A inovação é tema chave quando empresas enxergam a necessidade em se adaptar à mudanças de mercado e se estabelecer como referência no segmento que atua, concorda? Mas tão importante quanto implementar projetos e processos inovadores, é preciso medir a inovação. 

Em primeiro lugar, vamos falar sobre por que a inovação acaba sempre sendo um meio de resposta a mudanças. Basta perceber como isso acontece em períodos de recessão econômica e possíveis adversidades que ocorrem mundo afora – como a recente pandemia. Nesse cenário, companhias que tiveram dificuldades em responder às demandas do consumidor e não contornaram desafios perderam em termos de faturamento e visibilidade ao público. É o caso de empresas que não se adequaram ao modelo remote first durante a pandemia, por exemplo.

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Acontece que atualmente há uma tendência das organizações serem mais proativas em estabelecer mecanismos formais de inovação e manter melhoria contínua em seu processo produtivo e de geração de ideias, a fim de prevenir momentos de tensão. Mas como garantir que a sua empresa está dentro dessa tendência? É possível mensurar a inovação?

Certamente é possível estabelecer formas de dimensionar o nível de inovação das empresas, ou seja, de medir a inovação nas empresas. 

Para tratar o tema, vamos dividi-lo em dois cenários: inicialmente, falo sobre possíveis indicadores internos de inovação que podem ser implementados a depender do contexto de cada empresa, já em um segundo momento, sobre metodologias, scores, premiações e selos de inovação existentes no mercado. Sem mais delongas, siga comigo: 

Como medir a inovação? 

É importante citar aqui que existem diversos estudos que apontam formas de medir a inovação. Contudo, não existe uma regra, logo, não existe um modelo que é consenso. Por isso,  vamos apontar aqui algumas práticas de mercado. Certamente alguma forma poderá fazer sentido para você. Acompanhe comigo.

A inovação pode ser monitorada, por exemplo:

  1. Pelo investimento em pesquisa e desenvolvimento;
  2. Pelo número de patentes registradas;
  3. Pelo lançamento de novos produtos ou serviços;
  4. Pela quantidade de colaboração e parcerias;

Além disso, a depender da empresa, seu modelo de negócio e organizacional adotado é possível dimensionar a inovação de formas diferentes. Por exemplo: empresas que adotam metodologias ágeis como o Scrum podem monitorar a quantidade de histórias do usuário implementadas ao longo de sua Sprint ou o número de incrementos impostos após uma Review.

Leia sobre metodologias ágeis

Ainda nesse contexto, segundo a Whow – site voltado à atualizações sobre empreendedorismo – stakeholders de empresas referência em inovação como a 3M e AWS da Amazon apontam mais indicadores úteis como:

  • ISR (Innovation Success Rate): Total de projetos de sucesso/Total de projetos explorados
  • EII (Efficiency of Innovation Investment): Total de projetos explorados/Total de investimentos 

Além disso, é possível também mensurar a inovação por meio das receitas geradas a partir de lançamentos de MVPs!

Quais metodologias para medir inovação existem no mercado?!

Existem diversas premiações, selos e certificações que comprovam a inovação nas empresas! O ponto aqui é que a maioria desses recursos de medição tem premissas parecidas – premissas essas que podem te ajudar a refletir sobre o grau de inovação na sua empresa. 

O que essas metodologias têm em comum é que elas tratam a inovação como fruto de diversas dimensões. O estudo 10 dimensões da inovatividade e seus impactos no desempenho inovador dita que “A inovação é resultado da mobilização de um conjunto de recursos, comportamentos e atividades que possibilitam o desenvolvimento de novos produtos, processos e sistemas”.

Partindo dessa conclusão, o estudo realiza a aplicação de uma pesquisa com amostra de 120 empresas dividida em 10 dimensões para avaliar a inovação, dentre elas: Pessoas, Processos e Estrutura Organizacional, por exemplo. Os principais resultados encontrados são: 

  • Empresas apresentam um desempenho inferior na introdução de inovações significativas em produtos, serviços e processos em relação às inovações incrementais. Isso implica que ainda há confusão no mercado entre inovação e melhoria;
  • Aprendizagem, Liderança e Cultura tem ligação intrínseca com o grau de inovação das empresas.

Nesse sentido, a Haze Shift utilizou as referências existentes no mercado e, inclusive, o estudo citado acima para construir a metodologia de avaliação de inovação do Prêmio Empresa Inovadora, que contou com a inscrição de mais de 300 empresas e irá premiar 12 empresas no Viasoft Connect 2023.

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O modelo construído foi além de um diagnóstico de inovação por meio de afirmações medidas através de uma escala – dentro do Prêmio, nos propomos também a entrevistar as empresas com uma equipe de avaliadores com experiência em gestão e inovação e gerar insights para todas que participaram. Ainda na etapa de entrevistas, conseguimos relacionar o autodiagnóstico com a percepção dos avaliadores – inferindo se a autoavaliação estava subestimando ou superestimando as ações de inovação na empresa.

Veja abaixo um exemplo de devolutiva do diagnóstico de inovação Prêmio Empresa Inovadora.

Leia sobre o Prêmio Empresa Inovadora

Ferramenta para medir a inovação 

Além do Prêmio, hoje existe uma ferramenta bem estabelecida e utilizada por várias empresas em termos de medição de inovação – o Innovation Scoring, que também trabalha com dimensões de avaliação – são 5 dimensões de análise: Estratégia, Organização, Processos de IDI, Potenciadores e Impacto – acesse o site Innovation Scoring e veja o que é avaliado por dimensão.

Cada dimensão conta com subdimensões que incluem temas atuais como Sustentabilidade e Modelos de Financiamento, totalizando 30 questões que resultam em um score que direciona a empresa a reconhecer seus pontos de qualidade e melhoria. A partir dos dados gerados, o Innovation Scoring disponibiliza 24 indicadores contabilísticos e 56 indicadores quantitativos.

Com isso posto, reforçamos que avaliar a inovação vai além de considerar uma área específica da empresa – refletir o contexto geral é necessário, uma vez que isso aponta em quais ambientes existem gargalos. Além disso, comparar-se com empresas referências do seu segmento e pôr em prática o famoso benchmarking  pode trazer insights valiosos para você chegar em um diferencial competitivo.

Se você quer dar o primeiro passo em termos de inovação, uma boa ideia é pensar no desenvolvimento de uma área de inovação dentro da empresa – promover uma governança da inovação ou comitê de inovação é imprescindível atualmente.

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Nós da Haze Shift realizamos um trabalho recente com a Cibra, vencedora do Prêmio Empresa Inovadora na categoria Indústria em 2022, para a elaboração do manifesto de inovação e mapeamento de sua visão de futuro sobre o tema – trabalho que irá se tornar um Case em nosso site!

E para complementar, algumas outras empresas que são destaque no mercado e já trabalham com área de inovação são: Nestlé, ArcelorMittal e Grupo Boticário! 

Em outras palavras, a inovação leva à diferenciação, ganhos de produtividade e faturamento. Não espere o mercado cobrar você! Vamos trabalhar a inovação juntos? 

Escrito por:

Ana Clara Del Monte
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Graduanda em economia, ama trabalhar com o acompanhamento da jornada do cliente e, principalmente, negociação, por isso compõe nosso time comercial. Gosta muito de música, cinema e esportes.