Muitas vezes, parques tecnológicos incentivam ecossistemas de inovação pré-existentes, em regiões que já possuem universidades, startups e empresas de forte base tecnológica. Mas em alguns casos eles podem ser o trampolim para a formação de um ecossistema inovador. Este foi o caso de Foz do Iguaçu, com a criação da Fundação Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), em 2003.
Em linhas gerais, um parque tecnológico busca conectar empresas, indústrias, universidades, startups e também o poder público. Ou seja, é um ambiente que concretiza o conceito de inovação aberta ao unir diferentes atores de um ecossistema inovador.
Em um município com economia concentrada no turismo e em energia como Foz, o PTI vem realizando ações de inovação aberta e transformação digital que apoiam a diversificação da economia local e o agronegócio da região Oeste do Paraná, uma das maiores produtoras de grãos do Brasil. Isso vem sendo feito por meio de projetos que conectam empresas, startups, instituições de ensino, órgãos de governo e outros atores do ecossistema local.
À frente de grande parte desses projetos está Rodrigo Régis, diretor de Negócios e Inovação do PTI. Pernambucano radicado em Foz, ele desembarcou na cidade como assessor de pesquisa e desenvolvimento do Parque Tecnológico de Itaipu. “Um ano depois eu tive a oportunidade de ser gerente de negócios do Centro Internacional de Energia Renováveis (CIBiogás), onde tive oportunidades para enfrentar os mesmos desafios do empreendedorismo que eu tive quando era mais jovem”, revela o executivo, que criou uma startup de energia ainda quando estudava Engenharia Elétrica em Recife, onde também fez Mestrado.
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Após seis meses como gerente de negócios, ele assumiu a presidência do CBiogás em 2012. “Foi um grande desafio porque desenvolvemos um mercado de biogás onde ele ainda não existia. Tivemos que trabalhar questões regulatórias e de demanda, estimular oferta, e mostrar que aquilo é um produto energético que poderia agregar valor no agronegócio brasileiro, que é um dos principais setores da Economia”, lembra.
Seis anos depois, percebeu que o CBiogás, nas palavras do executivo, deveria “caminhar pelas próprias pernas” e resolveu aceitar um novo desafio na Fundação Parque Tecnológico de Itaipu, à frente da Diretoria de Negócios e Inovação, criada em 2019. ”Eu gostei da forma como me definiram aqui: que é trabalhar com a mudança de status quo de organizações. Meu foco é ver onde a organização está, onde ela quer ir, o que ela precisa fazer e como eu a ‘chacoalho’”, afirma.
Nesse sentido, o especialista em inovação traz uma dica que vale para organizações de todos os portes: quando uma empresa está saudável e constante, essa é a melhor hora para inovar. “E inovação é gerar negócios. Não tem como pensar diferente, já que não existe inovação sem negócios. Inovação sem negócios é invenção”, completa.
Além desse aprendizado, entenda como o PTI vem transformando Foz do Iguaçu e o Oeste paranaense, confira a entrevista com o diretor de Negócios e Inovação do Parque tecnológico de Itaipu:
Equipe Haze Shift – Primeiro, o que é um Parque tecnológico como o de Itaipu?
Rodrigo Régis – Um parque tecnológico tem a missão de contribuir com o desenvolvimento da região onde está inserido. Ele tem o papel e o dever de trabalhar na diversificação da economia, estimulando a inovação por meio de soluções tecnológicas e através do empreendedorismo. E esse empreendedorismo tecnológico é de alto valor agregado.
Isso significa que o parque tecnológico precisa transformar a realidade daquela região em que está localizado, gerando inovação pelo empreendedorismo, atraindo investimentos e gerando riqueza e bem-estar para a sociedade. Em resumo, proporcionar bem-estar e empregos de qualidade: essa é a função de um parque tecnológico.
– E de qual necessidade o PTI surgiu?
Essa é uma pergunta muito interessante. Ele surgiu em 2003 quando Itaipu ampliou sua missão institucional para, além de gerar energia com qualidade, contribuir para o desenvolvimento territorial. O Parque Tecnológico foi criado para cumprir essa missão, e fica localizado dentro da Usina de Itaipu. A Fundação Parque Tecnológico de Itaipu gera, lógico, impacto tecnológico, mas ao mesmo tempo opera outras atividades, como o ICT, que é o Instituto de Ciência e Tecnologia com laboratórios da Fundação. Também somos operadores do turismo em Itaipu.
