A cocriação de valor para clientes é um dos principais pontos que devemos pensar quando falamos em projetos inovadores. Pois bem, gostaria de mostrar aqui  uma experiência pessoal sobre este tema.  

Foi um aprendizado que tive durante o Hack Town 2022, o festival de inovação e criatividade que acontece em Santa Rita do Sapucaí – Sul de Minas Gerais. No evento, tivemos acesso a diversos conteúdos sobre inovação e criatividade em várias áreas, como serviços, saúde, educação, alimentos, dentre outros. 

Leia também: A inovação que você busca pode estar em cidades pequenas. Como? Em eventos como o Hack Town em Santa Rita do Sapucaí

Em meio a esses conteúdos, a palestra que me inspirou a escrever esse conteúdo foi a do consultor de negócios Francis Lago sobre o tema “Como construir negócios inovadores com foco no cliente”. 

O especialista apresentou como construir negócios inovadores e competitivos por meio de entrega considerável de valor, ou seja soluções e produtos que aliviam a dor do cliente. Ele reforçou que é fundamental pensar nessa entrega utilizando a cocriação, que é a rota 26 da Inovação Aberta, assim como gestão e soluções com metodologias ágeis com foco no sucesso do cliente. 

Venho pensando em como construir essa estratégia diariamente. Afinal, esse tema vem me marcando bastante, pois tenho realizado pesquisas científicas na universidade sobre cocriação. É algo, também, que é utilizado em consultorias de inovação como a Haze Shift: aqui nós respiramos cocriação para entregar a melhor solução, sempre de forma personalizada às organizações.

Mas quais seriam os pontos fundamentais para cocriar valor? Vamos às respostas!  

Cocriação de valor com stakeholders 

A cocriação é uma parte estratégica dos processos de inovação, e isso ocorre de forma não linear, através de diferentes formas e níveis de participação dos stakeholders internos e externos, de acordo com seus papéis, responsabilidades e envolvimento de serviços. 

É a partir dessa participação de partes envolvidas que a cocriação abre portas para novos negócios e competências, e proporciona uma vantagem competitiva para as empresas, aumentando também a rentabilidade.

Apesar de ter grande valor, para haver cocriação, nem sempre é necessário utilizar laboratórios tecnológicos, e sim foco na comunicação. 

Isso mesmo, é a partir da boa comunicação entre os stakeholders envolvidos, sejam eles empresas parceiras, clientes ou possíveis clientes, consumidores, fornecedores, instituições de ensino, que podemos gerar e cocriar valor. 

Por isso, é importante fazer um mapa de stakeholders (stakeholder mapping) antes de executarmos um projeto. Afinal, eles precisam ser identificados adequadamente para serem ouvidos, para que o desenvolvimento de ideias aconteça através da inovação aberta.  Isso ajuda nas melhores decisões. E é importante considerar que algumas habilidades são essenciais. Vamos a elas: 

Habilidades

Transparência: uma boa transparência no diálogo e nas ações evita conflitos e cria confiança entre os stakeholders. Isso, inclusive, é essencial para o gerenciamento de mudanças: change management

Escuta ativa: escutar o outro verdadeiramente, prestando atenção na sua experiência, desejos e necessidades, livre de julgamentos pessoais. Uma boa forma de fazer isso é por entrevistas exploratórias.

Empatia: entender o que o outro precisa, respeitando seus sentimentos no uso de determinado produto ou serviço. 

Criatividade: nenhuma ideia é ruim ou errada, a criatividade pensar desde o óbvio até o inusitado, para que se tenha uma gama de possibilidades para criar ou aperfeiçoar uma solução. Como mostramos em outra oportunidade: é possível inovar nas restrições (leia aqui)

Gestão de Riscos: a cocriação é um processo de experimentação contínua, portanto é fundamental reduzir riscos, compreender os tempos, e minimizar o investimento, de forma que aumente o impacto no mercado. A prática do MVP (Produto Mínimo Viável) é ótima para isso!

Metodologias e Ferramentas  

Além disso, metodologias e ferramentas são bem-vindas no processo de cocriação. Algumas delas são:

Design Thinking: processo de pensamento crítico e criativo, através da geração de ideias para solucionar um problema.

Scrum: Metodologia ágil de gestão de projetos que conta com validações do produto com o cliente a cada etapa.

Leia mais: o que é metodologia ágil por que ela faz parte da receita de sucesso em projetos de inovação

Mapa de Empatia: Ferramenta para trabalhar com os stakeholders do projeto e descobrir o que eles pensam, veem, fazem e sentem.

Canvas da Proposta de Valor: Ferramenta que auxilia a criar o Match perfeito entre os problemas do cliente com o seu produto/serviço.

Exemplo prático

A palavra de especialistas sempre ajuda a entendermos melhor. Por isso, aqui eu invoco Stephen Vargo, professor de Marketing da Universidade do Havaí, e Venkat Ramaswamy, professor na Michigan Business School. Segundo eles, a cocriação é um método para aumentar o valor para os clientes e empresas de serviços, através da prática de desenvolver sistemas, produtos ou serviços por meio de colaboração com clientes, gerentes, funcionários e outros stakeholders. 

Na prática, isso é determinante. Aqui na Haze Shift, por exemplo, já experimentamos isso diversas vezes. Quer ver um exemplo? Um case interessante é o do HackaCorp, um hackathon interno do Grupo In Press que foi modelado em conjunto com o time do cliente. 

Em conjunto com o Grupo, precisávamos desenhar uma maneira de melhorar o atendimento do setor Corporativo, o alinhamento entre equipes e a qualidade das respostas dadas aos clientes internos. Para tanto, mapeamos pessoas-chave nas equipes, ou seja, fizemos o mapeamento de stakeholders. Chegamos à proposta de um hackathon interno para que os próprios colaboradores cocriassem soluções para essas dores. 

Isso mostra o poder da cocriação na prática, que fez toda a diferença para uma ótima execução do projeto, criando uma experiência única para os colaboradores. Fica aqui o convite para ler mais detalhes desse case: 

HackaCorp: Hackathon interno do Grupo In Press potencializa cultura de inovação 

Ou seja, em resumo, precisamos mapear pessoas, entrevistá-las e ir a fundo na escuta ativa de dores e ideias (aliás, uma alternativa para isso são programas de ideias e sugestões) para cocriar soluções nas empresas:  seja  internamente, seja para clientes externos. 

Como disse no texto, nós aqui Haze Shift respiramos a cocriação. Por isso, vamos conversar para cocriar a melhor solução para sua empresa!

Escrito por:

Ana Carolina Lopes
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Atua na área de projetos de inovação aberta e design estratégico na Haze Shift. Ao longo de sua formação em Engenheira de Produção vem adquirindo experiências em empresa júnior, diretório acadêmico, iniciação científica e desafios de inovação. Tem interesse em gestão, inovação e marketing.