Uma série de ideias podem fazer parte (sozinhas ou em conjunto) de um trabalho focado em inovação. 

Nós da Haze Shift buscamos em processos de co-criação para liberar o que há de mais potente em questão de inovação em nossos clientes. Isso pode ser feito identificando oportunidades por meio do design estratégico, promovendo e fortalecendo a cultura da inovação, ou desenvolvendo uma solução ou serviço para determinadas necessidades de um cliente. 

Se você acompanha nosso blog, você já deve saber que falamos muito aqui sobre inovação aberta. Citando Henry Chesbrough, considerado o criador do termo “open innovation”, a inovação aberta é “a combinação interna e externa de ideias e de caminhos (rotas) para o mercado promover e desenvolver novas tecnologias”.

Nesse contexto, costumamos usar uma série de metodologias adaptadas e personalizadas, além de usar pelo menos 33 rotas capazes de colocar a inovação aberta em prática nas organizações. Hoje quero destacar uma delas, a rota 13: co-branding.

Leia sobre sobre Rotas de Inovação Aberta  

O primeiro passo é entender o que significa cada uma dessas rotas e como elas podem apoiar projetos e programas de inovação de uma empresa. 

O que é e como utilizar co-branding em sua empresa?

Co-branding

O co-branding é uma estratégia que une duas ou mais marcas para fortalecer uma iniciativa. Essa parceria pode ser feita tanto entre duas empresas com a união das marcas corporativas quanto entre dois produtos ou serviços representados pelas marcas de um mesmo grupo. E qual o intuito? Bom, um co-branding bem sucedido pode trazer ganhos de transferência de valor, aumento de vendas, escala, market-share, entrada em um novo mercado ou com um público-alvo diferente, por exemplo. 

Existem diversos formatos de co-branding. Alguns mais claros, como quando uma empresa mais consolidada pode chancelar outra menor ou trazer outra marca para ampliar o acesso de um produto ou serviço a outros públicos. Um exemplo clássico são os sorvetes do McDonald’s com outras marcas de chocolate, como KitKat, Kopenhagen e Ovomaltine. 

Entretanto, há operações que possuem outros nomes, mas não deixam de trazer também a essência de um co-branding. Por exemplo, um processo de fusão e aquisição em que duas empresas se unem, mantendo as referências do que há de melhor em cada uma. 

Co-branding na inovação aberta

Agora que falamos mais sobre como você consegue perceber o co-branding no mercado, vamos trazer o tema para a inovação. Vem comigo. 

Uma iniciativa que desenvolvemos aqui na Haze Shift e que exemplifica bem o potencial do co-branding foi o Inova-san – programa de inovação aberta e educação empreendedora do Instituto Nissan que desenvolvemos em parceria e a convite do Instituto Nissan. 

Saiba mais sobre o Inova-san

Em conjunto com o Instituto, coordenamos toda a estratégia de desenvolvimento da iniciativa por completo. Quando foi concebida, a iniciativa tinha como objetivo gerar impacto no ambiente acadêmico do sul fluminense no estado do Rio de Janeiro, chamando universitários locais para promover soluções (a cada ano são expostos três temas para desafiar os estudantes). 

Aqui, aproveito para convidá-lo à reflexão. O que é mais forte? Entrar sozinho em uma região para apresentar uma ideia nova ou trazer um parceiro que já tenha atuação e relevância no público que você quer impactar?

Foi o que fizemos. O Inova-san precisava de um parceiro para entrar como agente de transformação na região em conjunto com a Nissan. Esse parceiro abriria as portas da comunidade para a Companhia, enquanto ela entraria na colaboração com estrutura, investimento, planejamento e execução do programa. Então, uma proposta de co-branding entraria como uma luva na relação de colaboração entre as marcas. Dentro do desenvolvimento do projeto, fizemos uma pesquisa para encontrar quem teria melhor sinergia com a marca e com o propósito do programa. 

Foi assim que chegamos à comunidade de inovação Rio Sul Valley (RSV), que trabalha com disseminação de inovação e empreendedorismo na região Sul Fluminense.  A RSV entrou como ponte para as universidades e nós (Haze Shift), durante a primeira edição, fizemos várias visitas em nome do programa nas instituições. A ideia aqui era que com o nome da comunidade na logo, eles pudessem ganhar destaque como co-realizadores do programa. A RSV foi inclusive destaque na ABS Startups pela participação e destaque na iniciativa.

Tudo isso ficou representado graficamente como você pode ver em seguida.

E quais os benefícios do co-branding? Falei sobre alguns deles ao longo do artigo até aqui, mas veja com mais detalhes abaixo. 