Já a diretoria de Negócios e Inovação no Parque Tecnológico é nova. Ela foi criada em janeiro de 2019 porque a diretoria do PTI entendeu que isso era estratégico visando a sustentabilidade do negócio.
Nossa Fundação tem várias áreas finalísticas, então temos muitas atividades em três diretorias: a Administrativa-Financeira, a Técnica e a Superintendência. E eles entenderam que era preciso criar uma nova diretoria, e isso foi passado para a reunião do Conselho. O tema foi aprovado e eu fui convidado para assumir essa nova diretoria. Aqui eu tenho a missão de estruturar e consolidar as missões dela.
– Um Parque Tecnológico, em especial o de Itaipu, se assemelha, de alguma forma, a incubadoras, aceleradoras ou mesmo hubs para incentivar cultura de inovação?
Sem dúvida, nós inclusive temos uma incubadora chamada Santos Dumond. Mas, além disso, nossa diretoria fez um grande planejamento em janeiro e fevereiro de 2020, e nos deparamos com a pandemia. Precisamos jogar tudo fora e pensamos: o que vamos fazer agora?
Nós precisávamos pensar em que tipo de ações nós, como Parque Tecnológico, poderíamos promover para estimular uma cultura de inovação na cidade. Então trabalhamos em um programa chamado Acelera FOZ, em conjunto com a sociedade civil organizada aqui de Foz do Iguaçu. O que aconteceu foi o seguinte:
Primeiro a gente tem que ter a compreensão de que há 15 anos Foz do Iguaçu tinha apenas 3 doutores. Há 50 anos era uma cidade de 30 mil habitantes, e que passou por uma grande transformação desde a construção da Usina [Hidrelétrica de Itaipu]. E depois da construção do Parque, sofreu outra grande transformação, passando de 3 doutores para, somente dentro do PTI, mais de 370 doutores. Nós temos em Foz 3 universidades e mais de 20 mil estudantes de Graduação. Temos cursos de tecnologias em áreas como Saúde, Humanas, Medicina e vários cursos de Engenharia de qualidade.
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Quando a gente olhou para essa realidade de Foz hoje, vimos um grande potencial para ser um centro de inovação. Mas nossa economia estava voltada para o turismo e pensamos: Que ações a gente precisava fazer para diversificar essa economia?
Então, dentro do Acelera FOZ nós criamos alguns programas que tiveram resultados fantásticos. Um deles foi o programa Integração Universidade-Empresa, em que oferecemos três bolsas para estudantes de Graduação, junto com um professor, resolverem problemas reais de empresas durante a crise. Eles precisavam buscar o que cada empresa precisava para se reinventar. E saiu cada projeto fantástico…
Depois começamos a estimular startups. A gente tinha 13 empresas de base tecnológica ligadas ao nosso Parque Tecnológico no início de 2020, e finalizamos o ano com 53, ou seja, aumentamos em 40 empresas, tanto com startups de pequeno quanto de médio porte. Fizemos isso criando programas de aceleração para diferentes níveis de maturidade.
Neste ano (2021), estamos rodando uma série de ações que vão desde aceleração de negócios a pré-incubação e incubação. Nossa meta é finalizar o ano com mais de 70 startups ligadas ao nosso ecossistema.
– Pelo jeito, então, vocês trabalham muito com base em inovação aberta.
A gente também começou a trabalhar os conceitos de inovação aberta. Estamos fazendo parcerias com empresas do setor privado de tecnologia e com empresas do setor público. Por exemplo, na área de saneamento, estamos fazendo uma grande parceria com a Sanepar em um programa em que vamos captar investimentos em startups para resolver problemas de saneamento.
Além disso, neste ano lançamos um programa muito forte voltado para cidades inteligentes. Nós lançamos o Vila A Inteligente, o primeiro bairro público sandbox para testes e validação de tecnologias, com acordo com o Inmetro para validação dessas tecnologias.
Também lançamos um edital recentemente, onde tivemos a procura de quase 20 empresas para investir no bairro para testar suas tecnologias, apostando na visibilidade que este projeto vai dar, uma vez que Foz do Iguaçu está entre os três principais destinos turísticos do Brasil.
