Já parou para pensar por que algumas empresas conseguem diversificar melhor suas fontes de receita? Em grande parte, porque organizações inovadoras estão de olho na formação de novos ecossistemas de negócios.

Eles são formados quando as companhias expandem suas atuações e receitas. Ou seja, geram novos formatos de modelos de negócios. Isso amplia a forma de entrada de recursos, de entregar valor e começa a agregar novos formatos de trabalho com novas tecnologias.

Os ecossistemas de negócios,  são uma das possíveis  rotas de inovação aberta (número 20 deste link) se originam, geralmente, a partir da colaboração entre duas ou mais empresas. Essa formação de ecossistema engloba a colaboração entre empresas com startups, empreendedores, spin-offs e fabricantes. 

A proposta é ampliar o portfólio tanto por meio da criação de negócios pertencentes a territórios próximos do seu core business (extensão de marca) quanto relativamente distantes do território do qual está seu core business, seja por meio da criação de spin offs ou também aquisições de outros negócios. 

A imagem abaixo ilustra bem como as empresas podem expandir seus ecossistemas de negócios gerenciando outras marcas. Perceba: essas marcas-mãe são responsáveis por outras marcas de tanto de segmentos ligados como também distantes do core-business tradicional. 

fonte da imagem: isu.pub

É importante diferenciar essa rota com ecossistema de inovação, onde existe uma conexão entre empresas, universidades, cooperativas, governo, hubs de inovação, incubadoras, parques tecnológicos, fundos de investimento e até mesmo empresas juniores. O objetivo é buscar a inovação aberta sem olhar especificamente para uma única cadeia produtiva. No texto abaixo trazemos todos os detalhes: 

O que são ecossistemas de inovação e como laboratórios multidisciplinares colaboram para esses ambientes

Exemplo de ecossistemas de negócio: Ambev

Para tornar o ecossistema de negócio ainda mais claro, vamos dar um exemplo. A Ambev promoveu um trabalho fantástico de diversificação de receitas, ampliando seu próprio ecossistema de negócios. Ela fez isso apostando na transformação digital em diferentes frentes.

Em uma delas, ao criar a plataforma MyBees, uma spin-off da Ambev, bares e restaurantes podem, além de encomendar bebidas, realizar serviços financeiros. Ou seja, é um produto business to business (B2B) que diversifica a fonte de receita tradicional da Ambev (originalmente vendas de bebidas).

A empresa também apostou na startup Zé Delivery para consumidores finais pedirem bebidas em casa por um app, e que acabou sendo incorporada pela Ambev. O entregador busca a bebida no bar ou restaurante parceiro da Ambev mais próximo do endereço de entrega. Perceba que há uma conexão de várias pontas aqui:

  1. O consumidor que faz o pedido;
  2. O bar que ganha com uma nova fonte de receitas;
  3. O entregador que ganha com a corrida;
  4. E a própria Ambev, que ganha ao intermediar a venda por um novo canal, para uma persona específica e tem sua própria rentabilidade e modelo de negócio ampliados. Afinal, trabalha com entregadores ao mesmo tempo em que seus bares parceiros ficam responsáveis por separar, estocar e despachar o produto ao consumidor final. 

Outro exemplo da expansão do ecossistema de negócios da Ambev foi a criação da Z-Tech: hub de tecnologia e inovação da Ambev no Brasil e da Anheuser-Busch Inbev no mundo. A Z-Tech promove inovação a partir do investimento e parcerias que promovam soluções tecnológicas para pequenos e médios negócios. O objetivo é, principalmente, resolver dores de varejistas, bares, restaurantes e supermercados.

Ecossistema de negócios: cluster

Além da Ambev, outras empresas são referências na expansão de seus ecossistemas de negócios a partir da colaboração com outras marcas, relacionando-se com empresas no entorno. Isso também é conhecido como ecossistemas de negócios por meio de clusters. 

Novamente um exemplo auxilia a ilustrar bem como isso funciona. Um de nossos clientes, a Nissan, por exemplo, faz parte de um cluster automobilístico na região Sul-Fluminense. Lá estão empresas como Range Rover, Arcelor Mittal (fornecedora de aço), entre outras. Isso acaba criando clusters que facilitam a união da região para a busca, por exemplo, de matérias-primas e facilitando na logística. 

Vantagens dos ecossistemas de negócios 

Esses exemplos da Ambev nos mostram na prática as oportunidades que podem surgir a partir de um ecossistema. Como consultor de inovação, eu vejo que podemos destacar como vantagens dos ecossistemas de negócios: 

  • O acesso a diferentes tipos recursos tecnológicos e financeiros;
  • Desenvolvimento de novas tecnologias e formatos de trabalho; 
  • Melhorias de canais de vendas e otimização das operações a partir de parceiros que valorizam a inovação aberta; 
  • Aumento do poder competitivo junto com soluções inovadoras
  • Novas experiências ao consumidor; 
  • Evolução e expansão dos modelos de negócios e portfólio da empresa. 

Como criar um ecossistema de negócios? 

Quando a empresa sente a necessidade de diversificar o portfólio, esse é o momento de encontrar novos formatos e modelos de trabalho para ampliar as fontes de receitas. 

Nesse sentido, consultorias de inovação como nós da Haze Shift podemos colaborar em diferentes fases desse aprendizado. 

A partir de uma etapa de descoberta (Discovery), por meio de estratégias de design estratégico, nós auxiliamos os clientes a identificar as personas consumidoras do produto para evoluir os processos e ajudar a empresa a co-criar novos modelos de negócios. 

Isso está muito conectado, aliás, com a ciência de dados. A partir de um trabalho de inovação e transformação digital com um cliente que trabalha com um produto de monitoramento das condições de granjas de aves e suínos, por exemplo, observamos juntos a possibilidade de expansão do ecossistema de negócios por meio de soluções digitais que vão além do simples monitoramento. 

Nesse sentido, percebemos que poderíamos enviar a essas personas (clientes) mais do que informações cruas: vimos a possibilidade de sugerir ações automatizadas a partir dos dados identificados pelo equipamento de monitoramento da granja. 

Leia mais sobre como o big data do agronegócio comprova é capaz de gerar novos modelos de negócios

Com base nas informações monitoradas, o sistema faz uma recomendação de ação para o cliente. Isso pode incluir, por exemplo, que o produtor aumente ou reduza a temperatura do local, ou contate veterinários e/ou engenheiros agrônomos para dar suporte diretamente. 

Essa ação gera um novo modelo de negócio com receita diferente da tradicional. Em outras palavras, é o início de um novo ecossistema de negócios do cliente. Afinal, além do produto inicial oferecido aos produtores rurais (monitoramento de granjas), agora a empresa também oferece  uma nova frente de negócios, com operações, receita, canais, recursos geradas a partir da ciência de dados e da inteligência artificial. Acima de tudo, existem muitas outras possibilidades para as companhias. Nós da Haze Shit levantamos muitos outros casos que podem servir de benchmarking para sua empresa. Vamos conversar sobre eles e executar as melhores soluções para sua companhia diversificar receitas?

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Designer estratégico, empreendedor, gestor de comunidades e com experiências em programas de pré-aceleração e aceleração. Sempre aberto a novos aprendizados e projetar novas soluções que agreguem valor ao negócio e à sociedade.