Com a ampliação da indústria 4.0 no Brasil, impulsionada pela chegada do 5G, temos uma certeza: haverá intensificação de geração de dados. Em paralelo, isso vai demandar uma melhor governança da inovação, e dois pilares serão determinantes para aproveitar essa transformação digital: indústria 4.0 com gestão de pessoas e com gestão do conhecimento.

Como o movimento de mudanças nas redes de infraestrutura tecnológica e produtiva, precisamos ser sinceros em dizer que a inteligência artificial é, a cada dia, mais capaz de realizar atividades tipicamente humanas, o que vai muito além da robotização. 

Em paralelo, entra em jogo a capacidade de cada vez mais profissionais realizarem uma atividade chamada upskilling, que significa o aprimoramento das competências e do conhecimento em uma área profissional específica, e o reskiling, que é a requalificação profissional. E estamos vivendo isso todos os dias, com novas opções de trabalho capitaneadas por oportunidades da transformação digital.

Nesse sentido, recentemente, meu sócio e colega Marcos Daniel mostrou um panorama geral do conceito de indústria 4.0 e identificou algumas profissões que terão maior destaque, entre elas estão especialistas em Big Data, técnicos, analistas e engenheiros de IoT (internet das coisas) e segurança da informação,  especialistas em rastreio, entre outras. E aqui fica uma grande reflexão:

Muitas vezes reter talentos é mais importante que atrair talentos.

Na atual grade de cursos de graduação e pós-graduação brasileira, ainda temos defasagem de formações específicas para essas novas funções. Porém, existe a necessidade de apostar na especialização complementar de profissionais que já nos rodeiam na Indústria, do chão de fábrica à TI e à Engenharia. Isto é um investimento que as empresas precisam fazer em profissionais e lideranças que já conhecem suas estratégias corporativas e falam a língua da corporação.

Leia também: O que é Indústria 4.0 e o que falta ao Brasil para sair da Terceira Revolução Industrial

Quando eu falo sobre possibilidades de cursos e capacitações, precisamos pensar muito além de MBA e pós-graduações: são cursos para formação de novas habilidades.

Essa formação contínua é um desafio tanto para empreendedores como para educadores. Em artigo para o Fórum Econômico Mundial, três diretores ligados à Inovação da consultoria global Accenture frisaram isso (leia aqui). Eles reforçam que haverá a substituição de empregos e que os negócios do presente e economias precisam mirar nas qualificações necessárias para o futuro.

Indústria 4.0 e gestão de talentos

Dessa maneira, certamente os profissionais precisarão ter um aprendizado contínuo, que exigirá constante atualização. Os autores do artigo reforçam que, daqui em diante, cada vez mais precisaremos tocar projetos baseados em teste e aprendizado, reforçando a importância de trabalhar em projetos baseados nos modelos de design thinking. Confira um trecho do texto:

Não é mais uma ideia bizarra carros sem motorista ou viagens comerciais espaciais. Podemos aprender algo importante a partir de empresas que criam produtos e serviços: elas têm uma visão ousada e priorizam o teste e o aprendizado, o design thinking e a melhoria contínua. Esses pioneiros e outras empresas de alto desempenho percebem que a transformação digital não é um projeto que jamais estará completo. Em vez disso, é um novo mindset de melhoria contínua e reinvenção. Isso, por sua vez, requer uma força de trabalho aberta ao aprendizado e ao desenvolvimento. Fonte: We Forum

Nesse sentido, como consultor de Inovação, vejo que essa ampliação da formação, com pagamentos de cursos de especialização do novo mundo corporativo, inclusive, vale como um novo diferencial de mercado para retenção de profissionais. É por isso que a Indústria 4.0 exige mais do que a adequação tecnológica. Afinal, a transformação digital exige adequação da gestão de RH para ter atrativos suficientes para suas empresas, para reter talentos e, ao mesmo tempo, ampliar as possibilidades das empresas.

Muito além da aposta em tecnologia

Claro que essa transformação digital demanda muita mão de obra da área tecnológica. Mas precisamos pensar além da tecnologia e também capacitar novas lideranças para lidar com os times que vão tocar a parte tática e operacional da indústria 4.0.