Em outra ação, também devemos lançar até o fim deste mês (agosto) um programa com a Huawei e a Coopavel voltado para estimular startups a resolverem problemas do agronegócio. Então, são uma série de ações.
Quando eu olho para nós como um Parque, eu penso em como promover esse ambiente para atrair negócios e empresas. Inclusive, também lançaremos um edital para Corporates investirem nesse ambiente. Então, tudo aqui está sendo um desafio muito massa e dinâmico.
– Dinâmico e com oportunidades para o ecossistema como um todo…
Assim, para mim, sucesso é termos a compreensão de que o que estamos fazendo é muito nobre. Porque estamos mudando a realidade de onde estamos. Sucesso é criar oportunidades para reter talentos em Foz do Iguaçu, já que nossa região perde talentos o tempo todo para outros centros como São Paulo, Curitiba e Florianópolis.
Ou seja, é uma mentira quando dizem que não temos mão de obra qualificada no Oeste do Paraná. As pessoas não ficam porque não têm oportunidade, e a gente tem que mudar essa realidade, pois esse também é nosso papel como Parque Tecnológico. Então, sucesso é saber que uma pessoa respirou melhor porque você existiu. É isso que a gente tem que buscar ao trabalhar como Parque, entendendo nossa missão.
E eu agradeço a Deus por ter um time fantástico, que está trabalhando em uma empresa ótima e que pode mudar a realidade das pessoas, contribuindo para o desenvolvimento de nossa região e do nosso país, estimulando o empreendedorismo.
Eu acredito no seguinte: se você quer gerar riqueza e bem-estar, você precisa entender que riqueza significa crescer o PIB, mas o bem-estar está ligado a indicadores de qualidade. Bem-estar significa distribuir renda, dar oportunidades para pequenos crescerem. E a gente sabe a dificuldade que é empreender em nosso país. Então, ao criar as condições de promover esse ambiente de oportunidades, a gente está tendo um papel enorme no país, e eu realmente acredito que isso pode ser a transformação que o Brasil precisa.
– E ademais do Parque Tecnológico, como aconteceu a formação do ecossistema de inovação da região em que vocês atuam?
Um ecossistema não é algo que é criado, ele vai se formando. Do ponto de vista de inovação, nosso ecossistema é muito novo, ainda estamos aprendendo a engatinhar.
Nós temos instituições relativamente novas e uma economia que foi muito voltada para o turismo. Uma parte da economia aqui em Foz também foi muito formada pela informalidade do Paraguai. Tudo isso acaba refletindo na estrutura como um todo.
Mas eu acredito que, nos últimos anos, a gente tem dado passos importantes na consolidação das instituições e organizações aqui presentes e, aos poucos, essa necessidade, e a crise da pandemia, nos faz refletir sobre a importância da diversidade econômica na cidade. Então, as pessoas ainda estão tendo compreensão do que fazer, e do que a gente quer para a cidade. Estamos passando por um processo de construção bem bacana por aqui.
– Agora sobre o PTI especificamente, ele é autofinanciável a partir de suas próprias receitas ou os recursos vêm de Itaipu?
Atualmente, o PTI tem como mantenedora Itaipu Binacional, mas isso tem dias contatos. A gente está trabalhando para ter nossa própria sustentabilidade. Para isso, buscamos desenvolver nosso ecossistema de inovação, pois com isso seria muito mais natural para o nosso Parque Tecnológico se tornar sustentável.
Mas mesmo tendo a Itaipu Binacional, o que oferecemos não é de graça. Empresas pagam para estar dentro dos nossos espaços, com aluguel. A gente tem participação nas empresas que investimos, temos participação com royalties e estamos criando fundos para investir em empresas de médio e grande porte, visando resultado e lucro.
Para mim, o princípio para o negócio dar certo é que seja um negócio. Se a gente tratar as oportunidades de negócio que vemos como fomento e subvenção, a coisa não dá certo porque não se valoriza. E isso a gente aprende na vida. Bem-aventurados são aqueles que conseguem valorizar o que ganham e conseguem se desenvolver. Eu vejo que é basicamente a mesma coisa de quando a gente não escuta nossos pais quando somos mais novos, quando eles diziam que a gente só valoriza quando sofre um pouco para conquistar. E isso eu vivenciei bem quando estava empreendendo.
