Antes de começar um projeto, nós da Haze Shift buscamos conhecer o cliente a fundo. Assim como fazemos com nossos clientes, você também deveria pensar da seguinte forma: quando falamos em transformação digital em pequenas e médias empresas, você precisa saber em que estágio está sua empresa para saber qual rumo tomar.

Eu quero ajudar você fundador ou gestor de pequena e média empresa a se situar neste assunto. Você hoje conduz uma empresa que, provavelmente, tem  entre 50 e 500 colaboradores, com processos bem estruturados e equipe de liderança (há também quem prefira classificar o porte pelo faturamento, confira neste link). Certamente, você enfrenta muitos desafios para se manter sempre atualizado e competitivo. E um dos pontos que mais surgem como limitadores na sua empresa é o processo de transformação digital. É neste momento que surgem várias dúvidas. 

Primeiro, é preciso deixar claro que a transformação digital é mais do que salvar arquivos em nuvem, estar presente nas mídias sociais e marcar território com um site. Significa adaptar o negócio às transformações que alteram os hábitos tanto dos colaboradores quanto dos consumidores a partir do digital. Isso abrange desde a adaptação cultural da empresa ao planejamento da integração de tecnologias digitais ao negócio.

O que levar em conta?

Essa é uma verdadeira mudança cultural, ainda mais importante no atual período de pandemia e distanciamento social. Nesse sentido, é preciso levar uma verdadeira consciência da transformação digital em pequenas e médias empresas:

  •  A estratégia da organização deixa de ser apenas relativa a experiências que deram certo em concorrentes, e se dedica a acompanhar as transformações do mercado e antecipar movimentos. Um exemplo simples: as empresas que só entraram em aplicativos de entrega após concorrentes aumentarem o faturamento foram aquelas que deixaram de ganhar receitas.  
  • Processos que deixam de ser manuais e passam, cada vez mais, a serem automatizados. A produtividade aumenta conforme os colaboradores podem dedicar mais tempo a projetos e a trabalhos “não repetitivos”, já que os processos estão simplificados.
  • Investimentos em tecnologias passam a fazer parte do orçamento, com servidores em nuvem para potencializar elementos como o trabalho remoto e backup. As empresas investem mais em ferramentas analíticas para acompanhar os resultados.
  • Pessoas com habilidades digitais passam a ser parte da empresa. Sobretudo, não basta apenas terceirizar a transformação digital em pequenas empresas, é preciso ter na equipe colaboradores capacitados sobre o tema.

Estágios da transformação digital em pequenas empresas. E médias também!

E como você pode saber em que estágio sua companhia está? É fácil. Vejamos como um estudo realizado pelo instituto IDC Research e encomendada pela Cisco, divulgado em setembro de 2020, com 2.030 pequenos e médios negócios em oito países, incluindo o Brasil, pode nos ajudar.

Batizado de Estudo de Maturidade Digital das Pequenas Empresas (Small Business Digital Maturity Study), a pesquisa leva em consideração companhias entre 50 e 499 colaboradores (como falamos acima, é possível também classificar o porte pelo faturamento, como é mostrado neste link). De acordo com a pesquisa, há quatro estágios de maturidade para a transformação digital em pequenas e médias empresas:

  1. Indiferente ou reativa: companhias que apenas reagem às mudanças conforme o mercado.
  2. Observadora do digital: empresas que tem um ou outro movimento de transformação digital, mas iniciativas ainda são tímidas.
  3. Desafiadora digital: organizações que colocaram as transformações digitais dentro de sua estratégia de negócios e são proativas ao surgimento de transformações do mercado.  
  4. Nativo digital: empresas que, além de estratégia de digitalização integrada, estão prontas para promoverem inovações.

Antes de mais nada, reflita: em que nível sua empresa está? Com qual estágio você se identifica? Em segundo lugar, como estão seus concorrentes? Abaixo vamos falar um pouco sobre eles e dar bons motivos para você avançar de estágio.

Vamos falar de números

De acordo com esse mesmo estudo da Cisco, pequenas e médias empresas têm a capacidade de impulsionarem US$ 2,3 trilhões ao PIB global até 2024 se acrescentarem a transformação digital em suas rotinas. No Brasil, pequenos negócios podem gerar US$ 9 bilhões até 2024.

