Quando você escuta o termo co-learning, qual sua percepção? Você sabe do que se trata?

De uma forma simples, co-learning significa algo como aprendizado colaborativo. Nele é aplicada uma abordagem diferente para a inovação aberta. Trata-se  mais  da gestão do conhecimento e do desenvolvimento humano do que sobre produtos e serviços. Para isso, é promovida a troca de conhecimento para gerar novas habilidades e competências, o que volta para a empresa por meio da aplicação do aprendizado no empreendedorismo, intraempreendedorismo e nos processos de negócios.

No artigo “33 formas de inovação aberta: rotas para transformar seu negócio”, abordamos as rotas capazes de colocar a inovação aberta em prática nas organizações e falamos um pouco sobre o co-learning que é a rota 6.

Continue a leitura, pois o tema será melhor explicado. 

Saiba o que é o co-learning e como usá-lo em projetos de inovação da sua empresa

A ideia básica do co-learning é que a passagem de informações não seja unilateral. Tem que haver uma troca e colaboração entre as partes. Segundo Gokhale (1995), é possível alcançar níveis de aprendizado mais elevados quando a iniciativa é realizada em conjunto com outras pessoas. 

Nesse sentido, é uma forma de aprendizado mais efetiva. É uma maneira de reter informação e construir pensamento crítico em conjunto, a partir da troca, incluindo nesse processo os principais atores identificados, sejam eles facilitadores, responsáveis técnicos, alunos, estudantes, colaboradores. Quando falamos em co-learning, é preciso estar disposto e aberto para participar ativamente.

Outra questão bastante importante é que no co-learning os participantes sejam multidisciplinares, tanto em questão de perfil quanto em relação à etnia, conhecimento, áreas de atuação, diferentes setores. Isso porque a real troca de informações e aprendizado depende de uma visão ampla e diversificada sobre o assunto proposto no co-learning. 

Por exemplo, uma empresa do segmento agro. Se um grupo de co-learning tiver apenas integrantes da parte industrial dessa empresa, a visão será a mesma do dia a dia. Mas, caso tenha participação de profissionais do campo, além do RH, área de comunicação, diversidade e sustentabilidade, imagina o quanto de visões, conhecimentos, experiências e aprendizados serão agregados à discussão levada a esse grupo?!! 

Fico curioso sobre o que seria discutido, apenas de pensar nesse cenário. Você não fica?

O co-learning e a gestão do conhecimento na prática

Como você já deve ter percebido, a rota de co-learning foi desenvolvida para fazer parte de um projeto maior. Você não une uma equipe multidisciplinar, se não houver um objetivo para essa troca. 

Nós da Haze Shift, por exemplo, trabalhamos com Comunidades de Prática e Aprendizagem junto a nossos clientes. Para isso, é possível utilizar plataformas de educação corporativa ou iniciativas de compartilhamento de conhecimento. 

Por meio de comunidades de prática é possível promover a gestão do conhecimento de forma multidisciplinar de uma empresa. Por exemplo, há uma atividade na área industrial que poucos colaboradores sabem fazer? A iniciativa permite que você transmita as informações para mais pessoas e isso permite que mais atores possam atuar de forma coesa e harmônica, gerando mais resultados. É uma relação de ganha-ganha.

Entre alguns exemplos de projetos que desenvolvemos na Haze Shift para gerar valor e estimular a troca de conhecimentos entre empresas, universidades e estudantes, estão: 

Nesses casos citados acima, o público-alvo foram estudantes. Colocamos eles no centro do projeto com esses instrutores, para aprender sobre inovação e empreendedorismo para impactar as comunidades ou empresas em que atuam.

Outras práticas de co-learning

Em diversos programas de inovação, seja em programas de pré-aceleração e aceleração, hackathons, ideathons, por exemplo, sempre há um momento em que uma prática de co-learning será importante para agregar valor ao projeto, compartilhar conhecimento e fomentar um resultado muito mais promissor. 

