Você já parou para pensar na aderência do seu negócio aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU? Recentemente nós da Haze Shift fizemos essa reflexão e hoje é dia de convergir quatro dos 17 ODS ao mundo corporativo. São eles:

Em primeiro lugar, certamente você já ouviu falar em modelos de energia limpa e que pregam a sustentabilidade. Pois bem, esse é o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 7 da ONU: Energia Acessível e Limpa. E olha que essas formas podem estar mais perto do que você imagina.

Aqui na empresa, meu sócio Luiz Fernando Frederico já mostrou neste blog como inovação e agroenergia no Brasil vêm revolucionando a forma de gerar energia a partir de materiais produzidos no campo. Mas também pode existir energia limpa em algum telhado pertinho da sua casa ou trabalho. Sim, estamos falando da energia solar. Afinal, ela está cada vez mais popular. Veja como funciona:

Interessante, concorda? Sua empresa ou mesmo sua residência podem ser beneficiadas com este sistema, pois as placas solares captam energia suficiente para o abastecimento contínuo, e o uso de energia das concessionárias locais vem, geralmente, só à noite (se a energia solar captada durante o dia tiver acabado). E um ótimo meio de ampliar essa energia limpa é por meio da inovação aberta. Vamos entender isso com um exemplo?

Energia Limpa: exemplo de inovação aberta

A acessibilidade à energia solar por meio de parcerias entre empresas e startups é um ótimo meio para, cada vez mais, tornar isso uma realidade. E aqui no Brasil temos um excelente projeto da Ambev, que busca levar energia limpa a mais de 700 mil bares, restaurantes e supermercados no Brasil, por meio da Z-Tech (hub de tecnologia e inovação da multinacional). Entenda como funciona:

Os estabelecimentos parceiros da Ambev fazem um cadastro na startup Lemon, que identifica dentro de uma rede de fornecedores de energia solar quantos painéis solares que o estabelecimento precisa alugar para abastecimento próprio. Dessa forma, a startup faz uma proposta e, caso o estabelecimento aceite, o fornecimento de energia do local passa a ser feito por energia solar, através da mesma rede de linhas de transmissão disponibilizada pela empresa de energia local. O proprietário não precisa fazer obras e a startup fica responsável pela burocracia de contato com a companhia de energia local. Leia aqui algumas perguntas frequentes.

Assim como quando ocorre a instalação de painéis solares, a promessa é que o investimento auxilie as empresas a reduzir a conta de energia. De quebra, dessa maneira, ocorre menos emissões de gases e poluentes na atmosfera pelo abastecimento com esse tipo de energia.  Portanto, fica a minha recomendação ao empreendedor: busque startups como a Lemon, a Solfácil e a Renova Green, entre outros exemplos. 

Oportunidade de faturar com energia
Quando empresas ou propriedades geram sua própria energia – seja por meio solar, eólica, pequenas centrais hidrelétricas ou pela agroenergia -, elas se inserem no chamado Mercado Livre de Energia, ou Ambiente de Contratação Livre (ACL). Nesse mercado, o empreendedor consome a própria energia e tem a oportunidade de vender a produção energética excedente às distribuidoras de energia, por contratos bilaterais.

Da luz à água potável

E se por um lado o Sol é capaz de gerar energia, ele já se mostra capaz de auxiliar no tratamento da água e no saneamento, como veremos a seguir.

Essa gestão sustentável de água e esgoto é o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 6 da ONU. Uma das metas desse objetivo é fortalecer a participação das comunidades locais na gestão hídrica. Nesse sentido, novamente existem pessoas dispostas a isso, mostrando forte conexão de inovações com origem em universidades e startups.

Vejamos o exemplo da empreendedora Anna Luísa Beserra, da Bahia. Ela desenvolveu um dispositivo para o tratamento da água que utiliza radiação solar para o processo de limpeza, produzindo até 30 litros de água tratada por dia. O equipamento se chama Aqualuz: um equipamento acoplado a cisternas.

A jovem concorreu ao prêmio Jovem Cientista, do CNPQ, em 2013, quando ainda estava no Ensino Médio. Ela aprimorou o projeto partir de 2015 cursando Biotecnologia na Universidade Federal da Bahia (UFBA) e lançando uma startup universitária chamada SWD. Em 2019, a SDW ganhou a premiação da ONU Meio Ambiente, seu primeiro reconhecimento internacional. E ela levantou mais um bom dinheiro no programa Caldeirão do Huck e R$ 25 mil no Hack Brazil, um hackaton para startups de tecnologia promovido pela Universidade de Harvard, dos Estados Unidos.  

Leia também: Tudo sobre hackathon, o que é e como funcionam os melhores desafios de inovação aberta

Além disso, a SDW também oferece o serviço para empresas que querem apostar em Projetos de Responsabilidade Social. Isso é inovação aberta pura: uma startup que começou de forma universitária e que agora oferece serviços a empresas! 

