Para todos nós brasileiros, as Cooperativas sempre foram motivo de orgulho. E podemos dizer que continuam pois elas representam uma força significativa para a economia nacional. Segundo o Anuário do Cooperativismo, são 4.880 cooperativas em diferentes ramos: Agronegócio, Crédito, Saúde,  Transporte, Trabalho, Produção de Bens e Serviços; Consumo e Infraestrutura. São quase 19 milhões de cooperados e 500 mil colaboradores que juntos alcançaram em 2021, sobras ( lucro no cooperativismo) que ultrapassaram os 36 bilhões de reais. 

Vamos ver um exemplo de como esse potencial tem tudo a ver com  inovação e sustentabilidade. 

Para você que transita pelo ecossistema das cooperativas deve conhecer o PRC2000 (Plano Paraná Cooperativo 200), mas para quem se interessa pelo setor saiba que o PCRC 200 trata-se do planejamento estratégico desenvolvido sob a coordenação do Sistema Ocepar,  que tem como objetivo orientar as ações das cooperativas do estado do Paraná. 

O foco é promover a integração e a sinergia entre diferentes segmentos, aumentar a competitividade e a sustentabilidade do setor, além de contribuir para a modernização e a profissionalização da gestão.

Apostamos que você já visualizou oportunidades aqui. Então continue comigo.

O plano estabelece metas para um cenário que deve ocorrer entre 2025 e 2026.  Destacamos como exemplos: meta de faturamento anual de R$200 bilhões por ano, alcançar quatro milhões de cooperados, chegar a 200 mil colaboradores, com distribuição de sobras (resultado no cooperativismo, saiba mais) de R$ 10 bilhões. Outro referencial importante está na definição de 17 projetos estruturantes para alcançar os objetivos e que envolvem diversas áreas como: gestão, tecnologia, infraestrutura e mercado. 

Mas por que esse debate é tão importante no que se refere à inovação e à transformação digital? Vamos explicar! 

Em  primeiro lugar, a  transformação digital das cooperativas desponta como um tema relevante e necessário para o alcance desses objetivos.  Além de adotar novas tecnologias, é fundamental a formação dos colaboradores e dirigentes em metodologias que estimulem novas formas de trabalho, fomentem a cultura de inovação e o protagonismo do cooperativismo no desenvolvimento econômico e sustentável em todo o ecossistema.

Aqui podemos  ver um bom exemplo de como fazer isso: 

Inclusão social e digital no cooperativismo

Dentre os projetos estruturantes do PRC200, vale a reflexão sobre um em especial: o desenvolvimento de políticas de inclusão social e digital. Já não é novidade para as cooperativas que as Tecnologias facilitadoras da transformação digital (como 5G, Inteligência Artificial, Biotecnologia, Robótica, Internet das Coisas) não são temas para o futuro, mas uma prioridade estratégica emergente para a gestão. 

Independente do ramo, são inúmeros os exemplos de iniciativas que contribuem para tornar as cooperativas mais eficientes, inovadoras e sustentáveis. Pensando nisso, o projeto ESG+Coop, lançado em 2022, pretende certificar as cooperativas e preparar os profissionais com formação e mentoria com o foco no atendimento a requisitos ambientais, sociais e de governança e desempenho.

Na prática, é com pessoas preparadas e novos modelos mentais (em especial o mindset digital) que é possível melhorar os processos internos, reduzir custos, aumentar a produtividade e criar experiências incríveis para os clientes e os cooperados. Nesse sentido, a inclusão digital como pauta e estratégia de inovação traz inúmeras oportunidades para as cidades e contribui para o propósito das cooperativas.  

Vale ressaltar que ao falar em políticas de inclusão é essencial a criação de Comitês de Inclusão Digital nas cooperativas, com foco no planejamento, articulação e execução de ações de acesso à educação, alinhadas às realidades de cada região. 

Governança e inovação

Para atingir tudo isso, é preciso estruturas de governança em projetos de mitigação das carências de infraestrutura tecnológica, de preparação dos recursos humanos para as habilidades e competências digitais e empreendedora serão priorizados no orçamento.

Afinal, é com a governança da inovação que começa a construção de uma visão estratégica de desenvolvimento da inovação e da transformação digital. 

Dessa forma, em primeiro lugar, as cooperativas devem responder concretamente a “Por que inovar?”; “Onde inovar?”; “Quanto podemos investir em inovação?”.  E é aqui  que entra a consciência dos executivos das cooperativas: 

É com o apoio da alta gestão que as cooperativas serão protagonistas no desafio da inclusão digital de todos os cidadãos, especialmente os mais vulneráveis.  

Confira sete modelos de governança da inovação que você precisa conhecer agora mesmo

Os benefícios desse tipo de iniciativa transformam gerações, geram oportunidades de trabalho e renda, fortalecem o desenvolvimento local e fortalecem a conexão entre a rede de instituições públicas e privadas. É com a oferta de serviços como o acesso à internet, com treinamentos em novas tecnologias e com a integração com o desenvolvimento de soluções para os desafios das cooperativas que é possível fomentar a participação ativa da população na economia digital e no desenvolvimento sustentável da sociedade. 

Para que isso seja alcançado, é preciso um plano detalhado de governança. 

Isso significa ir além de ofertar serviços por aplicativos, significa entender a maturidade digital de colaboradores, cooperados, familiares e  do entorno, é atuar com protagonismo e compromisso com o futuro.

E por aí? Como estão as iniciativas de inclusão digital na sua cidade? Conhece um projeto transformador? Compartilhe! Que tal puxar uma conversa na sua cooperativa sobre o tema?  Vamos conversar sobre o tema e trocar impressões sobre inovação nesse ecossistema tão rico

Escrito por:

Rafael de Tarso
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Consultor Associado na Haze Shift. Facilitador de Estratégias para a Transformação Digital, Experiência do Cliente e Produtos Digitais. Palestras sobre futuro e indústria 4.0.