Se hoje o agro brasileiro representa 27,5% do PIB (dado de 2021) e é referência mundial, muito disso é resultado da aposta em tecnologia e inovação. Nesse sentido, eu vejo que a inovação aberta no agronegócio é uma das mais fortes de todos os setores.
Esse movimento em prol da inovação aberta no agronegócio é relativamente novo, mas em cerca de uma década já se consolidou, e uma prova disso é a quantidade de agritechs ou AgTechs: as startups do agro.
Segundo o último Radar Agtech Brasil 2020/2021, elaborado pela Embrapa, SP Ventures e Homo Ludens Research and Consulting, o número de startups do agro cresceu 40% desde 2019, chegando a 1.574 Agtechs ativas em 2021.
Provavelmente, esse número é ainda maior, já que novas surgem dia a dia. Isso é uma excelente porta para toda a cadeia produtiva: de dentro da porteira – para produtores, profissionais de agronomia e medicina veterinária – e para fora da porteira – da logística à transformação em produtos, até chegar ao consumidor final.
E se tem uma coisa que as empresas do setor sabem fazer é olhar para as oportunidades, o que vem sendo comprovado pela alta quantidade de eventos e a intensa busca por matchmaking de startups, potencializando a inovação aberta no agronegócio.
O que vemos são, inclusive, startups totalmente alinhadas à agricultura e pecuária sustentável, reforçando os pilares ESG e desmistificando o rótulo de que o agro é vilão da natureza. Muito pelo contrário: é um aliado, pois o setor depende do clima e dos recursos naturais para sua própria sustentabilidade, e busca nas startups soluções também para esse aspecto.
Inovação aberta no agronegócio: localização e atuação das startups
O 2º Censo AgTech Startups Brasil, realizado pela EsalqUSP em parceria com o AgTech Garage, com 184 startups, identificou que quase a metade (46%) das agritechs são de São Paulo.
Mas, como consultor de inovação, eu pessoalmente posso dizer que é possível encontrá-las em vários locais onde o agro brasileiro desponta, ou seja, em todos os estados do Sul e Centro Oeste há empreendedores com soluções incríveis.
O fato é que, assim como mostra a pesquisa, a gestão tecnológica é o tema mais presente nas soluções apresentadas por esses empreendimentos. Veja no gráfico abaixo a área de atuação das startups do agro:
Ou seja, existem muitas oportunidades para serem exploradas, incluindo a agricultura orgânica e outros vários itens que reforçam a oportunidade de sustentabilidade no setor.
O que a inovação aberta no agronegócio proporciona
Entre as empresas pesquisadas acima, 35% tem sede própria, 21% estão em incubadoras, 15% em coworkings, 13% não tem local de trabalho físico, 9% estão em parques tecnológicos e 7% em hubs patrocinados por outras empresas. Além disso, pelo menos a metade (51%) das entrevistadas têm parceria com pelo menos uma grande empresa.
Esse matchmaking com startups é uma excelente porta para as Agritechs aproveitarem as iniciativas de inovação aberta no agronegócio para realizarem seus primeiros projetos, protótipos, além de fazerem novas conexões e receberem mentoria próxima de profissionais.
Em contrapartida, as empresas e cooperativas do setor têm a oportunidade para fazerem testes rápidos (algumas vezes até mesmo falharem rápido sem gastar um recurso gigantesco), colocando em prática MVPs (produto mínimo viável) em parceria com essas startups.
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Além disso, a inovação aberta no agronegócio também traz para perto o contato com estudantes universitários e técnicos. Isso também aproxima a Academia na construção de soluções inovadoras. Ademais, abre ainda mais as porteiras para a criação de novas startups.
Um bom exemplo disso é o Programa Acelera da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), feito em parceria com o Centro de Inovação para Agricultura China-Brasil, a China Agricultural University e a Hainan University. Ele é direcionado a estudantes de graduação e pós-graduação, e oferece conteúdos de inovação e empreendedorismo no agronegócio. Aliás, isso mostra também como outros países estão de olho em nossos talentos do agro.
