A Eucatur, uma das líderes no transporte rodoviário no Brasil, está revolucionando o setor devido a sua ampla capacidade de inovação. A empresa mantém sua competitividade através da constante integração de práticas de inovação contínua e design estratégico.

Eucatur: Pionerismo e Expansão

Fundada em 1964 em Cascavel, PR, por Assis Gurgacz, a Eucatur começou com uma linha entre Cascavel e Santa Tereza do Oeste. Com o tempo, expandiu suas operações para 13 estados e o Distrito Federal, conectando o Brasil de Norte a Sul. 

Leia mais sobre como a Eucatur está impulsionando lideranças com design estratégico e uma cultura de inovação contínua.

Jesiel Carolino, Supervisor Administrativo Financeiro da Eucatur e que está na empresa há quase 29 anos, compartilha insights exclusivos sobre o Programa de Aprendizagem de Inovação em um painel no evento Connect Week Summit e em entrevista exclusiva para o Blog da Haze Shift, revelando como a empresa integra inovação contínua e design estratégico para se manter à frente do mercado.

HS: Jesiel, a Eucatur está no mercado desde 1964, e presumo que a inovação tenha sido crucial para enfrentar os desafios do Brasil ao longo desses anos. A inovação sempre fez parte da história da empresa?

Jesiel Carolino – A Eucatur sempre teve a inovação como premissa. No transporte de pessoas, por exemplo, quando surgiu a necessidade de ônibus climatizados, fomos a primeira empresa a trazer essa inovação. Também fomos pioneiros ao buscar ônibus com maiores espaços, como os de 15 metros.

Durante a pandemia, colaboramos com a Marco Polo na construção de carrocerias para criar ambientes mais seguros dentro dos ônibus. Essas iniciativas ajudaram a garantir um transporte mais seguro e confortável. Além disso, fazemos parcerias contínuas com nossa principal fornecedora de chassis, a Volvo, para melhorar os equipamentos e adaptá-los aos diferentes ambientes operacionais, sejam eles severos ou mais tranquilos.

Sempre procuramos inovar para transformar o transporte de pessoas, tornando nosso serviço mais seguro, humano e confortável. A parceria com a Volvo é um exemplo disso; estamos constantemente buscando formas de aprimorar nosso modelo de operação, demonstrando nosso compromisso com a inovação.

 HS –  E qual foi o papel do Programa de Aprendizagem de Inovação para lideranças na transformação da Eucatur? 

Jesiel CarolinoO papel do programa foi primordial. A Eucatur sempre investiu no desenvolvimento tanto do corpo gestor quanto na ponta da operação. Por exemplo, nossos motoristas são conhecidos por serem bem treinados, sendo valorizados até em outras empresas. Esse foco no desenvolvimento de pessoas sempre foi uma premissa fundamental.

No entanto, dentro da inovação, havia a necessidade de encontrar um modelo mais estruturado para implementar melhorias. Procuramos parceiros que pudessem ajudar, mas a maioria das empresas concluía que já estávamos avançados nesse aspecto. Foi então que, por meio do SEBRAE PR, encontramos a Haze Shift – Consultoria de Inovação. Eles trouxeram um enfoque interno, voltado para as pessoas, ajudando a desenvolver o senso de inovação dentro dos líderes.

Com a Haze Shift, começamos a trabalhar o desenvolvimento de lideranças com o objetivo de multiplicar esse conhecimento. Focamos em ouvir, entender as pessoas e identificar pontos de melhoria contínua. Fizemos um processo de imersão com nossos líderes, ensinando não só técnicas de inovação, mas também como multiplicar essas práticas entre os demais colaboradores. Isso gerou um engajamento amplo, envolvendo muitos profissionais no processo de inovação, o que vem catapultando a Eucatur para um cenário de inovação contínua e abrangente. 

HS – Quais foram os principais objetivos do programa de desenvolvimento iniciado em 2020? 

