Será que em breve ir ao médico (pelo menos para consultas de rotina) será coisa do passado? Afinal, a transformação digital em saúde está chegando ao Metaverso.
Para que você entenda, vamos explicar o conceito de Metaverso: ele pode ser definido como uma forma de universo paralelo acessível aos usuários de tecnologias de realidade virtual e aumentada. O termo é originário do romance de ficção científica de 1992 – Snow Crash e significa imersão em um mundo irreal gerado digitalmente.
Apesar de o termo estar em alta, bem como o próprio Metaverso, o ambiente virtual paralelo e a realidade física não são exatamente ideias novas.
Em 2003, a empresa Linden Lab com sede em São Francisco lançou o Second Life. É um jogo online (sim, ele ainda existe e funciona e pode ser jogado) no qual as pessoas podem criar avatares para si mesmas e ter uma espécie de segunda vida. No entanto, esse é apenas um jogo com tarefas e pontuações.
Já o Metaverso é uma parte da realidade cognitivamente perceptível, ou seja, pessoas, lugares, espaços, marcas e dinheiro podem ser reais. Assim, você poderá interagir com outras pessoas reais, comprar roupas e usá-las no mundo virtual, usar serviços e pagar por elas.
Inclusive, o Metaverso vem a ser uma boa opção para quem há mais de 18 meses faz reuniões via Zoom, MS Teams, Google Meets e está cansado de problemas técnicos e de ficar olhando para a tela do computador por horas a fio.
Na realidade virtual do Metaverso, temos que nos preparar para a multiplicidade de estímulos sensoriais. Pessoalmente, estou bem curioso para ver como o cérebro humano vai lidar com esses estímulos. Mas o que isso tudo tem a ver com saúde?
Espaços de saúde no Metaverso
Nos próximos anos, a medicina pode estar entre os ecossistemas mais emocionantes do Metaverso, ainda que hoje em dia ainda existam enormes limitações técnicas e de interação médico-paciente, mesmo em serviços digitais com interfaces perfeitamente desenvolvidas.
Por exemplo, durante uma consulta online, um paciente pode ver o médico apenas em duas dimensões. Outro aspecto é quando ao perguntar sobre o problema, o paciente pode apenas descrever e eventualmente informar os resultados de exames básicos feitos em casa, como pressão arterial, frequência cardíaca, temperatura corporal. O médico tem que confiar nos dados fornecidos pelo paciente
Contudo, podemos dizer que ainda é o mesmo que acontece em uma clássica consulta inicial presencial, apenas na forma digital, às vezes chata e frequentemente incompleta.
Agora imagine você que em uma futura consulta no Metaverso, a visita será totalmente virtual. Um avatar conhecerá o médico como acontece durante uma consulta clássica presencial.
Um humano digital no Metaverso não será uma mera imagem 3D simulada por computador da aparência e comportamento de alguém, mas uma projeção precisa e baseada em dados dessa pessoa captados em tempo real. Percebeu melhor como as coisas vão funcionar?
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Mas podemos ir muito além disso. Cada paciente terá uma cópia em escala real feita de dados que descrevem sua saúde captados e oriundos de diversas fontes: prontuários médicos eletrônicos, dispositivos vestíveis (wearables) como smartwatches que medem parâmetros físicos em tempo real, além de dados estritamente médicos.
Tudo isso irá convergir com informações coletadas em outros lugares do Metaverso, como dados de comportamento do consumidor, estilo de vida e hábitos sócio-culturais que podem impactar na saúde.
Dessa forma, o Metaverso facilitará vários avanços na gestão de saúde e sucesso em tratamentos de saúde seja de baixa a alta complexidade. Teremos uma interessante mudança de paradigma saindo desde examinar um paciente seu aspecto fisiopatológico para examinar os dados.
Assim, o médico contará com auxílio importante para doenças de menor complexidade, e graças a algoritmos e uma robusta base de dados, suportado por uma potente inteligência artificial munido de dados de milhões de pacientes.
Ainda sobre a mudança de paradigma para gestão de saúde, teremos a personalização da saúde e fácil acessibilidade de dados confiáveis. Com isso, não ouviremos mais perguntas subjetivas como “como você se sente?” ou “qual é o problema?”.
Como já comentei aqui, além da mudança de paradigma, saindo do modelo de “remediação de saúde”, que é o processo reativo de tratar uma condição patológica ou doença, para “gestão de saúde”, um processo ativo entre os envolvidos para gerar e manter a saúde e minimizar futuras doenças; com isso, teremos uma mudança cultural saindo do “tratamento de saúde” para gestão de saúde e jornadas de tratamento.
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Em vez disso, eles pedirão seu consentimento para acessar diferentes camadas de dados para obter informações sobre a sua saúde. Eles verão imagens 3D dos órgãos internos, poderão verificar a garganta, via respiratória superior, via digestiva superior, pulmão, coração, imagens em alta resolução e 3D de pele, todas geradas por dispositivos de laboratório doméstico operados pelo próprio paciente.