– Entre tantos projetos do PTI, existe algum de maior destaque na conexão entre startups, empresas e universidades?
Eu poderia destacar um monte de projetos. Por exemplo, quando começamos o projeto Integração Universidade-Empresas selecionamos 69 empresas, e os bolsistas [universitários] executaram cada projeto massa… coisas que eu nem imaginava. Surgiram desde um pesque-pague a um cartório a uma trilha do açaí. O que a gente queria com esse programa era mostrar para as empresas que a Universidade tem valor e, ao mesmo tempo, mostrar para a universidade que olhar para as empresas também tem valor.
Sempre ouvimos essa máxima de que a universidade está longe da empresa. Mas eu mesmo escutei de um professor o seguinte: “Rodrigo, a melhor hora de unir as pessoas e fazer parcerias é quando todos estão ferrados”. E é verdade, porque em uma situação de crise não existe outra saída do que se abraçar e tentar se recuperar.
Foi então que a gente se perguntou: “Se queremos aumentar o número de pessoas empreendendo, quem é o público alvo? Empreendedores ou a galera que está na universidade?” São os universitários, e por isso precisamos estimular essa galera a empreender. Porque nem toda essa turma vai ter oportunidades de emprego em momentos de crise.
Pensando nisso, criamos um programa chamado PTI Conecta, em que colocamos uma disciplina de Empreendedorismo nas universidades de Foz do Iguaçu com o nosso time de analistas dando aula, estimulando a galera a criar pichs, a estruturar modelos de negócios e falando para as pessoas se prepararem a abertura de edital de pré-incubação. E acabamos de abrir o edital. Ele se chama Hangar e vai selecionar 30 projetos que vão passar por um processo de capacitação. Ao final, cinco vão ser incubados e que nós do PTI vamos investir.
Clique aqui para ler o Edital do Programa Hangar
Aliás, esse é um programa muito legal. Nós tivemos quase 500 alunos inscritos nos cursos [de Empreendedorismo]. Por isso, nossa expectativa está muito boa em relação ao número de pessoas que vão querer empreender por meio de nossos editais.
Em outra frente, a gente lançou no ano passado o desafio Novo Oeste, voltado para empresas que já tinham soluções no mercado para serem aceleradas. E lançamos a Inovação Corporativa, que é um processo de incubação mais voltado para empresas consolidadas no mercado. Entre as empresas que investimos, elas já receberam quase R$ 5,3 milhões em investimentos de investidores privados. É um número fantástico, histórico para o PTI.
Para este ano também temos um programa de Inovação Aberta com Hawuey e Coopavel, o programa com a Sanepar, um programa chamado Smart Vitrine, e devemos lançar mais um edital voltado para cidades inteligentes. Também estamos estruturando uma aceleradora de negócios em parceria com a iniciativa privada, voltado também para startups. Ou seja, temos uma série de ações que estamos desenvolvendo.
– Especificamente sobre o tema Cidades Inteligentes, poderia falar um pouco mais sobre esse conceito e sua conexão com os projetos do PTI?
Não podemos pensar no futuro sem pensar em cidades inteligentes. Isso não significa cidades tecnológicas. Tecnologia é o meio. Mas cidade inteligente é onde a tecnologia está a serviço da qualidade de vida do cidadão: esse é o ponto focal de tudo. É como eu consigo dar informações, dados, soluções sobre mobilidade, segurança, coleta de lixo, temperatura e meio ambiente. Significa oferecer uma série de ações, como melhorar o comércio a partir de informações. Eu posso, por exemplo, utilizar câmeras inteligentes que façam movimentos de calor para ver locais mais ou menos visitadas pelos clientes, e ver como posso criar ações de merchandising para melhorar a aquisição de clientes naqueles comércios. Isso são cidades inteligentes.
Uma das coisas interessantes é um simples semáforo para deficiente visual. Isso é sensibilidade e faz parte de um processo de educação da sociedade, para ela compreender que a gente precisa ter isso nos ambientes para pessoas com algum tipo de deficiência.