Faça sua parte
Se você achou essa história inspiradora, que tal começar a fazer a sua parte? A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico do Brasil, a ANA, possui diversas iniciativas, entre programas e projetos. A agência inclusive premia iniciativas de pequenas, médias e grandes empresas que realizam projetos para promover a segurança hídrica. Saiba mais no site do Prêmio Ana

Projetos assim formam cidades e comunidades sustentáveis 

Os projetos que citamos acima sobre energia limpa e água acabam indo ao encontro de outro Objetivo de Desenvolvimento Sustável da ONU: Cidades e Comunidades Sustentáveis (ODS 11), que busca reduzir as desigualdades e melhorar questões como gestão de resíduos, qualidade da água, planejamento urbano, e aumentar a resiliência dos assentamentos humanos. Além disso, colaboram para o conceito de Cidade Inteligentes, ou seja, que otimizam o uso de recursos em favor do cidadão. Entenda melhor:

Pronto, agora que você já sabe o que é uma cidade inteligente, vamos pensar também em como sua empresa pode aproveitar esse momento de transição de eras que vivemos para mostrar a stakeholders que está conectada ao tema inovação e ESG (Environmental, Social and Governance).

Leia também: Qual é a relação entre ESG e inovação e como acelerar a aderência a essas 3 letras

Assim como a otimização de recursos é um termo chave para cidades inteligentes, ele também é chave para empresas que querem atrair investidores, algo diretamente conectado a uma boa gestão de ESG. Afinal, as novas gerações estão até mesmo dispostas a pagar mais por produtos e soluções de empresas sustentáveis, segundo pesquisa da Nilsen Norman Group.

Por isso, uma saída para empresas fortalecerem sua reputação perante o mercado é apoiar projetos perto de casa, ou seja, nas comunidades de seu entorno. Aqui posso dar uma luz de como sua empresa pode fazer isso:

Recentemente, nós da Haze Shift apoiamos o Social Hackacom, um desafio de inovação aberta do Grupo Paranaense de Comunicação (Grpcom) que buscava criar soluções inovadoras de comunicação para ONGs conseguirem melhores resultados durante a pandemia. Surgiram vários projetos inspiradores e o resultado foi fantástico. Confira como foi a final do Hackathon e as ideias dos 3 vencedores: 

Isso significa que você precisa promover um hackathon para abraçar a causa de cidades e comunidades sustentáveis? Não. Significa, contudo, que você precisa encontrar um bom parceiro para realizar essa conexão entre sua empresa e projetos que podem estar acontecendo a sua volta. Nós, por exemplo, somos especialistas em fazer essa ponte entre empresas, startups e comunidades. Isso certamente trará valor para sua marca e, potencialmente, para seu negócio!

Ação Contra a Mudança Global do Clima

Agora, para finalizar, eu retomo essa ODS que citei lá no comecinho desse texto. Este é objetivo 13 da Agenda 2030 ONU, que busca lidar com a questão do clima de forma estratégica e destaca entre suas metas promover mecanismos para fazer a gestão do clima de forma eficaz nas comunidades locais.

Quando falamos em energia limpa, estamos diretamente colaborando para isso. Inclusive, neste tópico, sua companhia pode conseguir quatro resultados paralelos com ações nesse sentido: melhorar a reputação da marca, obter créditos junto a concessionárias de energia, gerar renda por meio do estímulo ao setor de energia limpa e reduzir a emissão de CO2 no meio ambiente.

É muita coisa boa por uma única ação, concorda? Imagine agora isso multiplicado por 700 mil negócios, como no caso da iniciativa da Ambev com a startup Lemon. 

Percebeu como é possível conectar 4 ODS, inovação aberta e negócios? A energia limpa ajuda cidades e comunidades, que se aproveitam de água e saneamento de qualidade. Por consequência, isso tudo impacta o meio ambiente. Temos aqui uma grande conexão que valoriza vários atores em toda a cadeia e faz toda a diferença nas empresas e sociedade.

Como começar
E para que você comece a fazer a sua parte, que tal começar essas parcerias? Afinal, a inovação colaborativa é uma das 33 rotas de inovação aberta. Aqui posso deixar uma dica. Mais de 50 organizações não-governamentais do Brasil fazem parte do Observatório do Clima, uma rede de entidades que discute as mudanças climáticas no Brasil. Veja quais são elas, pois certamente há alguma que atua em seu estado. 

Por falar nisso, nós da Haze Shift podemos colaborar para fazer esse tipo de conexão para que sua empresa comece a encampar projetos ambientais com essas instituições, já que uma de nossas especialidades é aproximar atores em prol da inovação aberta. Certamente podemos fazer, em conjunto, essa ponte para que sua empresa transforme os três pilares da sustentabilidade em inovação. Vamos falar mais sobre isso?

Portanto, se você acredita que é possível construir parcerias para gerar impacto socioambiental ou desenvolver iniciativas de inovação aberta com competições e desafios, nós estamos prontos para ajudar. Agende uma conversa e confira nossos próximos textos sobre ODS.

Relembre nossas publicações sobre ODS e inovação:

Escrito por:

+ posts

Consultor em inovação aberta, especialista em design estratégico, com experiências em desenvolver programas e ações criativas para grandes empresas.