Haze Shift

Por que sua empresa precisa definir uma tese de inovação e como fazer isso

Tese de inovação

Tese de inovação: bússola. Foto de Valentin Antonucci no Pexels

Sempre que falamos em inovação há quem pense apenas na parte criativa. Contudo, existe muito mais transpiração (dedicação) do que criação, o que faz da governança da inovação algo essencial. Dentro dessa governança, um pilar fundamental é a elaboração de uma tese de inovação: o que é isso? 

Esse documento não precisa estar a sete chaves em um cofre, pois suas equipes podem colaborar com ele. Vamos explicar.

A tese de inovação é um planejamento que levanta hipóteses. Assim como uma tese acadêmica busca comprovar ou derrubar uma suposição, nas organizações, isso também ocorre, sendo um mecanismo fundamental para que o board defina onde quer mirar para investir em inovação. Nesse sentido, três pontos devem constar em sua tese de inovação:

Definindo hipóteses da tese de inovação: as áreas de investimento  

Entre os modelos de governança da inovação existentes, vários incluem a formação de comitês, sejam eles formados por altos executivos ou colaboradores estrategicamente selecionados. Essa equipe irá conduzir a formulação de hipóteses, que são apostas de investimentos em áreas estratégicas para o planejamento da tese de inovação: normalmente, a definição dessas hipóteses vem a partir de imersão, pesquisa e observação.

Sete modelos de governança da inovação que você precisa conhecer agora mesmo

Vou dar um exemplo para que fique mais claro como fazemos isso. Nós da Haze Shift desenvolvemos um projeto para um cliente do agronegócio. Com a realização de quatro workshops colaborativos, em um processo chamado Idealab, o board de inovação conseguiu afunilar algumas hipóteses para a tese de inovação. 

Certo, mas como garantir que isso esteja conectado à estratégia organizacional e por quanto tempo a empresa precisa apostar nas hipóteses definidas? Vamos a algumas respostas.

Ciclos rápidos, ligados à estratégia e comunicáveis

Lembra quando eu disse que hipóteses são feitas para serem provadas ou descartadas, como na Academia? Pois então, a hora que uma for provada ou, em nosso caso, atingir os resultados esperados ela pode ser aprovada ou, se não atingir o esperado, pode ser descartada.

Em geral, espera-se que os investimentos nas hipóteses pré-determinadas sejam de ciclos de pouco mais de um ano. Mas isso pode variar e há empresas que apostam em execuções rápidas, de poucos meses, para comprovar suas hipóteses e partir para outras apostas – mais ou menos como fazem as startups, que apostam em sprints rápidos de validação de produtos.

Com tiros tão curtos é preciso garantir que esses investimentos em inovação estejam alinhados à estratégia organizacional. E é por isso que um modelo sustentável de governança da inovação é importante. Minha recomendação é que o comitê gerador da tese de inovação – se não for formado pelo próprio board executivo – contenha pelo menos um membro da alta diretoria.  Só isso? Não, tem mais:

Em meus anos como consultor de inovação percebo que empresas temem abrir estratégias de inovação para as bases da pirâmide da organização e para parceiros da sua cadeia de valor. Eu respeito essa decisão, mas preciso lembrá-los que aqui não executamos uma estratégia, executamos uma tese de inovação, com apostas em ciclos rápidos. Além disso, quanto mais essa comunicação com os colaboradores e participantes for transparente, melhor. E dou alguns motivos para democratizar a tese de inovação:

Como a tese de inovação pode promover a inovação aberta

Entendeu o porquê desse documento ser inspirador e porque, ao abri-lo, sua capacidade de promover a inovação aberta é ainda maior? Agora peço licença para adiantar um projeto que nós da Haze Shift estamos fazendo com uma rede nacional do setor automotivo. 

Essa companhia tem a proposta de aplicar uma tese de inovação que faz uso de hipóteses para promover negócios adjacentes e transformacionais. O primeiro remete a fazer algo diferente do negócio principal (core business), como, digamos, uma indústria abrir uma loja própria. O transformacional é algo completamente novo. Eu explico isso melhor neste link sobre transformação digital.

Leia também: Uma padaria para entender o que é transformação digital nas empresas  

Vamos voltar ao tema da rede do setor automotivo. Dentro da tese de inovação, uma das prováveis hipóteses a serem trabalhadas é relacionada aos espaços livres. Como forma de inovação aberta, podem ser feitas parcerias com empresas de outros ramos, startups ou até mesmo concorrentes.

Em relação à multinacional do agro, que comentei acima, a inovação aberta também estará ainda mais evidente com a busca por startups capazes de auxiliar na hipótese de redução de uso de água. Quantos parceiros se institutos de tecnologia por aí não gostariam, por exemplo de apresentar suas capacidades de higienização com raios UV para parte da linha produtiva, por exemplo? E olha que isso é só um exemplo.

Tese de inovação: chegou a vez da sua empresa!

É por tudo isso que eu sempre reforço aos nossos clientes: a inovação aberta é estratégica para a conceituação de uma tese de valor de inovação. Afinal, toda tese de inovação precisa trabalhar em rede para, assim, promover a cultura da inovação e gerar valor, promovendo um círculo de governança da inovação perfeito, praticamente infinito.

Por fim, fica o convite: vamos conversar, você tem uma tese de inovação na sua empresa ou área / departamento? Vamos lá!

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