Passamos bastante tempo ouvindo que a união faz a força. Mas depois de ler o livro BOLD: Oportunidades Exponenciais podemos transformar essa frase e dizer: “A união cria forças exponenciais que mudam o nosso entorno”.
Os autores Steven Kotler e Peter H. Diamandis mostram isso no livro BOLD: como usar o poder das comunidades, cocriação e tecnologias exponenciais para causar impacto positivo e resolver o desafio de “um milhão de pessoas” de uma só vez. Ou seja, transformar problemas em oportunidades de negócios.
Vamos entender isso melhor?
Então, em primeiro lugar, nós respondemos as questões principais desse livro tanto aqui no texto quanto no podcast Haziliente, que além de mim – Luiz Henrique, host do podcast – contou com a participação de mais pessoas do Time Haze Shift – Fabiana Moreira e Roberta Bernini e do sócio da Haze Shift Rodrigo Medalha. Ouça agora:
Afinal, o que são tecnologias exponenciais?
Em uma visão matemática exponencial é quando um número multiplicado por um valor constante várias vezes de forma que esse número rapidamente vá mudando e crescendo cada vez mais.
Os autores trazem um exemplo bem prático para entender o que é ser exponencial:
“Se você der 30 passos lineares partindo de um ponto específico, vai chegar a 30 metros de distância. Mas se você der 30 passos exponenciais saindo do mesmo ponto, vai chegar a um bilhão de metros de distância. Os estágios finais de qualquer sequência exponencial geram um crescimento impressionante.”
Segue exemplo em gráficos!
Agora que entendemos matematicamente o que é uma exponencial, vamos levar esse paralelo para o tema principal do tópico: a tecnologia.
A Lei de Moore, criada em 1965 pelo fundador da Intel, Gordon Moore, diz que o número de circuitos integrados em um transistor dobra a cada 12 ou 24 meses. Foi quase como uma profecia da evolução de como aparelhos tecnológicos ampliariam sua capacidade ao longo do tempo.
Essa lei permanece intacta até hoje, e é uma das razões pelas quais os smartphones são mil vezes mais rápidos e um milhão de vezes mais baratos do que um computador em 1970.
Pensando nisso, os autores do livro BOLD criaram um framework chamado Os seis Ds dos exponenciais:
- D1 Digitalização – quando o processo passa de um estado físico para digital;
- D2 Decepção – os estágios iniciais do crescimento exponencial são indiferentes e lentos;
- D3 Disrupção – novos mercados são criados e os mercados existentes são interrompidos;
- D4 Desmonetização – as pessoas param de comprar a tecnologia antiga e ela passa a ser gratuita;
- D5 Desmaterialização – a tecnologia passa a ser parte de outros produtos;
- D6 Democratização – os objetos passam a ser disponibilizados em plataformas digitais para todos;
Vamos tornar isso mais claro com um exemplo e que mostra muito sobre a criação de mercados a partir de possibilidades de inovação incremental, radical e disruptiva:
Aqui vou citar uma situação de uma marca que sentiu diretamente em seu core a influência da transformação digital e vocês já devem ter ouvido falar nela: a Kodak. Vem comigo que você verá como ficará fácil compreender os 6Ds na prática.
Em 1996, a Kodak vendia filmes e tinha US$28 bilhões em mercado. As câmeras digitais surgiram em 1976 (D1), mas não possuíam resolução até 20 anos depois (D2).
Depois que as câmeras digitais ultrapassaram a barreira dos 2 milhões de pixels (D3), as pessoas pararam de comprar filmes (D4) e a Kodak declarou falência em janeiro de 2012 por acabar não inovando em seu negócio. Ademais, depois que os smartphones surgiram, as pessoas pararam de comprar câmeras digitais (D5). Nos dias de hoje, você pode compartilhar fotos gratuitamente (D6) com seus amigos em diversas plataformas.
Leia também sobre transformação digital em pequenas e médias empresas: em qual estágio você e seus concorrentes estão
O destino da Kodak nos mostra o quanto o pensamento exponencial é poderoso e o porque devemos internalizá-los se queremos empreender nos dias de hoje. O framework dos 6 Ds nos permite acompanhar o ciclo de vida de uma tecnologia em crescimento exponencial.
Aprenda a usar o crowdsourcing e o crowdfunding
Outro tema abordado no livro BOLD é o crowdsourcing e o crowdfunding: em resumo, respectivamente, um conjunto de pessoas produzindo soluções, e o financiamento coletivo de projetos. Inclusive, esses dois itens são, respectivamente, as rotas 22 e 23 da inovação aberta que citamos neste link.