Nesse sentido, um dos principais pontos é aprender a fazer a gestão do conhecimento gerado a partir de elementos como Big Data e Analytics, por exemplo. Afinal, se por um lado muito da geração de dados recai sobre a área de TI, a inteligência de aplicação dessas informações tem que ser criada em conjunto com as áreas de negócios.

Sobre essa estratégia, nós da Haze Shift podemos oferecer uma grande contribuição para as organizações, com ações que unem transformação digital, design estratégico e, claro, inovação.

Com a necessidade de qualificação e requalificação constante, projetos de design estratégico podem ajudar as equipes no compartilhamento de aprendizados da área Tecnologia para a de Negócios e vice-versa. Isso facilita as fases de descoberta de novas necessidades, definição de novos formatos e desenvolvimento contínuo de entregas de produtos e serviços. Esse é o roteiro perfeito para o uso de ferramentas de design thinking.

Inclusive, essa é uma maneira de unir áreas e resolver conflitos, como mostrei em artigo anterior:

Leia sobre as vantagens do design estratégico para resolver conflitos entre áreas da sua empresa

Gestão de pessoas na Indústria 4.0: unindo tecnologia e conhecimento

Nós da Haze Shift tivemos a oportunidade de colocar esses conhecimentos em prática com uma grande organização a partir de um projeto de ressignificação, com base na Teoria U, isto é, um projeto para aumentar a produtividade das organizações.

Basicamente, levantamos lacunas de relacionamento e de habilidades técnicas entre equipes. Com isso, nosso cliente pôde observar pontos fortes e fracos e quais deveriam ser as apostas para melhoria e capacitação de seus times, para conquistar uma maior produtividade.

Em outro projeto, levamos esse conhecimento a uma multinacional que está completamente adaptada ao conceito de Indústria 4.0: a Volvo. Por lá, a construção do planejamento estratégico se deu com o envolvimento de todas as áreas da empresa, fomentando o compartilhamento do conhecimento e dos talentos internos.

Assim, a Volvo construiu um plano de desenvolvimento com base em oportunidades adequadas ao mercado latino-americano, unindo a avaliação conjunta do potencial tecnológico, de negócios e de RH.  

Ações sistêmicas para Indústria 4.0, gestão de pessoas e do conhecimento

A partir desses breves exemplos, fica evidente a viabilidade de envolver diferentes áreas (tecnologia, negócios e recursos humanos) para compartilhar conhecimentos, algo fundamental nesta década que acabou de começar e que terá o 5G como motor do futuro da indústria brasileira.

Mas será que suas equipes internas estão prontas para transformar esse grande volume de dados e informações em conhecimento? É por isso que é importante ter a parceria de uma empresa como nós da Haze Shift, capaz de elaborar projetos que quebrem silos entre áreas. É preciso, portanto, não apenas gerar dados e informações: existe a necessidade de elaborar planos de ação.

Em outras palavras, as empresas precisam de ações sistêmicas, com metodologias e processos para a obtenção de resultados, o que pode ser estruturado a partir de projetos de design estratégico e de inovação contínua. No caso da Volvo, isso foi essencial  para o planejamento estratégico.

E para sua empresa? Nos próximos dias, pretendo falar um pouco mais aqui em nosso blog sobre essa conexão entre ações sistêmicas, indústria 4.0 e gestão do conhecimento. Mas você pode antecipar este debate conversando diretamente comigo: seja nos comentários ou em nossos canais de contato. Assim, podemos estruturar juntos um plano que coloque sua empresa ou indústria em destaque no universo 4.0, fazendo a gestão adequada do conhecimento que está aí mesmo: dentro da sua empresa com seus colaboradores.

Referências sobre indústria 4.0 e gestão de pessoas

Escrito por:

Luiz Fernando S. Frederico
Digital Transformation Leader & Co-Founder de Haze Shift | + posts

Atuando sempre com mudanças nas organizações através de pensamentos diferentes aplicados à processos com tecnologia e cultura. Buscando auxiliar empresas e organizações sobre os paradigmas da Transformação Digital e como a Inovação Aberta pode mudar a forma de garantir a sustentabilidade dos negócios!