Eventos e programas de inovação aberta no agronegócio
Esse incentivo ao empreendedorismo também está presente nos eventos do setor.
As maiores feiras do agro brasileiro, como a Show Rural, organizado pela Coopavel em Cascavel, e a Agrishow, de Ribeirão Preto, têm destinado áreas especiais para startups mostrarem seus trabalhos aos visitantes.
Além disso, as empresas que lideram a inovação aberta no agronegócio estão investindo em programas com startups. Um exemplo claro é a Embrapa, considerada uma das cinco empresas líderes em inovação aberta no setor segundo o ranking Top Open Corps 2021, da 100 Open Startups, que inclui ainda Cargill, Mosaic, Corteva Agriscience e SLC Agrícola. Juntas, elas são responsáveis por 36% dos relacionamentos com startups no setor.
Nesse sentido, como uma das principais culturas agrícolas atuais no Brasil, em quesito exportações, é a soja, a Embrapa lançou o Soja Open Innovation em 2021, um edital público de seleção de startups para desenvolverem projetos de inovação aberta, em parceria técnica com a estatal. A busca foi por parcerias nas áreas de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), Internet of Things (IoT), Inteligência Artificial, Sensoriamento, Robótica, Automação, Biotecnologia, Nanotecnologia, Bioinformática, desenvolvimento de bioprodutos, Comunicação Multimídia, entre outras soluções.
As cooperativas brasileiras, altamente responsáveis por grande parte da tecnologia e produção da agropecuária nacional, também estão de olho nas startups. Por exemplo, a Unium (co-criada pelas cooperativas paranaenses Frísia, Castrolanda e Capal) é a dona da marca Alegra, de carne suína, e também lançou um edital similar ao da Embrapa, chamado Alegra Coonecta, com o objetivo de selecionar startups que inovem na maneira de produzir e distribuir alimentos.
E lembra quando eu disse que os eventos do agro estão cada vez mais abertos às startups? Pois então, o Alegra Coonecta foi lançado durante o Digital Agro, um evento anual focado em tecnologia e transformação digital no agronegócio.
Como as empresas do agro podem começar
Os exemplos acima mostram como é possível reforçar as conexões de inovação aberta no agronegócio: eventos, parcerias, networking, programas de inovação. Contudo, caso a sua empresa esteja com dificuldades em como começar, é altamente recomendável a busca de uma consultoria de inovação.
Nós da Haze Shift podemos ajudar especificamente em tópicos que teremos o prazer de apresentar cases de sucesso, como:
- Mapeamento e matchmaking de startups
- Elaboração de programas de inovação aberta (veja um exemplo com Ambev Tech neste link);
- Aproximação com clientes fornecedores e parceiros;
- Aproximação com universidades, centros de pesquisa, hubs e parques tecnológicos;
- Desenvolvimento de ações de ciências de dados no agronegócio.
Inclusive, sobre este último item, recentemente, nós da Haze Shift ajudamos a Inobram, empresa de equipamentos de monitoramento de granjas (de aves e de suínos) a criar novas soluções, com o apoio do edital público AgroTech PR, do Senai. Além de equipamentos, a empresa está dando um novo passo, oferecendo o monitoramento com recomendações em tempo real aos produtores sobre quais condições devem alterar na granja para melhorar o bem-estar animal, como aumento de luz, aumento da oferta de água, chamada para visita técnica de agrônomos ou veterinários, entre outros itens.
Além disso, fomos convidados para elaborar um hunting de startups em 2022 para uma empresa especializada na produção de alimentos orgânicos.
Portanto, se você precisa dar os primeiros passos ou formatar seu próximo programa de inovação aberta no agronegócio ou em outros setores, entre em contato e vamos desenhar uma solução estratégica e sob medida para o seu negócio.
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Atuando sempre com mudanças nas organizações através de pensamentos diferentes aplicados à processos com tecnologia e cultura. Buscando auxiliar empresas e organizações sobre os paradigmas da Transformação Digital e como a Inovação Aberta pode mudar a forma de garantir a sustentabilidade dos negócios!
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