Além das comunidades de práticas, é possível trabalhar o co-learning no formato de mentorias, programas de educação empreendedora e design estratégico.

Já falei aqui no blog sobre o papel das mentorias em programas de inovação aberta, mas resumidamente, é nesse momento em que há uma troca grande de conhecimento. O mentor vai se dispor a ajudar no caminhar de um projeto de forma mais assertiva: você leva os problemas e dúvidas e existe uma troca de forma a auxiliar a equipe a encontrar uma solução. 

Aqui na Haze Shift, além de mentores, também estruturamos iniciativas que levam a figura de um tutor, que nada mais é aquele que irá acompanhar o processo de aprendizado de sua equipe do início ao fim do programa. 

Um outro exemplo co-learning, esse não é nosso, mas é um ótimo caso a ser estudado é o Google Business Group (GBG), programa mundial criado em 2012 e focado na criação de comunidades de negócios por meio de voluntários independentes do Google. A iniciativa é voltada para empresas, empreendedores e startups, e tem como objetivo compartilhar conhecimento sobre as ferramentas da empresa e como a tecnologia pode ajudar nos negócios. 

Os encontros são realizados por meio de workshops, eventos, hangouts online ou conversas informais para promover interação, conexão, trocar conhecimento e fortalecer as comunidades empreendedoras do GBG nas cidades onde o projeto atua, como em Curitiba, Brasília, Florianópolis, São Paulo, Sorocaba e outros locais do Brasil e do mundo. 

Principais desafios

Para promover uma iniciativa de co-learning de sucesso é necessário levar em conta algumas questões. É importante que existam condições favoráveis e estímulos adequados para que todos participem e troquem conhecimento, ter metodologia a seguir, pessoas aptas para conduzir, um ambiente estruturado, tanto digital quanto presencial. 

Um dos principais desafios é a conexão com outras pessoas, gerar o sentimento de pertencimento dos participantes, criar uma proposta interessante para que queiram estar presente e compartilhar, além de fazer com que elas se sintam à vontade em participar. Com as condições propícias, você torna a iniciativa muito mais promissora. 

Atualmente, com a transformação digital também impulsionando os eventos de inovação para o ambiente online, conseguir levar uma experiência agradável para quem está distante, pede uma estratégia mais leve, com dinâmicas mais divertidas e lúdicas. 

Uma ferramenta digital criativa que colabora muito no processo de design estratégico e proporciona ações de co-learning, colaboração e co-criação é o desenvolvimento de um mural durante os workshops colaborativos. Durante a experiência, acaba todo mundo co-criando e aprendendo junto, principalmente quando tem um grupo multidisciplinar envolvido. 

Co-learning: benefícios para as empresas e público-alvo

No co-learning, há uma série de outros benefícios tanto para as empresas como para os stakeholders participantes:

  • Gera maior troca de conhecimento agregado
  • Gera relacionamento/Networking
  • Desenvolvimento de soluções e inovação
  • Novas ideias inovadoras para região ou empresa
  • Fomento a educação e empreendedorismo
  • Fortalece a cultura de inovação
  • Gera engajamento e sentimento de pertencimento

No fim, se formos resumir o que é o co-learning, é preciso lembrar que ele é feito da troca de informações, com abertura para questionamentos e reflexões. Não importa a distância física, mas que o ambiente proposto permita às pessoas se sentirem à vontade para falar, explicar, trazer ideias e aprender sempre e muito uns com os outros. 

Aqui na Haze Shift aplicamos projetos de co-learning especialmente agregados a programas de inovação. Quer conhecer mais como fazemos e alguns dos resultados alcançados para nossos clientes? Entre em contato conosco.

Escrito por:

Rodrigo Medalha - Rodrigo Medalha - Haze Shift
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Designer estratégico, empreendedor, gestor de comunidades e com experiências em programas de pré-aceleração e aceleração. Sempre aberto a novos aprendizados e projetar novas soluções que agreguem valor ao negócio e à sociedade.