Durante a jornada de uma organização, o empreendedor pode chegar em um momento em que sente a necessidade de ampliar seu portfólio de produtos e serviços. E quando ele inicia esse processo, pode se deparar com desafios e tudo pode parecer abstrato, gerando um aparente distanciamento entre o problema e a solução 

Para ajudar nesse momento, existe uma ferramenta muito prática e criativa que pode humanizar seus insights, mapear cenários de atuação e logo validar um primeiro conjunto de ideias. Estamos falando aqui do Scenes, a ferramenta criada pela SAP AppHaus.

O Scenes, como o próprio nome sugere, é uma ferramenta com a qual é possível projetar cenas que ajudarão a prototipar personas e situações onde os produtos e soluções da sua empresa possam atuar. 

Mais do que isso, o Scenes proporciona a criação de um storytelling físico e interativo, descartando a necessidade de documentos escritos longos e desnecessários, substituindo-os por uma ferramenta criativa e que propicia ao time visualizar o desenvolvimento de sua co-criação.

Como utilizar o Scenes

Para utilizar a ferramenta, no próprio site da SAP AppHous é possível fazer download de forma gratuita dos materiais que você deseja utilizar, podendo escolher entre cenários, personagens e objetos distintos que melhor se adaptam a necessidade de sua empresa. 

Caso você goste da ideia e decida utilizar em um workshop ou dinâmica de construção, você precisará imprimir o cenário e os personagens e sugiro ainda que você imprima mais de uma cópia das peças selecionadas para a atividade, já que eles poderão ser usados mais de uma vez!

Leia também: Quais ferramentas escolher para antes de promover workshops online e desafios de inovação

Fonte: SAP – AppHaus

Você deve estar se perguntando qual o processo em que isso funciona. Vamos explicar. 

É hora de dar início à construção de uma situação de impacto para o público alvo, ou seja, a persona que desejamos atingir, estabelecendo como os novos serviços podem gerar valor a ela.

Pirâmide de Fraytag

Como falamos, esta é uma ferramenta de Storytelling, logo é necessário a utilização de um arco narrativo que possibilite a criação de cenários onde o seu produto ou serviço proposto são necessários. Nós da Haze Shift utilizamos para essa finalidade a pirâmide de Fraytag, um diagrama que permite construir seu enredo com pontos de virada bem definidos e que facilitam a criatividade da equipe.

A pirâmide se divide nas seguintes partes:

Situação atual 

Para iniciar o uso deste diagrama, temos que pensar primeiro sobre quem é a nossa persona e como é a Situação atual dela: 

  • Qual é o cliente que seu produto/serviço procura atingir? 
  • Quem detém o problema que você procura solucionar? 
  • O que essa pessoa quer, sonha ou teme? 

A partir dessas primeiras perguntas, começamos a caracterizar esse indivíduo com um nome, gênero, idade, ocupação, áreas de interesse, influências culturais entre outros aspectos que considerar importante. Quanto mais características delimitarmos, mais rica e bem articulada a cena será.

Gatilho 

Estabelecida a situação física e psicológica em que a persona se encontra, agora falta engajar ela numa jornada em que utilizará o nosso serviço proposto. E é aí que entra o gatilho. 

Este é o acontecimento que estimula a persona buscar um objetivo, é o incidente que motiva o uso da solução que está sendo proposta. 

Por ser a chave que gera mudança no mundo atual já estabelecido, é importante manter o foco aqui em acontecimentos palpáveis e materiais, não em pensamentos e relações abstratas, já que a necessidade gerada pelo gatilho deve possuir algum grau de urgência.

Clímax 

É o ápice onde os problemas e necessidades do cliente são solucionados, o momento de sanar E caso você vá utilizar em um workshop ou dinâmica de construção, é importante  considerar e compreender que a persona do cliente ainda não atingiu a plenitude quanto aos anseios e receios da situação inicial.

Legado do futuro

Esta etapa é a etapa final da pirâmide, é o momento onde a persona recebeu e percebeu os benefícios da solução do produto ou serviço prestado pela empresa. Logo, para o futuro fica um legado em que a persona confia não só naquela solução, mas em futuras possibilidades de soluções que a empresa pode vir a oferecer.

Mas você pode estar se perguntando: como podemos articular o Scene com essa estrutura narrativa? É bem simples, é hora de dividir essa pirâmide em 3 partes: 

  1. Começo (Situação atual e Gatilho); 
  2. Meio (Uso do Benefício e Clímax); 
  3. Fim (Benefícios da solução e Legado do futuro);

Para cada uma dessas partes, construímos maquetes de cenários diferentes, utilizando os recursos impressos citados anteriormente para que o enredo da atividade seja o mais rico possível. No processo, é possível se envolver empaticamente com a situação proposta ao dar materialidade às necessidades da persona, podendo prever  relacionar os objetivos, obstáculos e as táticas adotadas pelos clientes na hora de utilizar serviços e produtos.

Aqui na Haze Shift recentemente tivemos a oportunidade de aplicar o método em um Workshop numa Healthtech que atende cooperativas médicas. O cliente desejava evoluir a usabilidade de seu aplicativo, compreendendo melhor as necessidades dos usuários e as tendências do mercado. Assim, o Scenes foi utilizado para que os colaboradores pudessem desenvolver um olhar empático para os principais insights elencados, construindo jornadas do cliente cheias de nuances que propiciaram o desenvolvimento de novos serviços e oportunidades de negócios. 

Agora você já está pronto para  aplicar essa ferramenta para melhorar a entrega de insights em seus workshops e atividades de cocriação. Mas se tiver alguma dúvida, vamos conversar! Se preferir deixe seu comentário no final desse post que vamos adorar responder para você. 

Escrito por:

André Arruda
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Atua na área de projetos de inovação na Haze Shift com produção de conteúdo audiovisual