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Para nós, o tema cidades inteligentes entrou como fundamental para trabalhar a diversificação da economia de Foz do Iguaçu. E a gente viu que ter uma cidade inteligente é bacana até porque Foz é uma cidade turística. Aqui nós conseguimos trabalhar um bairro sandbox, isto é, um bairro com regulamentação própria, que facilita o teste de tecnologias e facilita a validação de novos modelos de negócios, sem precisar de uma certa burocracia. É um bairro desburocratizado. À medida que testamos tecnologias nesse bairro, que podem dar certo ou errado, podemos apresentar para o país tecnologias testadas e validadas pelo Inmetro. Para as empresas isso é uma vitrine, e nós temos um laboratório de cidades inteligentes dentro do Parque Tecnológico que já recebeu mais de cem prefeituras.
Então, o tema de cidades inteligentes tem como foco melhorar a qualidade de vida do cidadão. Mas a gente trouxe isso também porque entendemos que seria muito bom para a diversificação da economia. Essa seria a grande primeira grande aposta para diversificar a economia de Foz do Iguaçu, e trabalhar a inovação, estimulando que a cidade seja referência não apenas como um lugar com boa qualidade de vida, mas também de soluções tecnológicas, com empresas de base tecnológica que podem oferecer soluções para qualquer cidade do Brasil e da América Latina.
– Além de cidades inteligentes, existem outras áreas de maior foco de atuação do PTI?
Temos quatro áreas temáticas: energia; cidades inteligentes e turismo; segurança de infraestruturas críticas; e agronegócio.
Energia e infraestrutura por causa da nossa mantenedora. O agronegócio por causa da nossa região (Oeste do Paraná). E o turismo por causa do negócio da região, enquanto que cidades inteligentes foi outro ponto que veio a somar em tudo isso. Esse tema de cidades inteligentes nasceu por meio da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que nos convidou para desenvolver os primeiros projetos de segurança na ponte do Brasil-Paraguai. Então, eu sempre digo que a ABDI nos puxou e mostrou que esse era um mercado interessante. Tudo o que fizemos foi em parceria com a ABDI. E é um mercado que realmente vem se consolidando. Até 2025, esse mercado vai girar em torno de US$ 2,5 trilhões de dólares em nível global. É muito grande.
– Para finalizar, como você vê o PTI entre 5 a 10 anos?
Tudo isso que a gente está fazendo, e não é demagogia, a gente tem um propósito. Eu pessoalmente não consigo nada se não tiver um porquê na minha cabeça. E sou assim desde pequeno. E o que me move é que eu vejo que, em cinco anos, o Parque Tecnológico com o ecossistema do Oeste do Paraná, principalmente Foz do Iguaçu, será um grande Hub de inovação no Paraná e Brasil. Será uma grande referência.
Vejo também que a área de tecnologia vai ter uma participação grande no PIB da Cidade, que hoje é pífia. E a gente quer gerar empregos de qualidade para reter talentos. Nossa meta para este ano era gerar 90 empregos no PTI com nossas empresas incubadas. Hoje a gente já está com 180 empregos, e provavelmente deve fechar o ano com mais de 250.
Então, se em 5 anos tivermos gerado 2 mil empregos diretos de qualidade (e indiretos serão provavelmente o triplo), e vermos que tudo que a gente construiu como hub de inovação, com cidades inteligentes, com o agronegócio, e as coisas começarem a andar, teremos sucesso. E o sucesso é quando as coisas começam a andar sem você estar pensando que ela ande.
O que eu vejo é que, nos próximos 5 anos, Foz do Iguaçu vai se tornar um polo de inovação e de tecnologia dentro desses eixos de turismo, cidades inteligentes, energia e agronegócio. Esperamos ver dentro de Foz mais de 2 ou 3 mil empregos e muitas empresas de base tecnológica. Assim vamos começar a vivenciar outra realidade dentro da nossa cidade, com oportunidades para quem quer empreender e trabalhar com base tecnológica. Sem contar que é uma cidade que tem uma qualidade de vida muito bacana.
Eu sou do interior de Pernambuco, morei em Recife e digo que se for para escolher um local para meu filho crescer, eu penso que Foz é melhor pela qualidade de vida que temos. O que falta em Foz é ser um ambiente de diversificação econômica para gerar oportunidade para essa galera que sai de nossas boas faculdades. É só isso que está faltando. Quando tiver isso, aí vai faltar outra coisa: talvez uma praia…
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