Criatividade e inovação são termos que andam juntos, ainda mais quando pensamos em ambientes corporativos. Afinal, a criatividade é um catalisador da inovação nas empresas. Para ajudar nessa reflexão, nós da Haze Shift fizemos um podcast com um resumo do livro Como o cérebro cria: a Netflix fez até mesmo um documentário sobre ele. 

Em primeiro lugar, é importante destacar que criatividade é a quebra do padrão. É a partir de nossos repertórios e das culturas das comunidades em que estamos inseridos que a criatividade é capaz de gerar inovação. Fique tranquilo, ao longo do texto vamos explicar isso melhor. 

Assim como explica o livro Como o Cérebro Cria, de David Eagleman, neurocientista, como a humanidade se organizou em grupos, o cérebro evoluiu criativamente por conta da necessidade humana de resolver problemas, acelerando as inovações. Para que você entenda isso melhor, confira nosso podcast Hazeliente, com a presença – além de mim – do Luiz Henrique Costa e dos colaboradores Anna Flávia Alcântara, Lucas Vetoni e Melissa Rasera . 

Como o cérebro cria: Resumo do livro 

Se você quer um bom exemplo de como humanos resolvem problemas com criatividade, basta ler a introdução do livro Como o cérebro cria: o autor cita o caso da Apollo 13. Nessa missão espacial, em 1970, os engenheiros imaginavam que tinham feito todos os cálculos e previsto todos os riscos. Só que a história não foi bem assim. 

A nave teve imprevistos, com perda de gás e energia, e houve uma explosão. Os engenheiros tiveram que improvisar para salvar os três homens a bordo. Eles precisavam inovar com criatividade e deram um jeito de instruir os astronautas a utilizarem plásticos, meia, papelão e mangueira de um traje pressurizado para restaurar o purificador de ar. Deu certo. Mas novos problemas surgiram. E lá foram os engenheiros novamente criar soluções em conjunto.  

Esse exemplo mostra como o cérebro humano é capaz de inovar e criar com restrições com poucos elementos à disposição – no caso acima com meias e plástico, por exemplo.  Mas tudo foi um esforço conjunto, co-criados em parceria, mostrando que a troca de ideias foi um componente essencial para a solução especial. Como diz o autor: 

O cérebro humano não registra de modo passivo as experiências como se fosse um gravador, mas trabalha permanentemente sobre os dados sensoriais que recebe – e o fruto desse trabalho mental são novas versões do mundo. 

Ponto de partida: o exemplo do iPhone

Essa cognição, aliás, cria e produz tudo que nos rodeia, com base em nossos repertórios. Foi assim com a criação das nações (que surgiram a partir da formação de grupos), com a iluminação pública (que surgiu com a combinação de aproveitar os elementos de iluminação interna), das leis, embalagens, entre outros exemplos citados pelo neurocientista David Eagleman. 

Isso significa que soluções inovadoras sempre tem um ponto de partida. Vamos pegar um exemplo do próprio livro e que retratamos no podcast: 

Muita gente pensa que o iPhone veio do “nada”, como uma ação de criatividade espontânea de Steve Jobs. Mas o produto não foi o primeiro smartphone da história: foi o IBM Simon, em 1994, que – apesar de conexão à internet, calendário e bloco de notas – não teve adesão por motivos de custo e a bateria durava apenas uma hora. 

A Apple uniu essa proposta junto com outras, como o relógio Casio, que era sensível ao toque, fez experimentações, um protótipo e conseguiu, com isso, revolucionar os mercados de telefonia, música, fotografia, entre outros, com um produto inovador. 

Isso mostra que a partir de uma ideia prévia, podemos gerar várias ideias. E na inovação precisamos apostar em várias ideias criativas. Por isso, a importância de ter insumos, experiências prévias, e pessoas envolvidas como ponto de partida no processo de inovação. 

Inovações corporativas criativas 

Aqui podemos trazer facilmente o debate para o ambiente corporativo. Por exemplo, programas de ideias são extremamente úteis para desabrochar essa criatividade desde que:  

  • Primeiramente, tenhamos ciência do porquê estamos lançando um programa do gênero, e um retrospecto de como funcionaram programas anteriores (de ideias ou inovação na própria empresa ou em outras, buscando, assim, um repertório);
  • Precisamos questionar quais tipos de ideias buscamos, para quais objetivos e como mapeá-las;
  • Discutir se, antes de lançar um programa, a empresa não deveria primeiro pensar em uma tese de inovação para, a partir dessa experiência prévia, ter um maior foco de onde aplicar suas ideias. 

