Inovação é a busca constante por novos resultados; a Teoria das Restrições (Theory of Constraints – TOC) é uma excelente metodologia para apoiar as empresas na sua cultura de inovação. Inovar traz consigo muitas incertezas, novas interrelações e muito comportamento humano para evitar mudanças e ficar na zona de conforto. Contudo, mapeando nossos problemas e incertezas, temos metade da solução. Para isso, nada melhor que um diagnóstico com a Árvore da Realidade Atual (ARA).
Parafraseando Lao Tsé: “Mantenha seus amigos próximos, e seus inimigos mais próximos ainda”. Com a ferramenta Árvore da Realidade Atual, diagnosticamos insatisfações e preocupações a partir dos efeitos indesejáveis (inimigos da inovação), montando uma visão gráfica de causas e efeitos que permite identificar os pontos de alavancagem para o sucesso.
Leia uma introdução à Árvore da Realidade Atual e ao Diagrama de Conflitos
Uma vez identificada uma restrição (recurso limitador do sucesso), os próximos passos definidos por Eliyahu M. Goldratt, autor da TOC, é explorá-la. isso significa, entender o máximo possível da restrição para subordinar todo o sistema a ela. Pois afinal de contas nesses casos a restrição é quem manda. Sendo assim, como podemos elevar os ganhos com a restrição? E resolvendo uma restrição, seguramente outra irá surgir. Por isso, mantenha-se sempre em movimento e identifique a próxima restrição.
8 Categorias de Ressalvas Legítimas
Com a ARA criamos consciência de onde estamos, e sabendo onde queremos chegar, podemos determinar como iremos para o novo patamar. Por meio dela é possível mostrar os caminhos dos efeitos indesejáveis e onde podemos agir nesta empresa para interromper o efeito. Em outras palavras, temos uma visão sistêmica e estamos prontos para criar um plano de ação consistente.
Contudo, não adianta simplesmente o método go horse, ou seja, sair fazendo. É necessário manter distância do emocional, e a TOC nos auxilia, com as 8 Categorias de Ressalvas Legítimas, a validar se estamos realmente no caminho certo e a montar um plano consistente de ações para mudança, ou seja, precisaremos de um ótimo pensamento tático.
Veja quais são as categorias e como elas funcionam para refletir sobre restrições e planos de mudanças para validar o nosso pensamento tático:
1. Clareza: Nenhum ser humano é uma ilha, logo o nosso plano de mudanças – uma vez identificada uma restrição – precisará de apoiadores. Por isso, antes de compartilhar nossas ideias devemos nos fazer algumas perguntas. Por exemplo: O objetivo de cada parte do plano está claro? O objetivo como um todo é claro? Este plano realmente transmite o que pretendemos?
2. Existência da Entidade: Pergunte se uma informação no plano de mudanças é verdadeira agora. É um aviso para verificar os fatos antes de fazer uma afirmação falsa sobre a realidade.
3. Existência de Causalidade: Pergunte-se: “A realmente causa B?” Muitas vezes associamos duas ideias porque elas estão correlacionadas. Para realmente afirmar que uma coisa causa a outra são necessárias fortes evidências.
4. Insuficiência da Causa: Essa ressalva legítima pergunta: “A, por si só, é suficiente para causar B? O que mais também pode ser necessário?” Normalmente, uma combinação de fatores fora do nosso controle como (pré-condições) e fatores que influenciamos ou controlamos, como as ações devem se combinar para criar um efeito específico. Agora pergunte-se: “Está tudo no plano?”
5. Causa Adicional: Uma vez que identificamos uma causa suficiente para um efeito, muitas vezes somos tentados a seguir em frente e, ao fazê-lo, podemos ignorar outras causas que podem estar causando o efeito indesejado de forma independente ou intensificando-o mutuamente. Esta ressalva pergunta: “Identificamos todas as causas de A? O que mais também poderia estar causando A?”
6. Reversão de Causa-efeito: Aqui questionamos quem realmente vem primeiro. Lembra do paradoxo “o ovo ou a galinha”? É nesta linha que a ressalva atua para termos certeza que estamos caminhando para a frente.
7.Existência de Efeito Previsto: Como podemos aumentar nossa certeza de que uma causa é realmente a causa dos efeitos em que estamos inclinados a acreditar? Normalmente, uma causa é responsável por mais de um efeito, e essa ressalva pergunta: “Se A é verdade, que outros efeitos, além de B, esperaríamos ver?” Se os efeitos adicionais previstos também forem observados, então podemos estar mais confiantes na causalidade que identificamos inicialmente. Mas se os efeitos previstos não forem observados, então podemos ser bem aconselhados a procurar causas adicionais para o efeito indesejável.
8. Tautologia: As pessoas às vezes não examinam suas crenças muito de perto e, quando perguntadas por uma causa, muitas vezes reafirmam a causa usando palavras diferentes. Um exemplo: “Você não pode me dar uma nota baixa nesta prova, eu sou um estudante nota 10!”. Quais partes do nosso plano são apenas apelos e não realidade?
Com todas estas informações, agora seja sincero, quantas vezes na criação de um plano estratégico ou tático você parou para avaliar algum dos 8 pontos acima? Com apenas 40 minutos junto com seus principais stakeholders para levantar efeitos indesejáveis, algum tempo de um especialista em TOC, e você terá muitas informações óbvias para serem analisadas.
Essa é a missão da TOC e nós da Haze Shift podemos auxiliar nesse processo, lógico e poderoso. Vamos conversar e montar a Árvore da Realidade Atual da sua empresa como diagnóstico inicial?
Escrito por:
Claudio Navarro
Desenvolvedor de novos negócios inovadores e consultor de inovação, Claudio Navarro é mestre em Informática Industrial pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e MBA em gestão empresarial pela ESIC Business & Marketing School de Curitiba. Há 24 anos atua na área de tecnologia da informação e comunicação, com passagens pela Alemanha e Brasil, em empresas como Siemens LTDA e Siemens AG, Bematech, Whirlpool, Gazeta do Povo e Prime Robot atuando na gestão de equipes de P&D.
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