Jesiel CarolinoO principal objetivo foi transformar todo o ambiente da Eucatur em um ambiente inovador. Além do programa com a Haze Shift, trouxemos também uma plataforma interna chamada Eureka, que fomenta a inovação. O Eureka é um espaço onde os colaboradores podem inserir ideias que passam por um processo de avaliação e implantação, permitindo medir os resultados no futuro.

Implantar a cultura de inovação em todos os níveis da empresa, começando pela liderança, foi essencial. Se a liderança não está engajada no ambiente de inovação, as ideias podem acabar não sendo implementadas. Iniciamos pela liderança para que eles possam ouvir, avaliar e dar encaminhamento às ideias. Mesmo se uma ideia não for viável, incentivamos quem a propôs a aprimorá-la e trazer novas ideias.

Depois de envolver a liderança, passamos para os demais líderes, garantindo que esse ciclo de inovação funcione em todos os níveis. Nosso objetivo principal é criar uma cultura de inovação implantada em toda a organização, garantindo um ciclo contínuo e colaborativo de novas ideias e melhorias.   

HS –  E quais métodos a Eucatur utilizou para promover um ambiente acolhedor? Porque falamos muito sobre essa cultura de escutar as pessoas, mas quais foram os métodos que foram utilizados? 

Jesiel CarolinoPara mim, o primeiro método foi a criação de uma plataforma onde os colaboradores podem inserir novas ideias, que então seguem um fluxo de análise e aprovação. Esse ambiente tecnológico permite que todas as vozes sejam ouvidas.

Além disso, adotamos uma abordagem baseada em projetos, combinando métodos ágeis, como Scrum, com o modelo tradicional de gestão de projetos. Esse ambiente de cocriação e os processos estruturados aumentam o engajamento dos colaboradores e a taxa de sucesso dos projetos de inovação, chegando perto de 100%.

Ao utilizar esses métodos, promovemos uma cultura de participação ativa e colaboração dentro da Eucatur, criando um ambiente verdadeiramente acolhedor e propício à inovação. 

HS – Quais as dificuldades que a Eucatur enfrentou ao buscar empresas para capacitação de inovação?  

Jesiel CarolinoAs dificuldades foram grandes até encontrarmos o parceiro ideal. Muitos parceiros iniciais olhavam o que já estávamos fazendo—como a Escola de Líderes, encontros presenciais e online, e a estrutura de gestão que começamos em parceria com a Fundação Dom Cabral em 2011—e concluíam que não conseguiriam somar muito ao que já estava em andamento. 

Em uma ocasião, um profissional que desenvolvia lideranças para grandes empresas em São Paulo, com parcerias nos Estados Unidos e na Europa, pediu uma conversa conosco. Após uma hora de conversa sobre nossa gestão de pessoas, liderança e sustentação do negócio, ele ficou surpreso com nosso nível de progresso, mencionando: “Eu não acredito que vim de São Paulo, passei pelos Estados Unidos e Europa, e encontrei em Cascavel uma empresa com um olhar tão aguçado para pessoas e negócios.” 

Essa dificuldade em encontrar uma empresa que pudesse trazer algo novo e engajar nossa liderança no tema da inovação nos levou, via Sebrae PR, a encontrar a Haze Shift. A metodologia da Haze Shift, que envolve os profissionais através de uma série de atividades, gerando insights e engajamento, acabou sendo a solução ideal. Assim, conseguimos o parceiro certo que atendia perfeitamente nossas necessidades. 

HS – Que temas críticos de inovação foram abordados nos 21 encontros realizados durante o programa?

Jesiel Carolino Abordamos uma série de temas cruciais durante os encontros. No primeiro encontro, trabalhamos com o conceito de sair da zona de conforto. Tivemos uma palestra muito interessante que discutiu como inovar em ambientes que não são tradicionalmente receptivos à inovação. A palestrante nos fez refletir sobre a questão de “pensar fora da caixa” e até sugeriu que precisamos primeiro pensar dentro da caixa ou até considerar que “a caixa nem existe.” Essa abordagem nos levou a questionar nossas próprias limitações mentais—se não existirem essas limitações, então o potencial para inovação é ilimitado. Esse foi um ponto crucial para que nossos líderes começassem a pensar de maneira diferente e superassem suas crenças para realmente inovar.