Leia também: como estruturar programas de ideias e sugestões para apoiar a cultura de inovação da sua empresa

O que eu quero dizer com isso é que, para o processo da inovação ter sucesso, é preciso haver um link, ou seja, uma conexão. Por isso, utilizar uma abordagem de aproximação de pessoas (como no caso dos engenheiros que juntos solucionaram os problemas da Apolo 13) é extremamente útil. Nesse sentido, eu vejo que a aproximação de múltiplos stakeholders para colaborar com novas frentes de forma criativa pode fazer a diferença. 

Como consultor de inovação e especialista em inovação aberta, posso dar um exemplo prático. Nós da Haze Shift oferecemos um serviço que se chama Idealab, que consiste em um processo de inovação aberta a fim de gerar novos projetos e serviços a serem desenvolvidos pelas empresas: 

Clique aqui entender melhor e ver como colocamos um Idealab em prática junto com a BRF Ingredients

Como o cérebro cria adaptação rápida

Se por um lado nossos cérebros conseguem unir soluções anteriores para criar novas soluções inovadoras a partir da criatividade, como mostra David Eagleman em Como o cérebro cria, nós também ficamos rapidamente dependente de certas inovações. Ou será que você viveria hoje sem seu smartphone? 

Eagleman faz uma observação interessante que nos faz refletir sobre esse sentimento de dependência criada em nosso cérebro a partir de novas tecnologias. 

Ele cita o caso de um comediante que faz piada com um passageiro que se queixa de estar num avião, e que não estava conseguindo ter acesso aos vídeos no YouTube porque o WiFi caiu, sendo que até há alguns anos não tinha nenhuma conexão com a internet em aviões. De onde surgiu essa dependência? 

Bom, segundo o neurocientista essa adaptação rápida com novas tecnologias é causada por um fenômeno conhecido como supressão por repetição. Nas palavras do autor, “conforme vai se acostumando a alguma coisa, o cérebro responde a ela cada vez menos”. Em outras palavras, ao tirar um elemento da pessoa, ela tem o estranhamento do fato – como aconteceu na conexão do WiFi citada acima – já que se acostumou a ela como algo natural. 

Esse aprendizado de como o cérebro cria dependências, aliás, é extremamente importante para quando vamos criar novos produtos e serviços nas empresas. É até mesmo uma questão ética para que isso não seja usado para artifícios maléficos. 

Leia mais sobre criatividade e inovação nas empresas: do design de Santos Dumont às ferramentas modernas

Entretanto, para concretizar inovações, precisamos nos perguntar sobre quais dores (de consumidores ou empresas) podemos solucionar. Inclusive, segundo o livro Como o cérebro cria, isso pode ajudar a antecipar novas indústrias, como foi o caso do iPhone: 

“A criatividade humana não nasce num vácuo. Recorremos a nossa experiência e aos materiais brutos que nos circundam para remodelar o mundo. Saber onde estivemos e onde estamos indica como serão as próximas grandes indústrias”

Para chegar a resultados que antecipem necessidades (e até mesmo novas indústrias) existem diversos artifícios. Um deles é através do design estratégico, que estimula a construção de processos de inovação que solucionem essas dores sem, necessariamente, criar um estado de dependência. Veja neste outro texto: 

Leia mais sobre e como utilizar design estratégico e design thinking nas estratégias de sua empresa

Vale lembrar: é a partir do design estratégico que podemos transformar processos criativos em protótipos e/ou MVPs (produto mínimo viável) que resultam em novos produtos e serviços. 

Comece agora mesmo! 

Para finalizar, fica aqui o convite para além da leitura do livro Como o cérebro cria. Nós da Haze Shift temos expertise em ajudar as empresas a colocarem suas ideias criativas em prática, gerando inovações. Seja através de Idealabs, programas de ideias, workshops de design thinking e estratégico. Estamos à disposição para apresentar nossos cases de mercado e oferecer a melhor solução personalizada para sua empresa. Vamos conversar sobre isso? 

Escrito por:

Rodrigo Medalha - Rodrigo Medalha - Haze Shift
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Designer estratégico, empreendedor, gestor de comunidades e com experiências em programas de pré-aceleração e aceleração. Sempre aberto a novos aprendizados e projetar novas soluções que agreguem valor ao negócio e à sociedade.