Segundo a pesquisa, empreendimentos considerados nativos digitais apresentam crescimento de receitas oito vezes mais rápido que empresas indiferentes/reativas às novidades digitais, e duas vezes mais rápido que os chamados observadores digitais. Para chegar a essa conclusão, as empresas responderam à seguinte pergunta:

Fonte: Small Business Digital Maturity Study 2020

Vamos além dos números para mostrar isso na prática. Há empreendedores que aproveitaram a pandemia para potencializar as oportunidades de transformação digital em pequenas empresas. Neste link de reportagem do Correio Braziliense, por exemplo, é possível ver o avanço rápido de uma companhia de pequeno porte, a Armarinho Milano de Brasília. A companhia vinha postergando a loja virtual. Rapidamente, o empresário responsável aproveitou que a esposa é especialista em tecnologia e colocou esse skill (habilidade) a fim de dar os primeiros passos da transformação digital da pequena empresa, com vendas online e pelo WhatsApp.

Além disso, a empresa mudou o foco de vendas: se antes 40% dos lucros vinham de vendas de fantasias e festas, agora as ofertas para artigos de artesanato, materiais de tricô e crochê aumentaram as vendas. Aqui dá para perceber que as pessoas se adaptaram, usaram tecnologia e se abriram a oportunidades por entender que a tecnologia trouxe essa nova percepção de mercado.

Em que estágio estão seus concorrentes

Se a sua empresa ainda não se movimentou para a transformação digital, o seu concorrente pode estar um passo à frente. Acompanhe só alguns resultados do estudo da IDC Research-Cisco, que podem soar como um despertador para você e para outras empresas. Foram oito os países avaliados na pesquisa: Alemanha, Brasil, Canadá, Chile, França, México, Reino Unido e Estados Unidos. 

O índice de maturidade das empresas brasileiras ficou, em média, no estágio de indiferentes digitais, ao lado dos outros dois países latinos avaliados. Pode parecer ruim, mas ainda assim é uma oportunidade incrível. 

Pessoalmente, enxergo que ter consciência do seu estágio de maturidade e tomar a decisão de dar um próximo passo pode tornar sua empresa num negócio melhor e em uma referência que o mercado precisa para incentivar a transformação digital em outras pequenas e médias empresas no Brasil. Confira no gráfico da pesquisa: 

Para 20% dos entrevistados brasileiros, a prioridade com o mundo digital é oferecer uma melhor experiência ao consumidor; o que na minha opinião é um bom começo se, realmente, 1 em 5 pequenos empreendedores realmente pensarem dessa forma. Para 17%, outra prioridade é melhorar as operações ou serviços de entrega. E para outros 17%, a prioridade é expandir e conquistar mais mercados.    

Contudo, há outros fatores a se considerar. De acordo com a pesquisa, os principais desafios observados em pequenas empresas brasileiras são a resistência cultural às mudanças (18%), a ausência de colaboradores com habilidades tecnológicas (17%) e a falta de tecnologias suficientes para a transformação do negócio (12%).

Transformação digital em pequenas empresas: nossa visão

Isso acaba se conectando com o que nós da Haze Shift enxergamos. Por aqui, vemos que a implementação da cultura de inovação (que é uma das nossas especialidades) é um motor para potencializar a transformação digital. Nesse sentido, eu pessoalmente concordo com aquilo que a pesquisa chama de sete passos para a jornada da transformação digital nas pequenas e médias empresas:

  1. Desenvolver um plano de três anos para a implementação tecnológica. Pessoalmente, eu penso que se você planejar um ano de trabalho de transformação digital, ainda mais com objetivos claros, isso pode ser um grande avanço;
  2. Estabelecer prioridades críticas de processos a serem automatizados;
  3. Avaliar as tecnologias certas para investir;
  4. Investir na contratação de pessoas com habilidades digitais;
  5. Encontrar um parceiro adequado para sua jornada de inovação tecnológica. Modéstia a parte, nós da Haze Shift somos bons candidatos ?
  6. Estar atualizado às tendências e melhores práticas de seu mercado;
  7. Simplificar, começando com alguns elementos, aprendendo e ganhar escala. Antes de tudo, aqui a ideia é não dar aquele “passo maior que a perna”.

Clique aqui e veja só este exemplo fantástico de como uma padaria ensina como implementou esse roteiro na prática

Por fim, se mesmo após este texto e após o exemplo da padaria, você ainda não se convenceu, é hora de entrar em contato com a nossa equipe. Enfim, vamos começar a transformação digital aqui e agora: comente e divulgue este post e vamos estabelecer esse diálogo, que está mais importante no mundo durante e estará ainda mais após a pandemia. Afinal, as mudanças são contínuas, e as estratégias para a transformação precisam se adaptar rapidamente.

Escrito por:

Leo Tostes - Open Innovation Specialist - Haze Shift
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Consultor em inovação aberta, especialista em design estratégico, com experiências em desenvolver programas e ações criativas para grandes empresas.