Além disso, outras curiosidades como poder de escolha do local da consulta: pode ser na casa dos seus sonhos, ou em consultório médico etc. Você ainda poderá escolher a personalidade ou o gênero do seu médico, para se sentir o mais confortável possível.
Processo de adaptação da saúde ao Metaverso
No entanto, nada disso será do dia para noite, e inicialmente tão simples, já que é preciso proteção de dados e acesso universal.
Certamente o Metaverso apresentará alguns desafios únicos para o setor de saúde. O obstáculo número um será garantir que as informações confidenciais dos pacientes, protegidas pela LGPD no Brasil ou HIPAA (Health Insurance Portability and Accountability Act, a lei norte-americana de proteção de dados de saúde), além das leis dos demais países.
Isso será fundamental para a saúde no Metaverso garantir que todos os dados do paciente sejam protegidos. Pode ser uma maneira de fornecer segurança e privacidade.
Os profissionais de saúde também serão desafiados a tornar a experiência de telemedicina que inclui consultas, exames remotos e terapia digital ainda melhor do que a experiência presencial.
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Desafios e perguntas
Alguns outros desafios podem incluir a adoção da tecnologia, ou seja, o desafio tecnológico, marketing e cultural.
Várias perguntas ainda estão sendo criadas e buscam respostas e soluções, tais como, como a Meta™ e outras empresas de tecnologia atrairão pessoas para o Metaverso? Eles precisarão ir a um local físico? Eles terão óculos de realidade virtual em casa? Quando se trata do setor de saúde, como a população idosa – que normalmente não é tão versada em tecnologia – entrará no Metaverso?
É claro que as empresas de saúde também precisarão criar um modelo de negócios alinhado ao seguro de saúde do paciente, reembolsos e prescrições, tudo nesse novo universo virtual.
Além da questão de marketing e adoção da tecnologia, existe outro enorme desafio, tornar Metaverso acessível a quem quer e não apenas a quem pode.
Assim como a descrição de uma consulta no Metaverso soa como um filme de ficção científica, também imaginamos custos astronômicos e restrição de acessibilidade à população geral global.
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Com certeza teremos nos primeiros anos haverá uma disparidade, com e o uso do Metaverso por poucos. No entanto, com advento do 5G e aumento exponencial da capacidade de miniaturização de equipamentos e processamento de dados, poderá ser possível baratear o custo e conseguir oferecer a mais de 70% da população global até 2030, tal como esperado e descrito na agenda 2030 da ONU.
Porém, com esses desafios superados, virá uma experiência de usuário ilimitada, quebrando as barreiras de localização e oferecendo oportunidades infinitas para pacientes em todo o mundo.
Como nós podemos ajudar
Nós da Haze Shift podemos ser o parceiro ideal para a entrada da sua empresa no metaverso em saúde.
A Haze Shift tem expertise em transformação digital e em cultura de inovação. Se por um lado existem oportunidades em saúde no metaverso, por outro, não podemos deixar de pensar no presente, para aos poucos chegarmos a esse nível de Metaverso que, no momento, ainda precisamos evoluir na preparação dos profissionais da saúde para essa realidade, na chegada do 5G e no comportamento da sociedade em relação ao metaverso.
E o que podemos fazer agora, neste momento? Em primeiro lugar, operadoras de saúde e hospitais devem ampliar seus projetos de inovação. Nós da Haze Shift recentemente fizemos desenhos e planos para alguns clientes no Paraná e em São Paulo, ajudando na reorganização de processos e fazendo hunting de startups de saúde. Isso auxiliou cada cliente a se conectar com o que há de mais moderno na saúde 4.0 para cada perfil organizacional.
Ou seja, temos expertise no desenvolvimento de soluções para programas de cultura de inovação em saúde para identificação, empatia e idealização de soluções.
Para concluir…
Como você acompanhou comigo até aqui, o Metaverso é um conceito emergente que trará muitas novas dimensões à medida que os grandes atores sociais reúnem diferentes aspectos da realidade virtual e experiências imersivas.
Para o segmento de saúde, é esperado que permaneça em grande parte tradicional por muitas décadas, isso transformará vários paradigmas e modelos de negócios. O Metaverso na saúde será uma ótima ferramenta para aprender, capacitar e fornecer experiências de sucesso na gestão da saúde e na jornada de tratamento para pacientes, médicos e provedores de saúde.
Nós da Haze Shift estamos prontos para apoiar essa transformação junto aos nossos clientes da área de saúde. E você, o que está esperando para se preparar para entrar neste novo mundo?
Escrito por:
Robert Frederic Woolley
Robert Frederic Woolley é consultor associado da Haze Shift, bacharel em Ciências Farmacêuticas, mestre em Administração de negócios e agente de propriedade Intelectual. Realiza trabalhos sobre inovação em modelos de negócios com foco na auto-disrupção,desenvolvimento de mercado e novas tecnologias.
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