Quando as empresas buscam inovar, nem sempre se dão conta de que a solução para uma dor específica está pronta. No mundo e no Brasil, todos os anos novas tecnologias são criadas e ficam disponíveis para transferência tecnológica à sociedade e ao mercado. Esse desenvolvimento tecnológico só se concretiza quando atinge a sociedade. 

Assim, cada vez mais as empresas buscam inovação para resolver seus problemas complexos. E isso pode acontecer com o processo de transferência tecnológica, por exemplo, de um licenciamento de uma tecnologia por uma empresa com universidade.

Essa é a primeira rota de inovação aberta descrita pelo autor Jan Spruijt.  A ideia é que as organizações acessem o conhecimento externo por meio de patentes ou tecnologias, para então internalizá-las e utilizá-las, comumente para inovar em produtos e serviços ou, ainda, para melhorar processos internos. 

Onde estão essas tecnologias?  

Em primeiro lugar, em Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs) de universidades e instituições públicas e privadas. Esses centros têm como objetivo desenvolver pesquisas científicas e tecnológicas para solucionar, a partir da inovação, problemas/dores da sociedade e de empresas. 

Pois bem, aqui mesmo no Brasil nós temos excelentes exemplos. Claro, eu pessoalmente ainda considero que temos muito a evoluir, mas veja só o exemplo da Agência de Inovação da Unicamp

A agência da universidade apresenta soluções inovadoras de 20 categorias diferentes, como produtos farmacêuticos, biotecnologia, engenharias, tecnologia médica, entre outras áreas. São inovações acessíveis para empresas e instituições públicas ou privadas, que podem licenciar a propriedade intelectual desenvolvida na Unicamp, com ou sem exclusividade. A negociação é feita diretamente com a Agência de Inovação da Unicamp. 

Um exemplo recente foi em conjunto com a companhia energética Repsol, que obteve o licenciamento exclusivo de uma tecnologia que permite algo chamado Recuperação Avançada de Petróleo, melhorando a extração do óleo em jazidas de petróleo (leia mais aqui). 

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Outro meio de ter acesso a transferência tecnológica de estudos e pesquisas de universidades e institutos de pesquisa, assim como de outras patentes e ativos de propriedade intelectual, é por meio do Programa de Apoio à Comercialização de Propriedade Intelectual (PI). Ele é oferecido em parceria pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).

O programa realiza, periodicamente, chamadas públicas para financiar a viabilização projetos inovadores e com risco tecnológico, o que é perfeito para empresas mitigarem riscos e obterem acesso a financiamentos de transferência tecnológica, o que – claro – inclui custos com planos de pagamento de obras, materiais, recursos humanos entre outras despesas.  

Testando a transferência tecnológica ou licenciamento interno 

Basicamente, existem duas modalidades de contratação para contratos de licenciamento interno ou transferência tecnológica no Brasil: 

  • De exclusividade de uso;
  • Sem concessão de exclusividade ao receptor de tecnologia ou licenciado, ou seja, mais empresas poderão ter acesso àquela tecnologia. 

Vale destacar que essas modalidades de licenciamento interno e transferência tecnológica são reguladas pela Lei de Inovação (nº 10.973)

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Uma outra vantagem é que é possível que as empresas façam testes por meio de um Acordo de Transferência de Material (MTA). Nele, existe a possibilidade de a organização realizar a prototipagem e a testagem por um período. Se aprovada a solução, aí sim pode ser feito um contrato específico, de exclusividade ou concessão não exclusiva. 

Nesse sentido, como é difícil que empresas façam aquisições de licenciamentos internos sem testes, tanto os MTAs quanto os financiamentos governamentais, como o que citamos agora pouco, são fundamentais. Afinal, existe sempre um período de experimentação e de provas de conceito para ver se a inovação é viável. 

Como encontrar a tecnologia ideal para seu licenciamento interno 

É aqui que entra a importância de consultorias de inovação como a Haze Shift. 

Com nossa expertise em aproximar empresas e organizações e realização de machmakings por meio da inovação aberta, nós fazemos uma varredura complexa das soluções disponíveis no mercado e em ICTs que podem vir a ser aproveitadas para transferências de tecnologias/licenciamentos internos. 

Em um caso recente, nós da Haze Shift e o Sebrae apoiamos a empresa a Biorgânica em identificar soluções para melhorias da produção de orgânicos. Após a realização de um hunting de trabalhos, nos quais identificamos tecnologias que poderiam ser úteis para que a empresa fizesse a aquisição do licenciamento e transferência tecnológica. 

Fizemos o mapeamento de mais de 650 possíveis soluções e, após o mapeamento, fizemos a pré-seleção de 28 startups, produtores rurais e trabalhos acadêmicos. Desses 28, sete projetos foram selecionados e puderam fazer suas conexões para oferta de licenciamentos e patentes à Biorgânica. 

Portanto, se você também está buscando novas soluções inovadoras para resolver as dores da sua organização, vamos conversar. Podemos co-criar um plano estruturado de pesquisa de novas tecnologias em ICT’s pelo mundo para buscar resolver problemas complexos que aceleram os processos de inovação da sua empresa.

Escrito por:

Digital Transformation Leader & Co-Founder de Haze Shift | + posts

Certified facilitator of LEGO® SERIOUS PLAY® & Digital Transformation Enabler with a demonstrated history of working in the information technology and food & beverages industry.