Vamos começar este texto com uma pergunta retórica: O que é um roadmap?

É uma pergunta retórica, pois talvez você já saiba  que a resposta é um mapa que mostra os próximos passos estratégicos da empresa na entrega de novos produtos, novos serviços ou até mesmo melhorias incrementais dos que já estão na empresa. 

Justamente por isso podemos dizer que um roadmap é uma ferramenta estratégica que ajuda a alinhar as expectativas e prioridades entre as partes interessadas internas e externas do produto/serviços, como desenvolvedores, designers, gerentes, executivos e investidores.

Contudo, onde esse mapa deveria estar? Nas gavetas ou diretórios da empresa, ou à vista para todos os stakeholders? Assim como o roadmap é uma ferramenta estratégica da empresa, da mesma forma que a estratégia geral, ele deve estar disponível para todos que, de alguma forma, trilharão esta rota com você.

Como construir um roadmap 

Normalmente suas equipes constroem roadmaps simplesmente visualizando os produtos/serviços futuros e colocando-os em uma linha do tempo, com uma visão de próximos passos, milestones e apresentam para o board com um sorriso no rosto e aquela sensação de missão cumprida e que o mundo é perfeito e tudo vai dar certo. Porém, é muito mais que isso. 

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Fonte da Imagem: Free Vector

Então proponho a você um exercício de empatia. Imagine que você é um CEO de uma empresa que precisa construir um  Roadmap. No entanto, ao longo da jornada de execução do Roadmap algo sai diferente do esperado e você precisa recalcular a rota no último minuto do segundo tempo. Sabendo que o inesperado é um risco a ser considerado em projetos vou te contar o que fazer para evitar possíveis desperdícios no seu Roadmap, otimizar tempo, investimento e ainda garantir o sentimento de missão cumprida. Sugiro uma leitura atenciosa aos seguintes passos.

1- Defina os objetivos estratégicos da empresa, por exemplo, usando o Design to Value e liste os produtos e serviços que podem ser entregues para atingir esta estratégia. O que você quer alcançar com o seu produto/serviço; indicadores de sucesso; o propósito, quem são os clientes. Para cada produto e serviço construa o Business Model Canvas proposta por Alexander Osterwalder.

Falando de estratégia, aproveito para  sugerir uma que vem nos apoiando bastante internamente e em projetos de grandes clientes, o Design to Value (DTV). É uma abordagem de otimização de portfólio que nos ajuda a entender com precisão quais recursos do produto/serviço são importantes para os consumidores e se os consumidores estão dispostos a pagar por esses recursos.

Leia mais em: Design-to-value | Operations | McKinsey & Company

2 – Identifique as necessidades e as dores dos usuários e clientes. Faça pesquisas de mercado, entrevistas exploratórias, testes e análises de dados para entender as necessidades, as dores e os desejos dos seus usuários. Aqui você pode aplicar a ferramenta Canvas de Proposta de Valor ou qualquer outra ferramenta de Design Thinking. Sugiro a leitura do texto “Como utilizar design estratégico e design thinking nas estratégias de sua empresa”. 

3- Escreva uma declaração que resuma o propósito, o valor e o público-alvo do seu produto. Comece com o Porquê, e para isso nada melhor que visitar o TED de Simon Sinek. Material obrigatório para a equipe que está construindo o roadmap. 

Como Grandes Líderes Inspiram – Simon Sinek: How great leaders inspire action | TED Talk

4- Com o canvas de proposta de valor, agora identifique as funcionalidades e os requisitos do produto/serviço com base nas necessidades e nas dores dos usuários e clientes. Defina quais são as funcionalidades e os requisitos essenciais para atender às expectativas e gerar valor ao cliente e não aos egos internos. 

5- Junto com a  equipe, busque em conjunto definir o tempo e os recursos necessários, prazo e orçamento. A ideia é  nesse momento ter um norte para validar se o roadmap é um mapa real considerando as finanças da empresa ou apenas um sonho.

6- Priorize: lembre-se da regra de Pareto 80×20. Invés de construir tudo de uma vez, então você precisa escolher o que é mais importante e urgente. Você pode usar métodos como uma matriz de priorização para avaliar e ordenar as funcionalidades. Se você está acostumado com a metodologia ágil SCRUM, o  rodmap pode ser comparado com o resultado de  cada sprint, que precisa entregar valor ao cliente dentro do prazo planejado e priorizada conforme os maiores ganhos.  

7- Se estamos vivendo em um mundo VUCA (Volátil, Incerto, complexo e ambíguo), e para alguns o mundo é BANI (Quebradiço, Ansioso, Não Linear e Incompreensível), o quanto antes tivermos respostas dos produtos, melhor. Antecipe o roadmap com MVPs (Produtos Mínimos Viáveis). 

Leia também: Por que Henry Ford não lançou logo uma Ranger ao invés de evoluir a partir de um Produto Mínimo Viável – MVP” 

8- O roadmap  é um documento dinâmico, revise-o periodicamente conforme o feedback dos clientes e mudanças de cenários. 

9 – E por último, lembre-se, o roadmap é uma ferramenta estratégica. Assim, comunique o roadmap para as partes interessadas, ganhe o comprometimento delas. Deixe claro a visão, a estratégia, a prioridade, os temas e as datas do produto/serviço. Obtenha feedbacks, sugestões e validações.

O Trello, Asana, Pipefy, Jira, Miro, entre outras plataformas, já possuem templates orientativos. Escolha o que melhor se adeque à comunicação de sua empresa.

Para finalizar, fica um convite: no conteúdo acima, deixamos vários links para leituras de materiais que nós  na Haze Shift utilizamos em nosso dia a dia internamente e nos projetos de inovação com nossos clientes, com o objetivo de apresentar a todos, o que inclui CEO e diretores,  que somos uma empresa de consultoria e inovação capaz de construir o seu planejamento estratégico e também um roadmap de sucesso. Vamos conversar sobre este e outros temas?

Escrito por:

Claudio Navarro
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Desenvolvedor de novos negócios inovadores e consultor de inovação, Claudio Navarro é mestre em Informática Industrial pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e MBA em gestão empresarial pela ESIC Business & Marketing School de Curitiba. Há 24 anos atua na área de tecnologia da informação e comunicação, com passagens pela Alemanha e Brasil, em empresas como Siemens LTDA e Siemens AG, Bematech, Whirlpool, Gazeta do Povo e Prime Robot atuando na gestão de equipes de P&D.