Outro tema fundamental foi o foco no cliente. Consideramos esse o tema mais importante para orientar nossas inovações. Em vez de supor o que o cliente precisa, fizemos um esforço para realmente entender as necessidades e desejos do cliente e basear nosso processo de inovação nisso. 

Além disso, discutimos a organização e gestão por processos, que é essencial para a inovação. E claro, não esquecemos da transformação digital, que é um facilitador crucial para muitas inovações. Abordamos como a tecnologia pode possibilitar novos métodos e processos, um tema recorrente em nossos encontros. 

HS – Como as entrevistas exploratórias ajudaram a alinhar as iniciativas de inovação com as necessidades organizacionais da Eucatur? 

Jesiel CarolinoAs entrevistas exploratórias foram fundamentais porque nos permitiram realizar um diagnóstico preciso. Essas entrevistas são direcionadas pelos conceitos do que as pessoas sabem, sentem e sonham, o que nos ajudou a entender melhor o ponto em que estávamos e o caminho que deveríamos seguir.

Durante essas entrevistas, os colaboradores podiam falar livremente, sem a pressão hierárquica, já que o entrevistador não tinha uma posição de liderança sobre o entrevistado. Isso permitiu obter feedback genuíno e mais próximo da realidade do dia a dia da empresa. A partir disso, foi possível montar um diagnóstico mais eficaz e detalhado sobre a situação organizacional. 

Esse diagnóstico, combinado com o nosso mapa estratégico e objetivos organizacionais, nos ajudou a construir uma estratégia de desenvolvimento que fosse alinhada não só com a inovação, mas com todas as questões importantes a serem trabalhadas na Eucatur. Em resumo, as entrevistas exploratórias nos permitiram entender melhor nossas necessidades e direcionar nossas iniciativas de inovação de forma mais consistente e alinhada com os objetivos estratégicos da empresa.

HS – Quais foram os resultados e impactos do programa de aprendizagem em termos de projetos inovadores e engajamento dos líderes? 

Jesiel CarolinoUm dos principais resultados foi a criação dos multiplicadores de inovação. Esse é um ponto crítico, pois ajuda a espalhar a mentalidade inovadora por toda a organização. Além disso, o programa contribuiu significativamente para o reconhecimento da Eucatur como uma das empresas mais inovadoras do setor de serviços. Por exemplo, estamos entre as finalistas do prêmio Empresa Inovadora e, no ano passado, ficamos em terceiro lugar. Esse tipo de reconhecimento é importante para a nossa visibilidade no mercado e demonstra nosso compromisso com a inovação.

Outro resultado notável foi a transformação do nosso modelo de negócios e relacionamento com o cliente. Através do programa, surgiram várias ações inovadoras que impactaram diretamente a gestão da organização. Uma mudança significativa foi a transição para uma gestão orientada por processos. Essa mudança reduziu a hierarquia vertical e promoveu uma estrutura mais horizontal, dando maior autonomia às pessoas na ponta. Isso resultou em respostas mais rápidas às necessidades dos clientes, um benefício crucial.

HS – Como a atual parceria de inovação está preparando a Eucatur para desafios futuros?

Jesiel CarolinoContinuamos a parceria com a Haze Shift, focando no desenvolvimento de lideranças nas unidades de negócio. Estamos implementando o programa “Reativando Conexões”, que melhora a escuta ativa nas lideranças, promovendo cocriação e engajamento. Isso prepara a Eucatur para enfrentar desafios futuros com uma base sólida de inovação e colaboração. 

Estamos desenvolvendo nossas lideranças para entender mega tendências e direcionar a empresa para o futuro. A metodologia da Haze Shift nos ajuda a cocriar e envolver todos no processo de inovação. A liderança deve se dedicar a ouvir e preparar pessoas, garantindo que todos contribuam para a evolução contínua da organização. 

A inovação é um ciclo, e estamos preparados para continuar liderando as mudanças no setor de transporte rodoviário e além.

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