Co-branding: benefícios para as empresas e público-alvo

Quando falamos em co-branding, há uma série de benefícios para ambos os negócios participantes da parceria. Entre eles, é possível citar:

  • Aumenta a escala de vendas
  • Agrega valor ao produto ou serviço
  • Sinergia e cooperação 
  • Desenvolvimento de parcerias
  • Transferência de valor
  • Aumento de market share
  • Alcance de maior público

No caso do Inova-san, por exemplo, o co-branding trouxe benefícios para as duas marcas. Para o Instituto Nissan, foi possível reforçar sua atuação como uma marca voltada para inovação e empreendedorismo, gerando impacto na região e no ambiente acadêmico. A parceria permitiu um acesso mais direcionado e assertivo ao público-alvo do programa de inovação.

Já para a Rio Sul Valley, podemos citar benefícios como: relacionamento com uma multinacional, co-organização de um programa de inovação aberta com impacto na região, trazendo atenção de uma grande empresa para sua atuação e projeto e visibilidade também para outros stakeholders, além de ganhar notoriedade ao entrar na identidade visual do programa em cooperação com o Instituto Nissan. 

Leia também sobre a rota de inovação colaborativa 

O público-alvo das duas empresas acabam tendo ótimas vantagens em ações de co-branding. Continue comigo para conhecer mais exemplos. 

O público-alvo em ações de co-branding

Quando uma empresa decide desenvolver uma ação de co-branding, há sempre um público-alvo em que a estratégia será direcionada. 

Veja como identificar públicos alvo pela ferramenta Mapeamento de Stakeholders

Com o Inova-san, citado acima, o público eram as comunidades acadêmicas da região Sul Fluminense. Quando pensamos no sorvete do McDonald’s, é o consumidor em geral. Nesse segundo caso, o que o público ganha? Um sorvete exclusivo, união de duas marcas que gosta ou possibilidade de consumir um produto que habitualmente não teria possibilidade. 

Outro exemplo é a Pantone. Para ampliar o reconhecimento sobre sua marca e suas cores, a empresa mudou sua estratégia e transformou suas criações em algo esperado anualmente pelo mercado. Uma parte de sua estratégia tem tudo a ver com o que estou falando aqui. A Pantone passou a lançar produtos em parcerias com marcas usando cores tendências ou exclusivas. Tênis, maquiagem, esmaltes, roupas, papelaria, até teclados e capas de iPhone, por exemplo. Há consumidores que querem o que há de mais exclusivo, ou seguir tendências, ou estar à frente dos lançamentos. E a Pantone encontrou no co-branding a estratégia ideal para satisfazer esse público. 

Estratégia: como escolher o melhor parceiro de negócio?

Em uma ação de co-branding, sua marca vai precisar de um ou mais parceiros. Como escolher o melhor? 

Após definir sua estratégia, objetivos e público-alvo, a primeira questão é entender que outras marcas têm sinergia com o que você busca e podem agregar valor ao seu projeto. O co-branding é uma iniciativa de ganha-ganha, não tem como ser diferente. 

Na sequência, é necessário avaliar se as empresas dividem os mesmos valores e visão de negócios, e também fazer um mapeamento de riscos, analisando, inclusive, o envolvimento em polêmicas recentes. Entender a reputação corporativa daquela empresa que pretende tomar como parceiro é importante para evitar que riscos reputacionais de uma marca respinguem na sua.

Dessa forma, é possível evitar que, ao invés da parceria transferir valor, acabe por ocasionar o efeito contrário, chamado em branding de spillover, ou seja, algum efeito negativo em uma das marcas envolvidas na parceria.

A partir daí, outros itens passam a ser avaliados. Por exemplo, quando você quer entrar em um mercado novo, que marca pode ser um veículo para apresentar seu produto no local? Em um segmento mais saturado, que tipos de parcerias podem diferenciar seu produto da concorrência?

Foi o que fizemos com o Inova-san quando sugerimos a Rio Sul Valley como uma parceira. Fizemos toda a análise de sinergia, e entendemos eles como os melhores parceiros para o projeto.

Muitas das fusões e aquisições que têm ocorrido, usam o co-branding como estratégia de negócio. No setor agro mesmo, recentemente a Yara adquiriu uma participação na Orbia, um marketplace do setor, logo após anunciar parceria com a empresa. O negócio tem sinergia direta com a estratégia de digitalização da Yara, amplia o alcance de público e mercados, além de uma série de outras questões. 

Como foi possível perceber, o co-branding é uma rota de inovação aberta muito estratégica que envolve parceria, muita colaboração e cooperação entre as partes, contudo sua adoção requer bastante planejamento, transparência e acompanhamento contínuo. Quer saber mais como a Haze Shift pode co-desenvolver um programa de inovação aberta trazendo etapas como co-branding para sua organização? Entre em contato conosco. Será uma alegria pensar e planejar o melhor formato em conjunto com você.

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Designer estratégico, empreendedor, gestor de comunidades e com experiências em programas de pré-aceleração e aceleração. Sempre aberto a novos aprendizados e projetar novas soluções que agreguem valor ao negócio e à sociedade.