Quando comecei a trabalhar na Haze Shift, consultoria de inovação aberta e transformação digital, nem imaginava quanto o branding, o marketing e a comunicação estão interligados e conectados à inovação.
Mas isso foi só até conhecer as 33 rotas da Inovação Aberta descritas pelo especialista em inovação Jan Spruijt, por meio de um conteúdo aqui mesmo no blog da Haze Shift e ao me deparar com essas disciplinas distribuídas em rotas que levam e sempre estiveram levando as organizações, seus produtos e serviços à inovação. Algumas delas já foram detalhadas aqui no blog.
Uma delas eu gostaria de conversar agora mesmo com você: a rota número 15, Co-marketing ou Marketing Conjunto.
Relembrando o marketing antes do co-marketing
Antes de trazer a definição de co-marketing aqui, vamos dar um passo atrás para relembrar o que é marketing. Segundo J. Paul Peter, em seu livro Marketing, Criando valor para os clientes:
“Marketing é o processo de planejar e executar a definição do preço, promoção, distribuição de ideias, bens e serviços com o intuito de criar trocas que atendam metas individuais e organizacionais”.
Essa definição tem relação direta com os chamados 4P’s de marketing – Praça, Produto, Preço e Promoção – em esforço conjunto para trazer vendas e conseguimos perceber que o marketing tem uma função muito importante nesse sentido.
Dessa forma, o co-marketing ou marketing conjunto trata de uma ação sinérgica de marcas de produtos ou serviços associados a uma ação promocional (P de Promoção) que impulsionam a venda desses produtos ou serviços por determinado preço e local.
Marketing conjunto e co-marketing: exemplos
Para simplificar, imagine que co-marketing fosse uma relação entre pessoas. Lembra daquele seu colega de faculdade que era super popular? Você, de repente, convida ele para ir na sua festa de aniversário e ele confirma presença e conta aos amigos que vai estar lá: é mais provável que todos os outros colegas da escola confirmem presença também e a festa seja um sucesso. Isso seria um tipo hipotético de co-marketing!
Agora vamos a um exemplo de co-marketing na vida real. Gosto de puxar um caso de varejo porque muitos de nós já conhecemos essas marcas e facilita o entendimento devido a identificação:
A Vanish e a Riachuelo criaram uma ação promocional em conjunto chamada Vanish banca seu look. A campanha propôs aos consumidores comprarem produtos Vanish lava-roupas e tira-manchas, em troca de créditos para obter descontos para compra de novos produtos na Loja Riachuelo.
Isso foi um incentivo para as pessoas recuperarem suas roupas manchadas e também para adquirir looks da moda Riachuelo. Confira o vídeo do comercial:
Diferença entre co-marketing e co-branding
Há pessoas que podem confundir co-marketing e co-branding, rota 13 que leva a inovação aberta segundo Jan Spruijt, descrita pelo colega Rodrigo Medalha neste link.
Ambos são rotas de inovação aberta, com diferenças entre si, porém extremamente complementares.
Vamos, portanto, voltar um pouquinho para o branding, que está relacionado à gestão da marca ou ao negócio como um todo. Tanto que, segundo David A Aaker – autor de livros de branding e professor da Haas School of Business na Universidade da Califórnia em Berkeley – a marca é mais do que um nome e/ou logotipo. Ela caracteriza a promessa e a jornada de uma organização junto a um cliente para oferecer o que ela representa não apenas em termos de benefícios funcionais, mas também os emocionais, auto-expressivos e sociais.
Portanto, o co-branding traz uma relação mais duradoura e acontece quando duas marcas se unem para criar um novo negócio em conjunto com a outra. Esse novo produto ou serviço criado objetiva que cada marca transfira valor uma para outra de forma que impulsione aquele novo produto ou serviço de forma perene trazendo valor para ambas. É como se aqueles dois amigos da faculdade resolvessem se juntar oferecendo serviços de eventos eletrônicos para a sociedade em geral. Um exemplo de mercado é a parceria entre Go Pro e Red Bull gerando conteúdo e produto de inovação.
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Mas porque são rotas complementares? Porque essas empresas, depois de lançar esse novo produto, podem, por exemplo, utilizar a rota de co-marketing, criar uma oferta única e fazer a divulgação conjunta de em seus pontos de contato da marca, sejam digitais e/ou físicos, potencializando as vendas e trazendo lucro para ambas as partes. O caminho inverso também vale.
Mas há casos de co-marketing que, mesmo não gerando um novo produto, como acontece no co-branding, pode gerar impacto positivo para a sociedade, ou pelo menos para seus futuros compradores.
Exemplo de co-marketing da LEGO e Volvo
Vamos a um exemplo prático de co-marketing ou marketing compartilhado de impacto, mencionado no conteúdo das 33 rotas da inovação aberta.
Já ouviu falar da Lego Land? É um parque temático da Lego na Califórnia. Por volta de 2003, eles fizeram uma parceria com a Volvo — fabricante de veículos automotores — e criaram uma campanha genial que atingiu o público-alvo de ambas: a família.
A campanha tinha como objetivo divulgar o programa Condutores do Futuro da Volvo, voltado para crianças de 3 a 13 anos. A proposta ensinava as crianças sobre dirigir com segurança e sobre o que é segurança em um automóvel. As empresas ofereciam, na Lego Land, a oportunidade de as crianças dirigirem veículos elétricos similares aos blocos de Lego e que levavam a marca Volvo.
A ação também tinha como objetivo conscientizar os visitantes no Parque, influenciar as crianças futuros motoristas, bem como os atuais – os pais, por meio de seus filhos.
Fonte: Volvo Cars US
A ação mostrou que, à medida que as crianças moldam seus próprios mundos com peças LEGO e também aprendem dirigir um carro da Volvo, entendem sobre trânsito consciente. Isso cria uma experiência criativa com a marca Volvo – uma das maiores em veículos seguros.
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Perceba que, por meio do co-marketing ou marketing conjunto, a campanha buscou trazer impacto positivo na sociedade e também trabalhar uma geração de futuros compradores de carros Volvo.
Oportunidade com o co-marketing
Em outras palavras, o co-marketing pode trazer benefícios financeiros no curto ou no longo prazo,
Portanto, se ao ler esse conteúdo você identificou a oportunidade de utilizar o co-marketing para potencializar a inovação aberta na sua organização, ou mesmo lançar mão da estratégia de parcerias para desenvolver ainda mais seu negócio, vamos conversar e desenhá-la em conjunto por meio do Design Estratégico.
Afinal, essa primeira parceria a partir do co-marketing pode levar você a uma relação futura de parceria ainda mais duradoura como aquelas tratadas em co-branding e gerar novos negócios. Então, esperamos você para uma boa conversa. Até lá!