Você já se perguntou como poderia vender mais em parceria com outras empresas? Uma dica são os modelos de negócios abertos ou open business models: formados quando existem vários atores trabalhando em cooperação. Ou seja, várias organizações fazendo uso de um modelo único em uma relação conjunta, em que todos se beneficiam das operações ou vendas que, em geral, acontecem em uma mesma plataforma. 

O melhor exemplo para deixar claro o que são modelos de negócios abertos são as plataformas digitais. Nelas existe uma organização-mãe que disponibiliza seu e-commerce para que outras empresas possam fazer suas vendas através de sua plataforma. Além disso, existem empresas que ficam responsáveis pelas entregas. Ao mesmo tempo, outras corporações podem ser responsáveis pela tecnologia envolvida no mecanismo de venda. 

Em outras palavras, diferentes atores têm diferentes funções nessa estratégia aberta. Como explica Henry Chesbrough, em artigo na MIT Sloan Management Review, um modelo de negócios tem duas funções: criar valor e capturar parte desse valor. Ele destaca que as organizações envolvidas são capazes de criar e capturar parte desse valor de forma mais eficaz nos modelos de negócios abertos, que são uma das rotas de inovação abertas possíveis, mais propriamente a rota 11 que mostramos neste link

Qual a diferença de modelos de negócios abertos para inovação aberta? 

Uma dúvida frequente sobre modelos de negócios abertos é que, além dele ser uma das rotas da inovação aberta e o nome vir com o adjetivo ‘aberto’, também se com o conceito de inovação aberta pelo fato de ambos terem vários atores envolvidos em uma troca de conhecimentos e criação de negócios. 

Contudo, existe uma diferença central: na inovação aberta não necessariamente você precisa criar um modelo de negócio aberto. Ela pode ser um projeto conjunto, a criação de um produto por co-criação. Ela pode se juntar a outras rotas de inovação além dela própria (leia mais aqui). Nesse sentido, os modelos de negócios abertos: 

Permitem maior captura de valor ao utilizar o principal ativo, recurso ou posição de uma empresa, não apenas nas próprias operações dessa organização, mas também nos negócios de outras empresas, Henry Chesbrough. 

Agora que já entendemos um pouco sobre o conceito de modelos de negócios abertos, experimente responder à seguinte questão: 

Por que adotar modelos de negócios abertos?

Em primeiro lugar, os modelos de negócios abertos trazem uma quantidade de inclusão de ideias e uma possibilidade de realização de negócios enorme. Mas há quem pergunte por que apostar nesse modelo se, por exemplo, os proprietários das plataformas poderiam levar produtos e serviços por conta própria para o mercado. 

Bom, a resposta é que os modelos de negócios abertos trazem uma infinidade de possibilidades. Empresas diferentes possuem ativos, recursos e posições de mercado diferentes, e cada uma tem uma história única. E se seus produtos e serviços estiverem disponíveis para venda em uma mesma plataforma, todos têm a ganhar: empresas e consumidores (pela facilidade de aquisição). Além disso, existem outras vantagens do modelo de negócios abertos

  • Compartilhamento do conhecimento. 
  • Redução de custos;
  • Ampliação da posição e atuação geográfica;
  • Capilaridade ao ampliar os canais de venda
  • Conexão com outros atores do mercado.  

Leia também: Modelagem de negócios faz parte do design estratégico?

Aqui no Brasil vários casos de sucesso podem ser observados, e que provam a funcionalidade e sucesso dos modelos de negócios abertos. 

Talvez o mais famoso seja do Magazine Luiza. Nas ruas, o Magalu parece apenas mais uma loja de departamentos. Contudo, ele é mais que isso porque possui uma estratégia Omnichannel, ou seja, são adotadas estratégias de diversos canais _ sejam redes sociais, comércio eletrônico, marketplace e loja física – para oferecer produtos. E quando se trata de oferecer produtos online, o Magalu disponibiliza espaço para outros empresários (em geral, pequenos e médios varejistas) oferecerem seus próprios produtos, fazendo um compartilhamento de marca. 

É uma relação de ganha-ganha: empresários usam a plataforma para venda e a Magalu ganha uma comissão. Inclusive, até 2006, a empresa era a única varejista a adotar uma estratégia Omnichannel, ao desenvolver soluções com parceiros e stakeholders diferentes

Essa estratégia de compartilhar um mesmo espaço para venda, comum em modelos de negócios abertos, se expandiu até mesmo entre instituições financeiras. 

