Se por um lado existem organizações que se sentem ameaçadas pelo avanço de startups na última década, outras têm visto grandes oportunidades de promover a inovação aberta na chegada dessas empresas. Nesse sentido, temos visto recentemente uma forte demanda por um trabalho específico, o matchmaking de startups.
Vamos entender como isso funciona?
Em primeiro lugar, o matchmaking de startups é a busca por parcerias, que representa o contato final de uma organização com uma startup. É uma forma de estimular a cultura da inovação, e de um mindset ágil nas organizações. Isso permite, aliás, estabelecer uma cultura de prototipagem permitindo testes rápidos de novos processos, produtos e serviços.
O jeito de as startups fazerem negócios é muitas vezes o que atrai as grandes organizações a fazerem negócios com elas. Como as startups têm um modelo de teste de novas ideias e aceitação rápida de erros, as empresas enxergaram, junto com essas parcerias, uma forma de aplicar propostas de inovação.
Inclusive, há startups que vêm se destacando na formação desses contatos. O ranking 100 Open Startups mostra justamente quais são as mais desejadas pelas grandes empresas para parcerias e cada vez mais há eventos que aproximam startups de empresas estabelecidas, dando a elas a oportunidade.
Muitas vezes, as empresas enxergam necessidades ou dores internas, seja por questões burocráticas ou falta de braço ou mesmo falta de tecnologia para implementação. Com esses aspectos, ela busca um agente do mercado que possa fazer um desenvolvimento conjunto para trabalhar de forma enxuta e escalável.
Inclusive, há casos de grandes empresas que montaram sua própria aceleradora para fazerem conexões com startups, como é o caso da Porto Seguro. Por meio do programa interno de aceleração, os próprios diretores da Porto Seguro são mentores, contribuindo para a produção de soluções ainda mais personalizadas ao negócio.
Primeiros passos para o matchmaking de startups
Mas para chegar a esse matchmaking de startups existe um rito importante a ser seguido. Nós da Haze Shift, consultoria de inovação, nos especializamos nessa conexão. Afinal, não é qualquer startup que pode ser contratada: tudo depende das dores de cada organização.
Além disso, as organizações precisam se conectar a startups que consigam estar alinhadas à visão e à cultura corporativa, para que a parceria funcione. Nesse ponto, o primeiro passo é começar com uma entrevista exploratória dentro da própria organização.
Esse tipo de pesquisa é essencial por ouvir os influenciadores e/ou stakeholders alinhados ao objetivo da organização, quando ela deseja realizar um matchmaking de startups. Esses colaboradores são essenciais para o processo com o novo parceiro para a co-criação de um novo cenário.
Existem alguns passos para a execução pesquisa/entrevista:
- Primeiro, mapear os entrevistados adequados, o que pode ser feito por uma ferramenta chamada Stakeholder Mapping (clique para ler mais);
- Em segundo lugar, introduzir os motivos da pessoa ser escolhida para a entrevista e apresentar a ideia e as possíveis dores encontradas na organização. Disponibilizamos gratuitamente um roteiro neste link para a condução dessa entrevista.
- Após a entrevista, é preciso analisar as entrevistas e fazer um mapa de insights, com pontos em comum encontrados pelos entrevistados.
Saiba mais: aprenda o passo a passo da entrevista exploratória
Com esse primeiro trabalho em mãos, fica mais fácil partir para a segunda etapa: o hunting de startups.
Segundo passo: hunting de startups
É importante que a empresa saiba buscar startups aderentes às suas necessidades e, por isso, a conexão com uma consultoria de inovação como a Haze Shift é essencial. Nós, por exemplo, já dispomos de uma curadoria de hubs de inovação para consultarmos uma base prévia de startups, com informações-chave, que auxiliam na seleção de startups que podem oferecer soluções.
Logicamente, não basta pegar a lista e ver as soluções. É preciso planejamento. Por isso, a busca pela mais adequada para o matchmaking de startups acontece nesse hunting, que resumidamente significa selecionar nessa base prévia startups com potencial para aderir às dores da organização.
