Uma coisa é fato: o agronegócio brasileiro é referência para o mundo. Porém, com o cenário econômico global e local, cada vez mais será preciso inovar e apostar na transformação digital do setor para otimizar custos e produzir mais. Por isso, levantamos algumas tendências de inovação no agronegócio em 2023. 

Primeiro, que tal observarmos se o cenário mundial aponta alguma oportunidade? Estamos passando por uma grande chance de recessão nos Estados Unidos (nosso maior concorrente no agro), segundo analistas e balanços. Além disso, infelizmente há uma guerra entre outros dois grandes players do agro, prejudicando o fornecimento global: a Ucrânia com sua forte produção de grãos, especialmente trigo, e a Rússia, nossa principal fornecedora de fertilizantes.

Além disso, estamos em um ano do fenômeno climático La Niña em transição para ao El Niño, o que significa uma possibilidade de intensificação do aquecimento global com chances de fortes chuvas no Centro-Sul do Brasil nesta próxima Safra e menos volume de chuvas em locais como Norte do Sudeste, Goiás e regiões do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).   

O que eu quero dizer com tudo isso é que existe uma combinação de fatores que forçam produtores e as organizações do agro a repensarem suas estratégias ao mesmo tempo em que precisam estar alinhadas com a relação entre ESG e Inovação. Como consultores de inovação, nós da Haze Shift nos preparamos para ajudar nossos clientes do setores agro, ESG e inovação; confira nossa lista de tendências de inovação no agronegócio em 2023! 

Tendências de inovação no agronegócio 2023 

1. Aposta em conectividade nas propriedades 

Cada vez mais os produtores de todos os portes precisarão apostar na conectividade das propriedades. A boa notícia é que a ampliação das redes 5G tende a levar a um aumento da internet Brasil adentro e maiores investimentos das operadoras de telefonia, ampliando a área de cobertura. 

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Brasil tinha até meados de 2022 23% da área rural com sinal de internet móvel, com duas projeções de aumento de cobertura até 2026: 48% e outro de 90%. Em ambos os casos, haverá impacto expressivo no Valor Bruto da Produção (VBP). Ou seja, os produtores precisam fazer o possível para que sua área seja contemplada, seja em negociações com prefeituras seja diretamente com as operadoras para acompanhar as tendências de inovação no agronegócio em 2023 e  também nos próximos anos. 

Quer outro motivo para apostar nessa ampliação da conectividade no campo? 

Existem plataformas que ajudam o produtor a melhorar as condições de mercado na negociação da produção diretamente das propriedades, como a AgriAcordo, e digitalizar operações de financiamentos agrícolas, como a BartDigital. E esses são apenas dois exemplos que facilitam a vida do produtor, lá no campo, dentro de sua propriedade, a realizar negócios em tempo real. 

2. Agricultura 4.0: IoT e Big Data

Por falar em conectividade, porque cada vez mais agritechs (startups do agro) oferecem condições de monitoramento em tempo real das fazendas para informar sobre condições de lavouras, granjas e confinamento, o que pode exigir pontos de transmissão dentro das propriedades. 

Em outras palavras, é a Internet das Coisas (IoT na sigla em inglês: Internet of Things) no campo. Isto é, aparelhos conectados em tempo real fornecendo informações para os proprietários ajustarem as condições de criação ou fazendo aplicações no solo, no caso da agricultura. Tudo isso evita o desmatamento de novas áreas, pois aumenta a produtividade dentro da porteira, algo essencial para o universo ESG. 

Inclusive, nós da Haze Shift ajudamos a Inobram, empresa de equipamentos de monitoramento de granjas (de aves e de suínos) a criar novas soluções. Além de equipamentos de automação de granjas de suínos, aves e gado de leite, a empresa está passou a oferecer o monitoramento com recomendações em tempo real aos produtores sobre quais condições devem alterar na granja para melhorar o bem-estar animal, como aumento de luz, aumento da oferta de água, chamada para visita técnica de agrônomos ou veterinários, entre outros itens.   

Esse é o Big Data e IoT na prática! 

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Também existem empresas que fazem análise de dados aeroespaciais por satélite, como a Digital Rural, ajudando a monitorar lavouras, e outras que utilizam imagens de sensoriamento remoto e Sistemas de Informações Geográficas (SIG) para monitoramento e planejamento, por exemplo, do setor agroflorestal, que contempla o plantio de árvores de reflorestamento, como pinus e eucaliptos.  

