durante um projeto voltado à Cultura da Inovação que executamos junto com a equipe comercial da Eudora no Grupo Boticário.

Nosso objetivo era estimular o pensamento criativo entre líderes, de forma que essas pessoas pudessem usar essa habilidade com suas equipes. Então, não bastavam boas ideias. Era necessário fazer o grupo compreender porquê estavam nesse projeto (lacuna motivacional) e depois fazê-los experimentar. Tínhamos uma lacuna de conhecimento e habilidades que deveriam ser supridas.

A proposta foi fazer um desafio interno, em uma oficina para apresentar o conhecimento básico de processos criativos e sua experimentação, suprindo as lacunas de processos de aprendizagem de conhecimento e habilidades. O projeto fluiu e o sucesso veio com a apresentação das ideias, a construção coletiva a partir de grupos formados, os sorrisos do resultado e depois com o compartilhamento da experiência. Ou seja, os líderes se tornaram educadores levando o conhecimento às equipes.

Processos de aprendizagem: oficina desenvolvida pela Haze Shift junto ao Grupo Boticário.

Caso você perceba desafios de aprendizagem em sua equipe em temas como inovação, mudança de cultura e transformação digital, por exemplo, nós temos a expertise de organizar, mesmo em tempos de pandemia, oficinas que certamente derrubam as lacunas de processos de aprendizagem: levamos em consideração todos os fatores para proporcionar o melhor ambiente e comunicação para gerar conhecimentos e habilidades, buscando despertar a motivação intrínseca.

Despertei sua curiosidade para saber como fazemos isso? Algumas dicas estão aqui mesmo em nosso blog. Outras eu gostaria de te contar pessoalmente, por isso, venha conversar conosco.  Aproveite e deixe um comentário neste post e me conte quais são suas principais lacunas de aprendizagem. Certamente juntos encontraremos caminhos criativos para preencher essas barreiras.

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