Esse processo pode levar de duas a três semanas, pois é feito com alto cuidado e conta com a realização de eventos para encontrar as startups mais adequadas a cada necessidade. Veja melhor como funciona na imagem abaixo:
Confira o passo a passo para fazer um hunting de startups
Aqui eu peço licença para explicar esse processo em um exemplo na prática, que fizemos com a Ciklo Hub de Inovação, durante o programa Open Innovation, em parceria com o Sebrae.
Do hunting ao matchmaking de startups: um case para entendimento
Em conjunto, nós da Haze Shift, Ciklo e Sebrae definimos um calendário de workshops com dez organizações da região Sudoeste do Paraná que buscavam startups para gerar conexões e novos negócios. Com essas empresas, executamos pesquisas e entrevistas da seguinte forma:
- Quantitativa, com análise de dados das organizações;
- Qualitativa, feita com lideranças e stakeholders internos das empresas, na fase de entrevista exploratória
- Quali-quantitativa, combinando as duas abordagens.
Com base nos dados e informações obtidas, em duas semanas, fizemos uma busca ativa por startups com base nos desafios enfrentados pelas empresas. Em um dos workshops, mostramos a maturidade das empresas participantes para a realização dos negócios com startups mapeadas.
Ao todo, foram 50 mapeadas conforme as necessidades das organizações. Após isso, foi feita uma triagem para chegar a 20 e, depois, 12 startups em uma nova triagem.
Após isso, no último evento, houve o Match Day entre startups e empresas, ou seja, o matchmaking de startups. Ao todo, 12 startups (aprovadas pelas organizações) tiveram a oportunidade de realizarem pitches (pequenas apresentações) para as empresas, oferecendo seus produtos e serviços.
Saiba mais sobre o Ciklo Hub de Inovação: Programa Open Innovation & Hunting de Startups
Em outro exemplo, fizemos um trabalho parecido com uma empresa de planos de saúde no interior do Paraná. Nesse caso, a busca foi por Health Techs em diferentes bases, como análise preditiva, gestão da saúde, TI, agendamentos, equipamentos e dispositivos, doenças crônicas, telemedicina, monitoramentos, psicologia e saúde no trabalho, entre outros.
Após os trabalhos de pesquisa e entrevistas exploratórias, conseguimos selecionar 20 startups aderentes às necessidades da seguradora, sendo que posteriormente fizemos uma curadoria e dez delas participaram do evento de matchmaking de startups, gerando três negócios com a empresa de planos de saúde. As apresentações aconteceram online, mostrando que isso não é um impeditivo para a conexão.
Agora é a vez do matchmaking de startups em sua organização
Além desses exemplos e o caso da Porto Seguro, citado no início deste artigo, há diversos outros casos aqui mesmo no Brasil de sucessos nesse machmaking de startups.
Em um exemplo de co-branding, a Nutricia, divisão de nutrição da Danone, se uniu à startup Pic-Me, uma barra de proteínas zero açúcar com ingredientes naturais, sendo assinado com as marcas Pic-Me e FortiFit, da Danone Nutricia.
Em outro exemplo, o Sicredi fez uma parceria final com a startup Hallo para oferecer um market place para seus cooperados transacionarem por uma plataforma assinada pela instituição financeira, que eleva toda a tecnologia da Hallo.
Como você pode ver, melhor do que ir direto a uma startup buscar a compra de uma solução, é realizar um plano conectado à inovação aberta. Esse planejamento é capaz de garantir diversos benefícios em um matchmaking de startups:
- Desenvolvimento de novos produtos e serviços em parceria com a startups, fazendo uso da tecnologia que a startup entrega
- Prototipagem e desenvolvimento de MVP (Produto Mínimo Viável)
- Contato com uma cultura diferente da empresa
- Desenvolvimento da cultura de inovação, de testes e metodologias ágeis
- Posterior aquisição ou incorporação de startups ao negócio
Portanto, conte conosco da Haze Shift para encontrar a melhor parceria para o seu negócio. Juntos, podemos co-criar as melhores soluções. Vamos falar sobre isso e elaborar um planejamento sob medida!
Escrito por:
Designer estratégico, empreendedor, gestor de comunidades e com experiências em programas de pré-aceleração e aceleração. Sempre aberto a novos aprendizados e projetar novas soluções que agreguem valor ao negócio e à sociedade.
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