3. Drones na Agricultura e Pecuária de Precisão 

As tecnologias IoT e o Big Data favorecem diretamente as estratégias no campo capazes de ampliar a produtividade de diferentes culturas ao fazer aplicações precisas em partes específicas das lavouras, para assim agir diretamente em pontos de pragas, sem precisar fazer a aplicação em diversos hectares. Isso significa economia e aumento da produtividade no tratamento do solo e do cultivo, sem grandes emissões de gases tóxicos nem o uso alto de agrotóxicos. Isso significa sustentabilidade e ESG no manejo. 

Em um momento de alta nos preços globais dos insumos, como o fertilizante russo, é essencial que os agricultores façam esse controle das aplicações em lotes específicos dos terrenos, além do uso de agroquímicos de forma otimizada. 

Existem diversas máquinas capazes de fazer isso, como o piloto automático de máquinas (tratores, colheitadeiras) e semeadoras com taxa variável de aplicação, mas eu gostaria de chamar a atenção aqui sobre o uso cada vez maior de drones na agricultura de precisão, uma tendência de inovação no agronegócio que foi regulamentada pelo Mapa com a Portaria Nº 298, de 22 de setembro de 2021. 

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Ademais, os drones também fazem a captura de imagens do terreno (ou do gado, no caso da pecuária de precisão), identificando precocemente problemas como falhas de plantio e fazem a supervisão de grandes áreas em um curto espaço de tempo. Se você quer ver na prática um bom exemplo disso, conheça o senseFly eBee Ag, no site da Vantage Geoagri. 

Além disso, você também pode se deparar com outro conceito muito utilizado e conectado também ao Big Data: a pecuária de precisão. Isto significa utilizar tecnologias (como as que citamos logo acima e os drones) para aumentar a produtividade pecuária. Em outras palavras, significa que o uso de hardwares e softwares será cada vez mais intensivo para monitorar os animais antes do abate. 

Isso inclui até mesmo a produção peixes, como fazem as startups IoFish e Tatilfish, que oferecem informações via aplicativos para produtores de tilápias sobre níveis de oxigênio, de PH e da temperatura dos tanques de criação.

4. Blockchain no Agronegócio: Rastreabilidade de produtos 

O uso da tecnologia blockchain nos negócios é uma das novas fronteiras dos produtos e, por isso, uma grande tendência de inovação no agronegócio. 

Um dos usos de modelos de negócios blockchain no agronegócio é no rastreamento dos produtos, desde a produção, passando pelo transporte até a indústria até chegar ao consumidor.

Uma vez que o blockchain é uma tecnologia praticamente incorruptível de dados, ela é vista como ideal para prestação de contas por meio dos chamados smart contracts (contratos inteligentes) A cada etapa da cadeia de distribuição de alimentos, por exemplo, um responsável assina digitalmente que cumpriu com sua parte e o responsável pela etapa seguinte assina o recebimento. O mesmo vai acontecendo até o final dos registros, e o produto pode ser inteiramente rastreado com segurança – uma vez que o blockchain é a tecnologia mais segura do mundo –  e agilidade.

Em outras palavras, a tecnologia blockchain é capaz de rastrear a proveniência dos alimentos e, assim, criar cadeias de abastecimento de alimentos e construir a confiança entre produtores, indústrias e consumidores. 

Nós podemos conectar você às tendências de inovação do agronegócio em 2023 

Muitos de nossos clientes ficam na dúvida de como encontrar o parceiro ideal para tornar tendências de inovação no agronegócio (e em outras áreas também). 

Bem, nós da Haze Shift somos especialistas em fazer essa ampla conexão. Podemos fazer conexões de empresas com sistemas setoriais e sistemas regionais de inovação, com integrantes de ecossistemas de inovação, como os hubs com alto potencial para o agronegócio, e promover a criação de comunidades de prática no setor. 

Além disso, somos experts em conectar organizações a startups por meio do machmaking de startups e hunting de startups. E quando falamos em agritechs, o potencial é gigantesco. Vamos conversar sobre esse potencial e sobre essas tendências de inovação no agronegócio em 2023? 

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Digital Transformation Leader & Co-Founder de Haze Shift | + posts

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