O Banco Inter abriu um canal em seu aplicativo para que outras empresas tragam suas ofertas. É possível fazer compras das Casas Bahia diretamente no app do Banco Inter, por exemplo, levando o cliente do banco a interagir com outros setores e melhorando a experiência do cliente. Tudo isso em uma mesma plataforma. 

Agora vamos à próxima pergunta:

Como criar modelos de negócios abertos?

Certamente essa questão precisa entrar, primeiramente, colocando a inovação no planejamento estratégico da empresa. Afinal, em algum momento as organizações, por maiores que sejam, tendem a exaurir seus modelos de trabalho e tendem a bater em alguma barreira para continuar o crescimento. E uma excelente aposta para ter crescimento contínuo é justamente a aposta de uma parte do planejamento em modelos de negócios abertos. 

Para que isso surta efeito, contudo, é preciso trabalhar uma questão cultural na organização. Em outras palavras, isso significa trabalhar a inovação aberta. E aqui existem três dicas preciosas: 

1º Reconhecer potenciais parceiros 

As equipes precisam perceber que é necessário compartilhar conhecimentos, envolver stakeholders internos e externos para aprimorar produtos e serviços. Essa rede certamente será útil para o estabelecimento de um modelo de negócios aberto, que pode gerar uma plataforma de vendas de produtos e serviços em parceria. 

2º Determinar a estratégia de trabalho 

Nesse sentido, nós da Haze Shift recomendamos que o trabalho de envolvimento seja feito por ações conjuntas. Uma consultoria de inovação como a Haze Shift pode ajudar na construção da governança da inovação, de uma tese de inovação e de uma modelagem de negócios com design estratégico, ao envolver cinco etapas: 

3º Plano de negócios estratégico

Aqui acontece a estruturação completa do plano de negócios. Os atores envolvidos precisam estar cientes que existem oportunidades e que podem haver alguns riscos envolvidos. Apontá-los, aliás, é um dos deveres de uma consultoria de inovação. 

Esse planejamento estratégico pode ser feito de várias maneiras, como, por exemplo, por meio de uma metodologia Lean chamada Hoshin Kanri, utilizada em empresas do mundo todo, e que nós da Haze Shift temos a expertise de implementação com clientes. Em resumo, para modelos de negócios abertos: 

  1. Ajudamos a definir uma visão que irá guiar o planejamento estratégico.
  2. Identificamos os principais problemas e desafios que precisam ser resolvidos.
  3. Estabelecemos objetivos específicos para resolver esses problemas e compor um modelo de negócio aberto.
  4. Expandimos os objetivos em metas a serem alcançadas periodicamente, que devem ser compartilhados com todos os atores envolvidos no processo.
  5. Auxiliamos no desenvolvimento e execução de estratégias, projetos e táticas para auxiliar no cumprimento desses objetivos.
  6. Estimulamos uma revisão periódica do cumprimento das metas.
  7. Prevemos uma reflexão anual sobre os resultados alcançados.

Fonte: The Seven Steps of Hoshin Planning

Se vermos a figura acima, percebemos que esse método serve como uma espiral de feedback às mudanças no negócio, ou seja, pode ser usado na gestão de mudanças para a transformação de um modelo de negócios tradicional em um modelo de negócios abertos. 

Leia mais sobre como gerenciar o planejamento estratégico das organizações por meio da implantação do Hoshin Kanri

Além disso, esse plano de negócio estratégico é uma oportunidade para as empresas promoverem ações conjuntas com parceiros por meio do co-marketing ou marketing conjunto: um esforço de duas ou mais empresa para promoverem seu negócio e trazerem mais vendas em uma ação sinérgica entre as marcas ou mesmo entre marcas de produtos ou serviços associados por meio de ações promocionais. 

Em resumo, podemos perceber que os modelos de negócios abertos precisam mais do que parceiros: é preciso uma conexão verdadeira entre os atores envolvidos. Por isso a inovação aberta é fundamental. E nós da Haze Shift podemos ajudar sua organização a trazer essa visão externa diferenciada para criar essas conexões e possibilidades por meio modelagem de negócios, de planos estratégicos, de pesquisas de mercado, entre outras ferramentas. Vamos conversar e avaliar qual seria o próximo passo para sua organização criar modelos de negócios abertos?

Escrito por:

Digital Transformation Leader & Co-Founder de Haze Shift | + posts

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