Nesse sentido, os autores destacam que, na próxima década, aproximadamente 3 bilhões de pessoas vão começar a usar a internet pela primeira vez. E isso vai acontecer graças às tecnologias de comunicação, que estão ficando mais acessíveis. As pessoas então irão cada vez mais se reunir com seus conhecimentos para a resolução de problemas específicos. Ou seja, irão praticar o crowdsourcing.
Hoje em dia já existem várias plataformas nas quais as pessoas podem disponibilizar suas habilidades técnicas e criativas para venda. Nesse sentido, livro foca na ideia sobre crowdsourcing com algumas dicas da melhor forma possível de usar:
- Seja específico – as pessoas não vão entender a filosofia do seu negócio. Faça com que seja fácil para as pessoas entenderem o que você está tentando fazer.
- Prepare seus dados – e esteja pronto para providenciar os arquivos necessários.
- Qualifique seus trabalhadores – dê a eles alguns projetos pilotos pequenos, e veja como eles se saem.
- Deixe claro e especifique quais são os papéis – diga às pessoas o que exatamente você quer.
- Comunique em detalhes e continuamente – dê muitos feedbacks rapidamente.
- Descentralize – Nada de ficar controlando tudo, esteja aberto a novas e diferentes maneiras de pensar. Eles podem sugerir coisas muito boas.
- Sempre preze pela qualidade – Vale mais apenas pagar um pouco mais para ter os melhores trabalhadores, às vezes o barato pode sair caro.
Além disso, levantar o dinheiro necessário sempre foi uma das grandes barreiras para começar um novo negócio. E isso está mudando graças ao financiamento coletivo (crowdfunding). Especialistas preveem que $15 bilhões de dólares levantados através do crowdfunding em 2015 vão aumentar para pelo menos $300 bilhões nos próximos anos com o crescimento do crowdfunding.
As melhores campanhas de crowdfunding normalmente têm essas características:
- O produto está em um estágio avançado de protótipo e já pode ser mostrado.
- Você tem um bom time de gestores e as pessoas podem confiar que alguma coisa vai acontecer com o dinheiro.
- O produto é baseado na comunidade e nos consumidores – é alguma coisa que investidores potenciais comprariam e usariam.
- O time de gestores tem uma rede de investidores potenciais.
- O produto busca resolver um problema convincente.
Comunidade Online
Outro tema abordado no livro BOLD, é sobre como uma comunidade pode lidar com projetos que anteriormente eram exclusividade de grandes corporações ou governos.
Se você constrói uma comunidade que está lidando com uma tarefa importante, e então fornece oportunidades para que indivíduos se destaquem nessa comunidade, vai ficar impressionado com a energia e a criatividade gerada.
Leia também: O que são comunidades de prática e seus conceitos
Seja qual for sua paixão, existem várias pessoas que compartilham dela, esse é o nicho. Comunidades inteiras nascem por essas paixões incomuns, desde construção de carros à astronomia amadora. Você pode se aproveitar desses nichos para montar uma comunidade e lidar com desafios.
Um exemplo claro sobre isso são os Inovadores & Inquietos. Nessa comunidade mantida pela Haze Shift consultoria de inovação, nós unimos pessoas que desejam transformar o mundo, empreender e serem agentes de inovação para se ajudarem e colherem os frutos do desafio de inovar unidas.
Para completar…
BOLD traz vários exemplos do mundo real de como as pessoas se juntaram para resolver problemas complexos e como você pode fazer essa transformação positiva. Aliás, muito do que é dito no livro se refere às 33 rotas de inovação aberta de Henry Chesbrough.
Portanto, aproveite ao máximo as tecnologias exponenciais e lembre-se que seu ciclo é rápido e complexo, e ao perceber uma oportunidade, comece já! Além disso, utilize as táticas de crowdfunding, crowdsourcing, as comunidades onlines e extraia o máximo possível para seu negócio.
E para completar, conte com nós da Haze Shift para apoiar na estruturação dessas oportunidades. Como especialistas em inovação aberta, podemos contribuir fortemente em pontos como modelagem de negócios, comunidades de prática, entre outros temas. Vamos conversar?
Escrito por:
Luiz Henrique Costa
Acadêmico de produção cênica na UFPR, Luiz Henrique dedicou os últimos 6 anos à produção de conteúdo na internet. Fundou podcasts, trabalhou com grandes players do meio e fez vários eventos. Hoje ajuda a coordenar a comunidade Inovadores & Inquietos e toma a frente do podcast Haziliente.
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