Desde o fim de 2021, pessoas físicas e empresas podem compartilhar com qualquer instituição financeira informações sobre diferentes produtos que possuem, como câmbio, previdência e seguros. 

Você pode estar se perguntando: Por que alguém faria isso? E como as empresas podem extrair valor disso? Bom, em primeiro lugar, vamos explicar o que é essa nova possibilidade apresentada pelo Banco Central. Ela se chama Open Finance: é uma evolução do Open Banking

Entre agosto e dezembro de 2021, clientes tiveram a oportunidade de compartilhar facilmente com bancos e fintechs informações sobre transações em suas contas corrente, cartão de crédito e produtos de crédito contratados. Foi um trabalho de inovação aberta nos processos extremamente bem realizado pelo Banco Central em parceria com as instituições financeiras brasileiras. 

Agora, com o Open Finance, o potencial de compartilhamento aumentou para outros produtos, como câmbio e seguros. Aqui outras empresas que compõem o sistema financeiro, além de bancos e fintechs, poderão ser integradas. Isso inclui seguradoras e corretoras, por exemplo. 

Respondendo à pergunta: o que os consumidores ganham com isso? 

A resposta é simples: ao seguir o passo a passo de cada instituição para isso (veja aqui o exemplo da Caixa), pessoas físicas e empresas ficam aptas a receber ofertas personalizadas para suas necessidades, seja de investimentos, crédito, seguros ou outros produtos financeiros.  

Assim, você pode ter conta corrente em uma instituição, investimentos em outra, seguros em outra, com o diferencial que estará contando com produtos com taxas e tarifas personalizadas conforme sua própria necessidade. Inclusive, você poderá fazer isso sem precisar levar uma tonelada de comprovantes de uma instituição à outra para comprovar seus recursos disponíveis. 

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E as oportunidades para as empresas extraírem valor? 

Assim como clientes têm a chance de compartilhar dados, empresas também têm a oportunidade de entrar nesse sistema para receber informações necessariamente sem serem bancos. Lembra quando eu disse que instituições que não são bancos poderão acessar o sistema do Open Finance? 

Pois então. É aqui que uma consultoria de inovação como nós da Haze Shift pode ajudar. 

É comum empresas multinacionais, como Ambev e Volkswagen, terem suas próprias instituições financeiras para realizar pagamentos, controle de folha salarial. E com o Open Finance, elas poderão ficar ainda mais inovadoras ao receberem informações de seus próprios clientes PF e PJ, por exemplo. 

Pense comigo. Uma indústria de bebidas cadastrada no Open Finance como fornecedora de produtos financeiros poderá ter acesso a dados de bares e restaurantes. E como ela vende seus produtos para esses locais, geralmente já possui um bom relacionamento com eles. 

Com o acesso a informações bancárias, de investimentos e seguros desses clientes PJ, essa mesma indústria poderá oferecer produtos como capital de giro, antecipação de recebíveis, e até mesmo seguro do imóvel, se decidir apostar nesse nicho. 

E como essas ofertas serão feitas? Primeiramente, a ciência de dados pode ajudar a compilar as necessidades dos clientes. Em segundo lugar, a indústria com certeza precisará de parceiros para oferecer produtos e serviços dos quais ainda não dispõem. 

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Em outras palavras, ela precisará apostar na inovação aberta para encontrar fintechs ou outras instituições financeiras ou empresas seguradoras, por exemplo, capazes de apoiá-las nessas ofertas. 

Nesse sentido, nós da Haze Shift temos a expertise no desenho do design estratégico para apoiar todo esse processo de implementação de inovação aberta e transformação digital. Inclusive, já fizemos vários hunting de startups que conectaram empresas a soluções que elas buscavam, ou seja, encontramos o parceiro ideal para disrupção do negócio.

Open Finance e a capacidade de expansão de negócios 

Em outras palavras, unindo Open Finance e inovação aberta, as empresas têm a possibilidade de expandirem seu raio de ação para gerar novos negócios. 

Além de manterem sua atividade principal, elas conseguem lucrar com ofertas financeiras, que há alguns anos (principalmente antes da chegada de fintechs e expansão de corretoras) estavam concentradas em poucos grandes bancos. 

Vejamos ainda como uma montadora de automóveis também pode ter boas oportunidades nesse sentido. 

Além de oferecer produtos financeiros para as próprias concessionárias credenciadas (como no caso da indústria de bebidas para bares), os próprios clientes compradores podem ser abordados com seguros de automóveis sob medida, exclusivos da montadora, com ofertas melhores do que os seguros anteriores que a pessoa já teve. 

Inteligência e case de mercado 

Essa oferta pode ser combinada à inteligência artificial, uma vez que o cliente terá a oportunidade de compartilhar suas informações. Nesses casos, contudo, é preciso um desenho de design estratégico e inovação aberta, no qual montadora, concessionária e, provavelmente, uma seguradora parceira (ou uma spin-off da própria montadora) estarão envolvidas. 

Aliás, um exemplo de spin-off inovadora para oferta de produtos financeiros foi criada pela Ambev. A fintech Donus passou a oferecer aos lojistas o serviço de crédito ainda em 2021, sendo 20 mil clientes com crédito pré-aprovados. Agora, com o Open Finance, a Donus tem a chance de ampliar sua capacidade de oferta de crédito e/ou antecipação de recebíveis para lojistas com base no compartilhamento de dados. 

Em outras palavras, as informações trazidas pelo Open Finance cada vez mais criarão um mercado quase que secundário de oferta de crédito. E assim bancos maiores tendem, consequentemente, a ter que ajustar seus próprios preços. 

Com isso, quem sai ganhando é o consumidor tomador de crédito, ou que busca produtos como seguros, investimentos, entre outras oportunidades oferecidas pelo sistema financeiro nacional. 

Podemos ajudar? 

O fato é que com o Open Finance muitas portas estão sendo abertas para empresas explorarem novas possibilidades de negócio, como fazer parcerias estratégicas com fintechs e outras instituições para oferecer produtos financeiros. 

Por isso, contar com a expertise de uma consultoria de inovação é fundamental. Nós da Haze Shift, por exemplo, podemos auxiliar com a co-criação desse planejamento estratégico, que envolve alta necessidade de pesquisa. Vamos conversar sobre isso

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Digital Transformation Leader & Co-Founder de Haze Shift | + posts

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