Não é novidade que o Turismo foi uma das indústrias mais impactadas pela pandemia. Segundo dados da Organização Mundial do Turismo, as perdas do setor chegaram a US$ 4 trilhões para o PIB Global somente até setembro de 2021. Com a crise sem precedentes, o setor foi obrigado a se reinventar e, principalmente, entender novos tipos de viajantes e de comportamento. E como fazer isso? Com inovação em turismo.
Mesmo antes da pandemia, mudanças tecnológicas já vinham acontecendo no setor com a entrada de empresas que hoje já são líderes mundiais. São os casos da Booking.com, do Airbnb e até mesmo Uber e IFood. Essas mudanças abriram as portas para uma nova forma de turismo: a reserva ficou mais rápida, a hospedagem menos protocolar, e a viagem uma nova experiência.
E durante a pandemia, o que poderia ser feito já que a circulação de pessoas foi impedida? O Airbnb e a Amazon transformaram seus sites em portais interativos onde você pode conhecer um local virtualmente e acompanhado de guias locais, respectivamente, o Airbnb Experience e a Amazon Explore.
Inovação em turismo
Além de portais na internet, espaços de artes como o Louvre e a Capela Sistina abriram suas portas virtualmente para acesso às suas exposições permanentes para quem quisesse visitá-los. Até mesmo o Google criou uma iniciativa, chamada Google Arts & Culture, onde se tem acesso a mais de 500 museus e galerias de arte pelo mundo. São excelentes amostras de inovação em turismo na pandemia.
Do mesmo modo, redes hoteleiras e aeroportos passaram a conviver com a low touch economy implantando serviços de check in utilizando sistemas de reconhecimento facial. Um bom exemplo é este link do Aeroporto de Salvador.
Inovação no turismo local
Localmente falando, também surgiram iniciativas. Uma delas é de Curitiba, onde fica um dos maiores restaurantes do mundo: o Madalosso, de comida italiana.
Por lá, o empresário e chef Beto Madalosso lançou o kit Cozinhe com o Beto Madalosso, em que é possível adquirir um kit para um jantar para uma data especial. Este kit contém todos ingredientes necessários e no dia o chef faz uma live ensinando o passo a passo de como preparar a refeição. É uma verdadeira disrupção do próprio modelo de negócio por meio da transformação digital.
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Esses exemplos e tantos outros mostram que caminhos existem e que a tecnologia pode ser uma grande aliada para o desenvolvimento do setor turístico. A grande questão é entender como usar tecnologias e pensar em inovação em turismo para melhorar nossos negócios.
O primeiro ponto é nos conscientizarmos que a tecnologia é uma ferramenta para agilizar nossos processos e nossas interações, mas não a solução final. Ela facilita a rotina diária e atividades para que assim tenhamos mais tempo para atividades que agreguem efetivamente valor e humanizem essas interações, presencialmente ou à distância.
Para aplicar assertivamente a tecnologia no dia a dia das empresas, é importante estar atento e acompanhar ativamente as tendências e as mudanças que vêm ocorrendo no comportamento dos viajantes, quais suas necessidades, o que realmente buscam.
Turismo além da tecnologia: foco na cultura da inovação
Nesse sentido, é importante ter em mente que o viajante vem buscando formas de aproveitar o tempo “perdido” durante a pandemia, sair de casa, conhecer lugares. Ao mesmo tempo, ele mudou seu foco de simplesmente adquirir coisas, para adquirir memórias e experiências de vida.
E para ajudar nessa criação de experiências, o setor do Turismo precisa internalizar a cultura da inovação e o processo de transformação que a sociedade vem passando. E para auxiliar esse processo, sugerimos a utilização de ferramentas de inovação como a Matriz de Ambição em Inovação criada por Bansi Nagji e Geoff Tuff (2012) para criação e definição de projetos de inovação. Esta matriz auxilia empresários de todos os tamanhos a avaliarem e definirem seus focos de atuação.
Segundo os autores, o ideal é atuar na seguinte proporção:
- 70% na otimização de produtos e clientes existentes (inovações centrais);
- 20% para expandir a atuação para novos negócios (inovações adjacentes);
- 10% desenvolvendo inovações para mercados que ainda não existem (inovações transformacionais).
Essa proporção reforça a importância que tais mudanças e inovações precisam acontecer de dentro para fora. E a solução nem sempre é a criação de um app ou a aquisição de tecnologias de ponta. Às vezes a solução é repensar seu método de atendimento, falar e, principalmente, escutar seu cliente. Afinal o avançado é inútil se o básico não é bem feito.
De olho em tendências
Um grande meio para inovar nos negócios, certamente, é estar atento às tendências. Nós da Haze Shift fazemos esse acompanhamento rotineiramente. Por isso, selecionamos aqui alguns exemplos que surgiram nos últimos meses e comprovam a inovação em turismo:
Inovação Central
- Serviço de delivery de restaurante de hotéis, veja o caso da Nômade em Casa (Nomaa Hotel).
- Organização de eventos híbridos, como o Wedfully casamentos virtuais.
Inovação Adjacente
- Hospedagem com opção de compra dos móveis do hotel, como no caso do Hotel D Room.
- Espaços de coworking para hóspedes, como mostra esta parceria Accor Hotels com o WoJo Coworking.
Inovação Transformacional
- Aproveitamento de espaço com cinema drive-in, como fez o restaurante curitibano Madalosso, ao criar o Madalosso Drive-in.
- Aulas de empreendedorismo no sistema de entretenimento a bordo, como neste caso da Iberia Airways
- – Vans adaptadas com quartos para viagens rodoviárias, como fez a Cabana Mobile Hotels.
E a sua empresa, está pronta para criar ações como essa? Nós da Haze Shift temos a expertise de criação de projetos de inovação aberta e transformação digital que fazem uso de ferramentas como o design thinking para transformar seu negócio. Fale com a gente e vamos repensar seu planejamento neste momento em que estamos prestes a iniciar uma retomada de diversos setores, como o turismo.
Escrito por:
Melissa Rasera
Melissa Raseraé Global Media Manager na empresa Zoox Smart Data e consultora associada da Haze Shift, bacharel em Turismo pela UFPR especialista em Gestão Estratégica pelo ISAE FGV e mestranda em Administração pela University Canada West em Vancouver, Canadá. Realiza trabalhos sobre Criatividade, Inovação, Gestão de Negócios e Hospitalidade. Apaixonada por literatura de onde surgiu o interesse em estudar sobre restrições criativas.
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